22 de dezembro de 2019

Os Garotos Dinamarqueses que desfiaram Hitler

Os Garotos Dinamarqueses que desfiaram Hitler
The  Boys Who Challenged Hitler: Knud Perdesen and the Churchil Club. Phillip Hoose. Trad. Elisa Nazarian. São Paulo. Vestígio. 2019. 224 páginas.

Sinopse
Profundamente envergonhado com os líderes de seu país, que se renderam sem resistência aos ocupantes alemães na Segunda Guerra Mundial, o jovem dinamarquês Knud Pedersen, de 15 anos, se juntou a seu irmão e a um punhado de colegas da escola para tomar uma atitude contra os nazistas, já que os adultos não o fariam.
Batizando seu clube secreto com o nome do impetuoso líder britânico, os jovens patriotas do Clube Churchill cometeram incontáveis atos de sabotagem, despertando a fúria dos alemães, que acabaram identificando e prendendo os garotos. Mas seus esforços não foram em vão: as façanhas do clube e a captura de seus membros ajudaram a desencadear uma resistência generalizada na Dinamarca.
Intercalando sua narrativa com as memórias em primeira pessoa de Knud Pedersen, Phillip Hoose conta neste livro a história inspiradora desses jovens heróis de guerra.

Ponderação:
Aqueles, que vivenciaram o horror de perto naqueles anos de 1939 a 1946, e sobreviveram estão indo embora. Suas histórias ficaram a cargo de memórias familiares e amigos chegados. São histórias que não foram parar em nenhum documentário ou filme ou livro. Ainda há história para ser relatada. 
Esse mostra como a inteligência de um grupo de garotos pode desestabilizar um poder destruidor. Eles arriscaram tudo, mas perderam muito. Também é um poderoso testemunho de coragem, onde sua bravura de aventurar no perigo, dando a vida pelo bem do país.


21 de dezembro de 2019

Tragedia en tres Actos

Tragedia en tres Actos
Three Act  Tragedy. Agatha Christie (1890 - 1976). Trad. de E. M.. Barcelona. Editorial Planeta. 2019. 222 páginas.

Sinopse:
Un reconocido actor realiza una fiesta en su mansión, en la cual muere un anciano párroco al parecer por causa naturales, hasta que el envenenamiento de un reconocido médico hace surgir la sospecha de un doble asesinato.
El caso queda en manos de uno de los invitados de la fiesta, Hércules Poirot, el cual gracias a sus células grises resuelve el misterio.

Ponderação:
Quando se ler a sinopse em diferentes edições, podemos imaginar que Charles Cartwright é uma vítima. Porém ao passarmos página a página, vamos descobrindo alguns segredos e pequenos pontos soltos formam uma rede de suspeitas. Outros pontos são unidos, quando Poirot após uma montagem de quebra-cabeça resolve explicar cada ponto inerente a cada pergunta feita durante as investigações "amadoras" de miss Lytton Gore e do próprio Charles. Sendo, assim, o ator ia e vinha de uma série de evidências na contra mão de sua proposta de elucidar o caso. Para cada ato, há uma morte. Cada uma remete a outra, tentando ligar ao dito suspeito. A cena da descoberta do verdadeiro assassino é fenomenal. Surpreendente!!!


A Última Mulher

A Última Mulher
Luiz Alfredo Garcia-Roza. São Paulo. Cia das Letras. 2019. 117 páginas.

Sinopse:
Ratto é um cafetão da Lapa, coração do Rio de Janeiro, que, acompanhado de seu sócio, Japa, consegue tirar uma pequena fortuna todo mês. Quando um violento policial resolve chantageá-lo, querendo abocanhar parte do quinhão, Ratto precisa desaparecer dali e arranjar um jeito de sobreviver. Refugiado em Copacabana, ele conhece Rita, uma prostituta jovem e muito inteligente que vira sua protegida, mas logo ambos se veem em meio a uma caçada pelas ruas e becos escuros da cidade. O delegado Espinosa, que conhece Ratto dos seus tempos de inspetor da 1ª DP, no Centro, é forçado a entrar no caso quando começam a surgir mulheres mortas com requintes de crueldade. Auxiliado pelos inspetores Welber e Ramiro, Espinosa precisa entender quem é a mente por trás de crimes tão brutais para impedir que Rita seja a próxima vítima.

Ponderação:
Podemos acreditar que não teremos uma próxima aventura de Espinosa como um pseudo investigador sábio, esta sempre um passo atrás do suposto criminoso. Deixa algo sem resposta ou simples, sem uma  definição concreta, não havendo solução do caso ou casos.
Novamente, como nos dois livros já lidos com anterioridade, a motivação dos crimes não ficou clara. Que papel, realmente, Wallace representa? A força bruta? Corrupção? Proteção?

"[ ... ] Em algum momento, trombou com um homem. No lado esquerdo as ondas passavam molhando a mureta; à direita, apenas a imensa pedra escura que subia dezenas  de metros acima de seu corpo miúdo. Não tinha como fugir.
 - Wallace manda lembranças - o homem disse.
\Rita se desesperou e olhou para todos os lados à procura de Ratto, mas ele não estava lá." [ ...  ] 

Neste trecho, da narrativa, transcrito acima, permite nas entrelinhas que Rita, a vilã e não tão vítima, é eliminada a mando de Wallace. Ou há outra possibilidade? Não é possível visualizar a garota sendo a "protegida" do policial.   


Observação:
O autor faleceu em 16 de abril de 2020.


26 de novembro de 2019

Frank e o amor

Frank e o Amor
Frankly in love. David Yoon. Trad. Lígia Azevedo. São Paulo. Seguinte. 2019. 399 páginas.

Sinopse:
Frank nunca conseguiu conciliar as expectativas de sua família tradicional coreana com sua vida de adolescente na Califórnia. E tudo se complica quando ele começa a sair com a garota de seus sonhos, Brit Means, que é engraçada, inteligente, linda… Basicamente a nora perfeita para seus pais ― caso tivesse origem coreana também.
Para poder continuar saindo com quem quiser, Frank começa um namoro de mentira com Joy Song, filha de um casal de amigos da família, que está passando pelo mesmo problema. Parece o plano perfeito, mas logo Frank vai perceber que talvez não entenda o amor ― e a si mesmo ― tão bem assim.

Ponderação:

Quem leu "O Xará" de Jhumpa Lahiri entenderá esse. Temos o problema da adaptação entre família e o mundo, filhos de imigrantes. Aqui, os coreanos. 
Choque cultural bem acentuado, em vista da trama desenvolvida com certa graça e humor. Um jovem se apaixona por uma garota na escola. Se depara com o amor pela família, pelos amigos, e, em última instância sobre como amar a si mesmo e sua própria identidade. A tribo. Os seus iguais. Fica um pouco evidente, no capítulo 18, conversa entre Frank e Q (Thomas) filosofando sobre o eterno dilema da aceitação humana no quesito raça (etnia), DNA, herança genética dos filhos e seus descendentes imigrantes.
O que empobrece a leveza do texto é o uso de vocábulos chulos, o agente tradutório deveria utilizar as substitutas - 'droga' que dar exatidão daquilo que precisa-se transmitir a sensação sem encontrar com precisão a palavra correta para a situação.

      

20 de novembro de 2019

Harry Potter e a Pedra Filosofal

Harry Potter e a Pedra Filosofal
Harry Potter and Philosopher's Stone. Joanne Kathleen Rowling. Trad. Lia Wyler. Rio de Janeiro. Rocco. 2017. 210 páginas. 

Sinopse:
Conheça Harry, filho de Tiago e Lílian Potter, feiticeiros que foram assassinados por um poderosíssimo bruxo, quando ele ainda era um bebê. Com isso, o menino acaba sendo levado para a casa dos tios que nada tinham a ver com o sobrenatural pelo contrário. Até os 10 anos, Harry foi uma espécie de gata borralheira: maltratado pelos tios, herdava roupas velhas do primo gorducho, tinha óculos remendados e era tratado como um estorvo. No dia de seu aniversário de 11 anos, entretanto, ele parece deslizar por um buraco sem fundo, como o de Alice no país das maravilhas, que o conduz a um mundo mágico. Descobre sua verdadeira história e seu destino: ser um aprendiz de feiticeiro até o dia em que terá que enfrentar a pior força do mal, o homem que assassinou seus pais, o terrível Lorde das Trevas.
O menino de olhos verdes, magricela e desengonçado, tão habituado à rejeição, descobre, também, que é um herói no universo dos magos. Potter fica sabendo que é a única pessoa a ter sobrevivido a um ataque do tal bruxo do mal e essa é a causa da marca em forma de raio que ele carrega na testa. Ele não é um garoto qualquer, ele sequer é um feiticeiro qualquer; ele é Harry Potter, símbolo de poder, resistência e um líder natural entre os sobrenaturais.

Ponderação:
Interessante, talvez! O primeiro da série, abriu espaço ao mundo que junta o escapismo e realidade. Fez as crianças lerem. E descobrissem que a leitura pode soltar faíscas. Raios e trovões...



18 de novembro de 2019

A República Brasileira - 1ª Fase

Coleção Folha "A República Brasileira: 130 anos"
Fernando Figueiredo Mello, Oscar Pilagallo, Márcia Juliana Santos, Pietro Sant'Anna. São Paulo. Folha de São Paulo. 2019. (volumes 1 a 7) 438 páginas.

Sinopse / Ponderação:
Coleção diagramada em duas colunas imagens e ilustrações da época, permitindo uma leitura rápida. Com uma boa lupa é possível ler os textos de algumas imagens. Cada volume, a partir do segundo, está dividido em capítulos - Governo, Biografia, Para saber mais

Volume 1 - A História da República
A oligarquia agrária do início da República, no comando político do país, passou para a oligarquia dos banqueiros e da religião. Onde o vil metal é mais importante que o bem estar humano da população.
Em noventa páginas, temos um  resumo bem resumido de 130 anos de República. Um texto que lança dúvidas em alguns fatos, aqui, narrados em comparação a outros livros já lidos por nós.

Volume 2 - Deodoro da Fonseca
Apresenta de forma resumida as características manobras do evento ocorrido naquele 15 de novembro, como também, o desmembramento político do mandato de Deodoro. Uma pequena cronologia, isto é, dos  fatos realmente de destaque, dos dois anos de atividade presidencial. A biografia com  dados de relevância histórica.

Volume 3 - Floriano Peixoto
Segue a estrutura do volume anterior. Porém nos é apresentado uma visão/proposta do que seria a realização de Brasília. A Constituição de 1891 já previa sua construção. Nos conta á página 22 a história de Florianópolis, capital de Santa Catarina. Neste como no anterior, temos um breve panorama da participação brasileira na Guerra do Paraguai.

Volume 4 - Prudente de Moraes e Campos Salles
Às páginas 14-15, encontramos alusão à Guerra de Canudos. Talvez, Prudente de Moraes, tenha sido um bom Administrador Público, pelo fato do descrédito inicial ao triunfo no final do seu período.
Em 1900, no Rio de Janeiro, ocorreu a greve dos cocheiros com duração de uma semana. Nossa pergunta e indagação - será que foi a primeira greve do transporte na  história brasileira?!
Esse volume trata dos dois primeiros civis eleitos pelo voto (popular - dentro do parâmetro legal da época) com falhas e manipulações.
É, com  Campos Salles, o início do que seria conhecido como Política dos Governadores ou Política do café com leite ou Política café com leite ou Política café com  café.

Volume 5 - Rodrigues Alves
Já ouvimos que a história se repete. Bem, repete, digamos, para pior. A oposição ao governo, naqueles 1902-1906, parece-nos ser igualitária ao que temos, hoje, 2019. Naqueles anos eram os intelectuais de renome tentando impedir o progresso e modernização. Atualmente, a oposição não mais feita de intelectuais deseja a destruição de um progresso e modernização com tanto direito e esquece do dever.

Volume 6 - Afonso Pena e Nilo Peçanha
Inicio efetivo da Política do café com leite. E da interiorização do país. Continuação da modernização. O grupo de apoio ao Presidente era composta de jovens na faixa dos 30 anos, herdeiros do positivismo. Afonso Pena, ministros e deputados foram apelidados de 'Jardim   de Infância', dada a inovação até, então, em governar. Temos no campo econômico a política de valorização do café.
A breve biografia de Afonso Pena mostra-nos o valor da leitura, tornando-o um intelectual sério. Possibilitou trabalhar em várias áreas técnicas. O que rendeu a nossa história uma personalidade que merece ser seguida. Nos dois anos, seis meses e 23 dias, houve  uma relativa harmonia no país. Pode-se considerá-lo um bom conciliador.  
Nilo Peçanha, o dilema do vice pela segunda vez. Nilo assume e termina o mandato por falecimento de Afonso Pena. Procurou diversificar a economia brasileira em não depender só do café. Preocupou-se com os indígenas da Amazônia (sertão), objeto de cobiça.

Volume 7 - Hermes da Fonseca
O inicio narrativo desse volume pode ser comparado aos delírios eleitorais de 2018. Uma diferença: - só havia o boca a boca e jornal impresso (para quem era letrado). As páginas seguintes relatam as manobras  oposição/situação.
Hoje, no nosso imaginário, costumamos comentar: Ruy Barbosa ganhou a História e Hermes da Fonseca se perdeu dentro dela. É mais fácil lembrar do jurista baiano do que o marechal.
As eleições de 1910 foram o estopim de mudanças que vinham acontecendo. O surgimento da classe média urbana; as organizações de trabalhadores. O inicio do fim da era agrícola no país.



26 de outubro de 2019

O Prisioneiro

O Prisioneiro
The Slave. Anand Dílvar. Trad. Maria Beatriz de Medina. Rio de Janeiro. Sextante. 2018. 112 páginas.

Sinopse:
Após um terrível acidente, um jovem acorda preso a uma cama de hospital, sem conseguir se mexer, se comunicar ou sequer fechar os olhos. Apesar de todos acreditarem que se encontra em coma, ele é capaz de ver e ouvir tudo o que acontece à sua volta.
Sem esperanças de se recuperar e sentindo-se profundamente solitário, ele é surpreendido por uma sábia voz interior que começa a lhe explicar como suas escolhas erradas o levaram a essa situação.
A partir dessa conversa transformadora, ele aprende a ver episódios dolorosos do seu passado com os olhos renovados, cheios de ternura e compaixão. E descobre que é possível deixar para trás o pesado fardo de ressentimentos, medos e culpas que quase destruiu sua vida.

Ponderação:
Uma história, até, banal do ponto de  vista que já ouvimos depoimentos reais a respeito de pacientes no estágio de nosso protagonista em "O Prisioneiro". Pelo lado parapsicológico, lembramos de uma frase dita pelo tenor, José Carreras, que 14 meses é um tempo demasiado para se pensar.
Porém, o pequeno diálogo encontrado na página 16:
" - Pobre Coitado! Seria melhor ter morrido.
- Melhor para nós, você quer dizer. Agora precisamos manter esse vegetal vivo, usando um leito que poderia salvar outra pessoa. Que desperdício!"
Juntamente aos capítulos 9 e 10, deixo-nos estarrecidos, pela falta de profissionalismo daqueles que dizem defensores da saúde dos pacientes e a falta de ética, deixando-os levar pela ganância, realizando um comércio ilegal. Será que nós, pacientes, valemos tão pouco na mãos de profissionais da saúde?



20 de outubro de 2019

Garotas como Nós

Garotas como nós
People like us. Dana Mele. Trad. Ana Death Duarte. São Paulo Universo dos Livros. 2018. 384 páginas. 

Sinopse:
Kay Donovan é uma jogadora de futebol cujo grupo de lindas e populares amigas comanda uma escola particular, mas guarda segredos sombrios que se esforça para não respingarem no presente. No entanto, quando o corpo de uma garota é encontrado no lago da instituição, a vida cuidadosamente construída de Kay começa a desmoronar. 

Ponderação:
Uma coisa assim: O 'passado' te condena. Parece que ninguém aqui tem o juízo normal. Repleta de escândalos e tragédias, esta narrativa descortina uma visão sombria e, não tão, emocionante sobre amizades femininas, as pressões para alcançar sucesso acadêmico. Saúde mental em total desarmonia com padrões estudantis.
Bem, uma história fraca e cheia de barriga. Muita conversa e pouca solução. O penúltimo capítulo entrega a autoria dos crimes, mas deixa no ar a motivação efetiva dos atos. Pode-se dizer que a personagem principal do romance é a 'Mentira', pois no final, qual verdade há nas ações das estudantes.



19 de outubro de 2019

Confúcio

Confúcio em 90 minutos
Confucius in 90 minutes. Paul Strathern.Trad. Cláudio Somogyi. Rio de Janeiro. Zahar. 35 páginas no formato digital.

Sinopse
Este livro apresenta o fundador da filosofia que dominou a China por mais de dois mil anos, e nos informa que ele defendia a pena de morte para crimes como ´a invenção de roupas fora do comum´. Com uma linguagem acessível e textos irreverentes, a série vem fazendo grande sucesso entre o público jovem. Ao abordar não apenas a obra mas também um pouco da biografia dos principais filósofos, 

Ponderação:
Confúcio era um homem prático e entendia que um estado só poderia funcionar através de seus funcionários públicos com virtudes de um trabalho honesto, mas o que seria nos dias atuais tais virtudes de um trabalho honesto? Visto que, muito de nós, utilizamos algumas de suas citações para justificar determinadas ações. Realmente, entendemos o significado filosófico do mestre. Seus ensinamentos não consiste em uma religião, mas, assim, é tratada.



28 de setembro de 2019

Achados e Perdidos

Achados e Perdidos
Luiz Alfredo Garcia-Roza. São Paulo. Cia. das Letras. 186 páginas no  formato digital.

Sinopse:
Noite de sexta-feira em Copacabana. Um menino de rua se apodera de uma carteira perdida; uma prostituta aparece morta, asfixiada, em sua própria cama. O delegado Espinosa está atento para um elemento comum aos dois acontecimentos – a figura do ex-delegado Vieira. O velho policial bebe demais, por isso perdeu a carteira. Quando bebe, se esquece de tudo. Nem ele sabe qual foi sua participação – se é que ela houve – na morte de Magali. Um enigma que envolve meninos de rua, uma insinuante mulher sedutora de delegados, matadores de aluguel, policiais corruptos – a escória da sociedade

Ponderação:
Ok! Sem sombras de dúvidas, Espinosa não é um Sherlock ou Hercule Poirot, mas é inteligente para ligar os pontos.
Com um título  mais que adequado: Achados e perdidos. Vemos ao longo da história; tudo se perde e se acha: pessoas, objetos, esperanças, objetivos... 
Tal como em O Silêncio da Chuva, o autor usa o recurso de cruzar crimes com intenções diferentes por indivíduos diferentes; ou seja, uma ocorrência policial que poderia ser simples, mas que se complica porque se mescla a subtramas e interesses vários. Suas páginas finais são devoradas em busca da solução e pela ansiedade que a leitura nos transmite, uma boa qualidade num romance policial. Porém, como no romance anterior, não fica claro a motivação primeira ocorrida e desencadeia uma série de outros crimes, sem ligação entre si.



Os efantes não esquecem

Os Elefantes não esquecem
Agatha Christie  (1891 - 1976)

Sinopse:
A trama é bem simples: um casal caminha até um penhasco; um deles mata o outro, e logo em seguida se suicida. Para a polícia, foi um pacto de morte. Mas há quem acredite que foi um caso premeditado. O caso aconteceu há pelo menos 10 anos, mas volta a tona depois que uma mulher desconhecida faz perguntas sobre a verdadeira causa das mortes. Assim Hercule Poirot e sua amiga Ariadne entram na investigação e procuram pistas no passado para solucionar o caso.

Ponderação:
Bem, vamos lá! Encontramos, a menção deste livro, em uma listagem feita no início da década de 1980. Naquela época líamos muito, sem a pretensão de relatar, analisando de forma crítica, a leitura. Tanto que consiste uma verdade! Normalmente, prestamos a atenção aos detalhes técnicos de cada exemplar, tal preocupação ocorre após o ano de 1983, quando de nossa formação acadêmica ser oficializada. Desse momento, é uma atividade constante, nos levando ao processo de analise critica da edição da obra como um todo; da entrega do original (do autor e/ou da tradução) passando pela editoração e sua chegada na livraria.

Estamos em processo de releitura da obra.




17 de setembro de 2019

Primavera num espelho partido

Primavera num espelho partido
Primavera con una esquina rota. Mario Benedetti (1920-2009). Trad. Eliana Aguiar. Rio de Janeiro. Alfaguara. 2018. 238 páginas.

Sinopse:
Primavera num espelho partido é um livro arrebatador, que conta a trajetória de uma família separada pela prisão e pelo desterro, as que sobrevive graças à esperança.
O romance intercala múltiplas vozes narrativas, incluindo a do próprio Benedetti, que vivenciou a violência da ditadura e passou parte de sua vida exilado. Ao entrelaçá-la, o autor compõe um mosaico de impressões e sentimentos, num livro marcante sobre a resistência do amor em tempos sombrios.

Ponderação:
Por sua forma narrativa, até, pode ser considerado inovador, mas esse sentimento rebelde dos anos 1960 e 1970 na América Latina, principalmente, na do Sul, não tem mais graça filosófica ou com anti alguma coisa. Não tem mais como emocionar. Só se for de raiva...



13 de setembro de 2019

A seca

A seca
The Dry. Jane Harper. Trad. Claudia Costa Guimarães. São Paulo. Morro Branco. 2019. 368 páginas.

Sinopse:
Não chove em Kiewarra, Austrália, há dois anos. As tensões na comunidade agrícola tornam-se insuportáveis quando três membros da família Hadler são encontrados mortos em sua propriedade. Todos acham que Luke Hadler matou a esposa e o filho de seis anos de idade e depois cometeu suicídio. Apenas a filha mais nova, ainda bebê, sobrevive. O policial Aaron Falk retorna à sua cidade natal para os funerais e se vê atraído para a investigação. Enquanto a suspeita paira sobre todos os moradores da cidade, Falk é forçado a confrontar a comunidade que o rejeitou vinte anos atrás. Um segredo que ele pensou estar enterrado há tempos ameaça voltar à tona com a morte de Luke. Velhas feridas se reabrirão nesta cidade árida.

Ponderação:
A violência da seca pura e simples encontra espaço na literatura; temos exemplos: 'O Quinze' de Raquel de Queiróz, 'Vidas Secas' de Graciliano Ramos. Mas, esse de Jane Harper vem com segredos e o verbo mentir ronda o assassinato triplo:

- Luke mentiu. Você mentiu. Esteja no funeral.
- Luke mentiu. Você mentiu.
- Você mentiu. Esteja no enterro.
- Jamie Sullivan mentiu. Venha já.

A história obedece uma narrativa linear, onde as investigações e flashbacks em torno de todos os personagens, o torna tão envolvente, fazendo o leitor ir na leitura sem parar até a última página.  Seu final, de certa forma, inesperado, devolve o carisma de Luke e Falk.


 

10 de setembro de 2019

Sexto Aniversário

Hoje, comemoramos o sexto ano de nossa existência.

A Tabela abaixo consiste no controle individual de cada postagem.

Obrigada!

Ačiū!

¡Gracias!

Thank you!

Merci!



Balanço em 31/08/2019                   
Aleluia, a cigana                                            231   
Diário da Morte                                             116    
Cardápio Erótico                                            115   
Histórias de Detetive                                      96     
de Castelo a Tancredo                                    90     
A Televisão e Eu                                            49     
Os Métodos de Leitura                                   45     
Perrita                                                             45     
Aracelli, Meu Amor                                       40     
Suicidas                                                          38     10º
A Praça do Diamante                                     36     11º
Só garotos                                                      36     12º
Nas Asas de um sonho                                   35     13º
O menino que queria ser palhaço                  34      14º
Agildo Ribeiro                                               34      15º
O Alforje                                                        33      16º
Uma Carta de Amor                                       32      17º
História e Literatura                                       32      18º
A pequena livraria dos corações solitários    32      19º
Rumo ao sul                                                   32      20º
Inferno                                                            31      acessos
Duas postagens com                                       30      acessos
O Filho desejado                                            29      acessos
Três postagens com                                        28      acessos
Oito postagens com                                        27      acessos
Três postagens com                                        26      acessos
Quatro postagens com                                    25      acessos
Sete postagens com                                        24      acessos
Cinco postagens com                                      23      acessos
Dez postagens com                                         22      acessos
Quatro postagens com                                    21      acessos
Quatro postagens com                                    20      acessos
Sete postagens com                                        19      acessos
Seis postagens com                                        18      acessos
Nove postagens com                                      17      acessos
Dezesseis postagens com                               16      acessos
Dez postagens com                                        15      acessos
Vinte postagens com                                      14      acessos
Catorze postagens com                                  13      acessos
Treze postagens com                                      12      acessos
Vinte e nove postagens com                           11      acessos
Vinte e uma postagens com                            10      acessos
Dezessete postagens com                                  9      acessos
Dezoito postagens com                                     8      acessos
Trinta e seis postagens com                              7      acessos
Vinte e seis postagens com                              6       acessos
Trinta e três postagens com                             5       acessos
Sessenta e uma postagens com                        4       acessos
Setenta e quatro postagens com                       3       acessos
Sessenta e uma postagens com                        2       acessos
Quarenta e uma postagens com                       1       acessos
Deixe a neve cair                                             0       acesso



29 de agosto de 2019

Brilhantes

Brilhantes
Brilliance. Marcus Sakey. Trad. André Gordirro. Rio de Janeiro. Galera / Record. 2015. 474 páginas.

Sinopse:
A partir de 1980, um por cento das crianças começou a apresentar sinais de inteligência avançada. Essa parcela da população, chamada de “brilhantes”, é vista com muita desconfiança pelo restante da humanidade, que teme a forma como esse dom será usado. Nick Cooper é um deles, um agente brilhante, treinado para identificar e capturar terroristas superdotados e levá-los para a custódia do governo. Seu último alvo está entre os mais perigosos que já enfrentou, um líder responsável pelo maior ataque terrorista dos últimos tempos e que pretende começar uma guerra civil. Mas para capturá-lo, Cooper precisa se infiltrar em seu mundo e ir contra a tudo o que acredita. Denominado pelo Chicago Sun-Times como o mestre do suspense moderno, Markus Sakey criou um universo ao mesmo tempo perturbador e incrivelmente semelhante ao nosso, onde um dom pode se tornar uma maldição.

Ponderação:
A diagramação permite uma leitura ágil. Entretanto, a história é um conjunto de receitas literárias e cinematográficas. Bem, assim:

- Uma xícara de "Admirável Mundo Novo" de Aldous Huxley;
- Uma xícara de "Fahreneit 451" de Ray Bradbury;
- Uma xícara de "Doador de Memória" de Lois Lowry;
- Uma xícara de "Ponto de Impacto" de Don Brown e sua teoria sobre a quebra de segurança ser de dentro para fora;
- Uma xícara de "007" e o Satânico Dr. No." de Ian Fleming;
- Uma pitada de 11 de setembro;
- Uma pitada de serial killer;
- Uma pitada de poder governamental;
- Uma pitada de poder manipulador;
- Uma colher de sopa de chantagem política;
- Uma colher de sopa de chantagem emocional;
- Uma xícara de ódio;
- Uma xícara de preconceito;
- Uma xícara de violência pura;
- Uma xícara de controversa espionagem.

O que torna a história não tão brilhante como quer o título é a narrativa conter excesso de barriga, onde nada possui coerência.


28 de agosto de 2019

Lo mejor de mí

Lo mejor de mí
The Best of Me. Nicholas Sparks. Trad. Iolanda Rabascall. Barcelona. Roca Editorial. 2014. 320 páginas.


Sinopse:
Durante la primavera de 1984, cuando todavía iban al instituto, Amanda Collier y Dawson Cole se enamoraron para siempre. Aunque pertenecían a estratos sociales muy diferentes, el amor que sentían el uno por el otro parecía capaz de desafiar cualquier [ ... Pero el verano después de su graduación a la peraja y los llevaría por caminos radicalmente opuestos.
Ahora, transcurridos veinticinco años, Amanda y Dawson tienen que volver a verse para el funeral de Tuck Hostetler, el mentor que encubrió y protegió su historia de amor adolescente. Ninguno lleva la vida que imaginó... y ninguno de los dos ha podido olvidar el apasionado primer amor que cambió sus vidas para siempre. En el curso de un solo fin de semana, se preguntarán: ¿puede el amor reescribir el pasado?

Ponderação:
[ ... ]
"- Es por mí. Los dos lo sabemos. - Dawson dio una patada ao suelo -, Si amas a alguien, has de ser capaz de sacrificarte por ese alguien y dejar que se marche, ¿no?"
[ ... ]
"- ¿Adonde? ¿Con qué? Yo no tengo nada. ¿No lo entiendes? - Dejó las palabras suspendidas en el aire. Ella no contestó, así que continuó -: Solo intento ser realista. Estamos hablando de tu vida... y... ya no puedo seguir formando parte de ella."
[ ... ]
"- No lo sé. Entre vosostros dos hay algo especial, no puedo negarlo.  Y esa magia habrá que no te resulte fácil olvidarla."
[ ... ]

Dawson Cole é honesto consigo mesmo. Não quer levar a vida a margem da lei. Não gosta de  pertencer a uma família de criminosos. Vive recluso por essa razão. Todos com quem manteve um contato social ou profissional, o definem como uma pessoa íntegra. Acredita, fielmente, no poder do amor, no que ele pode curar. Mas, também, destrói!
Amanda acredita no poder dele, porém traça um caminho mais comodo. Com o tempo percebe seu erro em não lutar por aquilo que acredita.
Entre ficção X realidade, o final foi até apropriado, Dawson permaneceu ao lado de seu amor pelo tortuoso caminho de Deus.



27 de agosto de 2019

A Arte de Ler

A arte de Ler
L'art de lire. Émile Fraguet. (1841-1916). Trad. Adriana Lisboa. Rio de Janeiro. Casa da Palavra. 2009. 143 páginas.

Sinopse:
Certa vez, o escritor e filósofo francês Voltaire disse: “Lê-se muito pouco. E, entre os que desejam se instruir, a maioria lê muito mal.” Voltaire talvez repensasse essa afirmação se soubesse que essa maioria que “lê muito mal” simplesmente o faz por não saber como ler. Isso quer dizer que a leitura nada mais é do que técnica? Sim, e não apenas uma, mas um conjunto delas — é o que afirma Émile Faguet.
Escrito no início do século XX, o livro permanece atual quase 100 anos após sua primeira publicação (1911), principalmente quando se leva em conta o excesso de informação dos dias atuais, em que a otimização da leitura se faz oportuna. “A arte de ler é a arte de pensar com um pouco de ajuda”, disse Faguet. Dessa forma, o autor sugere o primeiro passo para um melhor aproveitamento de qualquer livro: identificar os objetivos da leitura e os diferentes tipos de livros, bem como suas particularidades.

Ponderação:
Embora todos os exemplos citados, em sua maioria, pertencem ao mundo literário francês, a conceituação do processo de leitura, bem como, de se ler,  pode ser considerado atualíssimo, no meio de toda essa parafernália de eletrônicos e cibernéticos de nossa vida. Pode ser utilizado como produto didático em cursos de letras. Bastante interessante. Estamos a meio caminho de tornarmos um leitor mais consciente de nós mesmos. A presente edição recebeu um tratamento digno no tocante as notas de rodapé, dando-nos informações precisas de elementos citados no texto, mas com pouco conhecimento do grande público.



26 de agosto de 2019

Todos nós adorávamos caubóis

Todos nós adorávamos caubóis
Carol Bensimon. São Paulo. Cia. das Letras. 2019. 196 páginas.

Sinopse:
Cora e Julia não se falam há alguns anos. A intensa relação do tempo da faculdade acabou de uma maneira estranha, com a partida repentina de Julia para Montreal. Cora, pouco depois, matricula-se em um curso de moda em Paris. Em uma noite de inverno do hemisfério norte, as duas retomam contato e decidem se reencontrar em sua terra natal, o extremo sul do Brasil, para enfim realizarem uma viagem de carro há muito planejada. Nas colônias italianas da serra, na paisagem desolada do pampa, em uma cidade-fantasma no coração do Rio Grande do Sul, o convívio das duas garotas vai se enredando a seu passado em comum e seus conflitos particulares: enquanto Cora precisa lidar com o fato de que seu pai, casado com uma mulher muito mais jovem, vai ter um segundo filho, Julia anda às voltas com um ex-namorado americano e um trauma de infância.
Todos nós adorávamos caubóis é uma road novel de um tipo peculiar; as personagens vagam como forasteiras na própria terra onde nasceram, tentando compreender sua identidade. Narrada pela bela e deslocada Cora, essa viagem ganha contornos de sarcasmo, pós-feminismo e drama. É uma jornada que acontece para frente e para trás, entre lembranças dos anos 1990, fragmentos da vida em Paris e a promessa de liberdade que as vastas paisagens do sul do país trazem. Um western cuja heroína usa botas Doc Martens.

Ponderação:
"Cora deve fazer parte do clube dos ateus. Garota chata... Tudo para ela é ponto de melancolia e coisa sem ou com muito valor. Descreve um Rio Grande do Sul longe dos pontos turísticos, consideramos uma grande valia. As duas amigas não sabem o que desejam mesmo da vida, não enxergam algo positivo no futuro.


25 de agosto de 2019

O sentido de um fim

O sentido de um Fim
The Sense of an ending. Julian Barnes. Trad. Léa Viveiros de Castro. Rio de Janeiro. Rocco / TAG. 2019. 175 páginas.

Sinopse:
Tony Webster vive em Londres. Um dia, recebe uma pequena herança e o fragmento de um misterioso diário de um de seus melhores amigos, Adrian Finn, que cometeu suicídio aos 22 anos. A partir dessa lembrança, Webster revisita sua juventude na Inglaterra dos anos 1960 e tenta decifrar os escritos herdados, confrontando sua própria memória, a inexata versão dos fatos e o seu papel na cadeia de eventos que resultou na morte do brilhante amigo Adrian.

Ponderação:
Esse livro faz com que pensamos e repensar nas questões de nossas ações enquanto jovens; podendo virar remorso na nossa velhice. Aborda o tema de suicídio e como encarar a liberdade, sendo, ela, livre para, até, negar viver a vida. As conceituações de História permite-nos avaliar as diversas teorias, fazendo-nos encarar novas perspectivas das histórias por nós vividas ou ouvidas ou lidas.



28 de julho de 2019

Desenterrando o passado

Desenterrando o Passado
Come, tell me how you live. Agatha Cristie (1891-1976). Trad. Cora Ronái Vieira. Rio de Janeiro Nova Fronteira. 1976. páginas no processo digital.

Sinopse:
A autora narra o trabalho do marido, um dos maiores arqueólogos do nosso tempo, Max Mallowan, e suas implicações para a vida de ambos. A história começa alguns anos antes da Segunda Guerra Mundial, quando o casal visita o Iraque e a Síria. Agatha Christie faz uma crônica dessa experiência e relata de forma divertida como se vive enquanto se desenterra o passado do Oriente Médio

Ponderação:
Livro muito gostoso de ler. Há humor, mas do tipo inglês. Apresenta um pouco do choque cultural entre o ocidente e oriente; mesmo com toda a evolução humana e social, ainda persiste.



Simonal

"Nem vem que não tem": a vida e o veneno de Wilson Simonal
Ricardo Alexandre. São Paulo. Globo. 2009. 336 páginas no formato digital.

Wilson Simonal
Ruy Castro. Rio de Janeiro. Mediafashion. 2008. 64 páginas. {Coleção Folha: 50 anos de bossa nova; v. 17}

Sinopse:
Na metade final dos anos 1960, Simonal rivalizava apenas com Roberto Carlos em termos de popularidade. Dez anos depois, acusado de ser o mandante do sequestro e tortura de seu contador, foi estigmatizado como da ditadura militar – e, oficiosamente, acabou condenado ao ostracismo artístico até morrer em 2000, corroído pelo álcool, pela depressão e pelo esquecimento do público. Simonal era culpado ou inocente? Dedo-duro ou vítima de difamação movida por rancor, inveja, racismo? 

Ponderação:
"Chega de Saudade" de Ruy Castro é o tipo de narrativa, intimamente, ligada a uma tentativa de reconstrução histórica da música popular brasileira nas décadas de 1950 em diante. Consiste numa leitura nivelada no conceito de puro conhecimento de uma época pela qual, muito de nós, não teve oportunidade de usufruir. Possui imagens da turma de ouro desde João Gilberto a Sinatra atento ao Tom Jobim. Porém, tratando da personalidade, que dar título ao presente post, encontramos seis citações, em sete páginas, sendo duas delas compostas por três parágrafos, mencionando o potencial do cantor no revolucionário movimento da Bossa Nova.
"Wilson Simonal" também de Castro; volume 17 da Coleção acima citada, apresenta em 60 páginas, o resumo de um resumo de opiniões e compilações sobre o cantor. É o nosso sentimento ao término da leitura e pela bibliografia apresentada à página 50.
Enfocando "Nem vem que não tem": a vida e o veneno de Wilson Simonal,  bem escrito e aparentando ser isento, mostra-nos um artista de grande talento com um enorme complexo de inferioridade. Em conjunto com pequenos perfis de outros ícones da MPB através de suas relações com Simonal. Voz brilhante, intérprete da maior categoria, carismático com as multidões - levou o público do Maracanãzinho, em 05/07/1969, aproximadamente, 30 mil pessoas, ao delírio cantando junto a ele seus maiores sucessos, no que ficou conhecido como "a noite em que Simonal 'jantou' Sérgio Mendes", É, a partir desse momento, talvez, tenha iniciado todo o processo que mal digerido, levando-o a ganhar fama, através da maior estupidez de sua vida: - a fama de dedo-duro, o de se fazer passar por protegido da ditadura militar para conseguir dar uma lição em um desafeto que ele desconfiava estar lhe passando a perna na contabilidade de sua empresa.
Os artistas resolveram encará-lo de duas maneiras: atacando-o duramente ou mantendo-se à distância. Tanto de uma maneira ou de outra, sua carreira foi condenada, destruída sua vida como ser humano. O nosso entendimento, o show de 5 de julho foi a gota d'água da inveja, por ser carismático com as multidões e de está sempre sorrindo. Ninguém o preparou ou ajudou antes e depois  do evento do Maracanãzinho, ele entrou em rota de colisão com o mundo a sua volta. Infelizmente, pagou caro por suas ações posteriores ao show.



20 de julho de 2019

Seeds of Love

Seeds of Love
Eduardo Amos, Elisabeth Prescher e Ernesto Pasqualin. São Paulo. Moderna. 2004. 40 páginas. {Modern Readers - Satage 4 - 2ª ed.}

Nota / Ponderação:
Fahreneit 451” This film tell the story of the hunt to people that like to read. In the film, that to read becomes unhappy people. The firemen are called to destroy books. The title of the film is the temperature that which happens the destruction of the books. 

"Quando um idoso morre, uma biblioteca é destruída.", metáfora ou não, é uma realidade. Lembrei-me desta frase dita por uma amiga ao assistir as cenas finais de "Fahreneit 451" e ao ler "Seeds of Love".
Now, I am thinking: how can a book do an unhappy person? I don't get to understand.* essa frase fez parte de um exercício redacional em idioma inglês. A pergunta é o nosso não entendimento, é algo inaceitável para a evolução da mente humana.
Concordo, houve momentos na história da humanidade, em que houve verdadeiras fogueiras feitas com livros, onde pessoas tidas como 'sábias e importantes', achavam-se na condição de julgar o que era bom ou ruim para a sociedade. E, ainda há ilhas com tal filosofia.
Não conseguimos entender porquê a leitura possa trazer infelicidade. Voltando ao filme, citado acima, Montag é um ser apagado, sem brilho, trabalha no Corpo de Bombeiros. Sua função é destruir  livros e todo material impresso. Ele vai agindo assim até o dia que começa a ler. Ironicamente, o primeiro livro é: 'David Copperfield' de Charles Dickens. No capítulo 1, 'Eu nasci...'
Neste momento, o filme começa a ficar tenso, cada cena é um atentado os nossos nervos. Um belo trabalho de François Truffaut. Bem, alguém diria, é uma ficção. Está bem, é ficção, mas porquê os autores da literatura de ficção, resolveram trabalhar com a ideia, onde livro é considerado 'persona non grata'.
Por que eles colocam governos autoritários, controlando a vida do cidadão comum, como se fosse objeto descartável. Seriam, esses, escritores autoritários? Eles estariam sendo  patrocinados por algum órgão, também, autoritário? Estariam, eles, denunciando algo para a história? E, qual história acreditar?
Montag menciona: - "Os livros são apenas lixo. Não têm interesse nenhum." Devemos ser como eram os filósofos gregos e romanos? Que papel, realmente, Gutenberg desempenhou? Ou entramos na era da mesmice, preguiça de pensar?




*Now, I am thinking: how can a book do an unhappy person? I don't get to understand.  [Ahora estoy pensando: ¿cómo puede un libro hacer una persona infeliz? No consigo entender. / Agora estou pensando: como um livro pode fazer uma pessoa infeliz? Eu não entendo.]



19 de julho de 2019

O Silêncio da Chuva

O Silêncio da Chuva
Luiz Alfredo Garcia-Roza. São Paulo. Cia. das Letras. 2010. Formato digital.

Sinopse:
No centro do Rio de Janeiro um executivo é encontrado morto com um tiro, sentado ao volante de seu carro. Além do tiro, único e definitivo, não há outros sinais de violência. É um morto de indiscutível compostura. Mas isso não ajuda: ninguém viu nada, ninguém ouviu nada.O policial encarregado do caso, inspetor Espinosa, costuma refletir sobre a vida (e a morte) olhando o mar sentado em um banco da praça Mauá. No momento tem muito sobre o que refletir. De um lado, um morto surgido num edifício-garagem; de outro, a incessante multiplicação de protagonistas do drama. Tudo se complica quando ocorre outro assassinato e pessoas começam a sumir.

Ponderação:
Temos um escritor que não chega a perder a graça de um bom mistério policial, quizás uma Agatha Christie ou um Arthur Conan Doyle poderia ser seu mestre na arte de desvendar um crime. Espinosa gosta de filosofar e passeia pelos sebos em busca de edições primorosas de obras literárias de sucesso. Sherlock Holmes e Hercule Poirot, só para citar dois dos memoráveis inspetores, ficariam surpresos. Porém, estamos no Brasil e, ambientado no Rio de Janeiro, foge do estereótipo do gênero, apresentando fragmentos relacionados dos dramas pessoais, paralelamente, ao tema central da investigação. Carismático, o seu raciocínio de policial, levantando e descartando possibilidades, onde um suicídio que devido a imprevistos parece um crime aos olhos da polícia. Assim, a narrativa simples e elegante, o autor faz uma crítica implícita aos trabalhos da perícia e polícia, vez que por incompetência num caso de fácil solução, complicou-se. Ficou um pouco nebuloso, a questão da motivação do fato principal. Temos a frieza e coragem de Rose, a sair viva do sequestro.