31 de outubro de 2014

O Menino Maluquinho

O Menino Maluquinho
Ziraldo. São Paulo. Melhora-mentos. 1980. 108 páginas.

Sinopse:
Na grande obra infantil de Ziraldo, verso e desenho contam a história de um menino traquinas que aprontava muita confusão. Alegria da casa, liderava a garotada, era sabido e um amigão. Fazia versinhos, canções, inventava brincadeiras. Tirava dez em todas as matérias, mas era zero em comportamento. Menino maluquinho, diziam. Mas na verdade ele era um menino feliz.

Ponderação:
Bom, houve uma época em minha vida, que eu lia quase tudo a alcance de minhas mãos e agradassem aos meus olhos. Em parte a leitura foi feita para estudo de diagramação em obra infantil. Mas, hoje, depois de algumas, várias vezes, leitura, vejo o quão se perdeu a inocência e o lado infantil no adulto foi perdido, porque nos damos ao luxo de crescer muito rápido... Não tão filosófico, mas pode ser comparado ao "Pequeno Príncipe".
 
 
 
 

29 de outubro de 2014

Marina

Marina
Carlos Ruiz Zafón. Barcelona. Planeta. 2011. 290 páginas.

Sinopse:
Óscar Drai se marchó huyendo de sus recuerdos, pensando ingenuamente que, si ponía suficiente distancia, las voces de su pasado se acallarían para siempre. Ahora ha regresado a su ciudad, Barcelona, para conjurar sus fantasmas y enfrentarde a su memoria. La macabra aventura que le marcó en su juventud, el terror y la locura rodearon, curiosamente, la más bella historia de amor.

Ponderação:
Ao terminar a leitura, deu-me uma vontade louca de pegar um avião que me levasse a Barcelona ou a Los Angeles e exigir do autor novas histórias e rápido. Pelo meu, atual, conhecimento não há uma publicação nova com essa estrutura literária, junção de todas as escolas. Se por um acaso, me soltarem em Barcelona, serei capaz de mergulhar no universo da cidade, só com as descrições de Zafón.


27 de outubro de 2014

Diário de uma Paixão

Diário de uma Paixão
The Notebook. Nicholas Sparks. Trad. Renato Marques de Oliveira. Ribeirão Preto. Novo Conceito. 2010. 235 páginas.

Sinopse:
Não sou nada especial; disso estou certo. Sou um homem comum, com pensamentos comuns, e vivi uma vida comum. Não há monumentos dedicados a mim e o meu nome em breve será esquecido, mas amei outra pessoa com toda a minha alma e coração e, para mim, isso sempre bastou." Noah Calhoun Assim tem início uma das mais emocionantes e intensas histórias de amor que você lerá na vida... O livro é o retrato de uma relação rara e bela, que resistiu ao teste do tempo e das circunstâncias. Com um encanto que raramente é encontrado na literatura atual,

Ponderação:
Diário de uma Paixão uma história clássica, com uma perspectiva excepcional sobre a mais importante e única emoção que nos mantém, o verdadeiro amor. Por assim dizer, a beleza da vida está nas coisas simples. Não considerei um texto tão emocionante como diz alguns críticos, listados ao final do livro. É uma bonita história, absorvida. Vale pela citação poética de Walt Whitman.



Tesouro Disney

Tesouro Disney
Nova Cultural. São Paulo. 1987.

Sinopse / Ponderação
Quando postei "Coleções", em 29/09/2014, pretendia enumerar as que eu conheço e por algum motivo, possuo. Talvez a necessidade de encontrar respostas à dúvidas a respeito de pequenas histórias e fatos da Humanidade, ouvidas por aí.
Na verdade Tesouro Disney foi minha aquisição sonhada de outras eras. A presente edição é diferente daquela vista pela primeira vez, não adquirida por falta de grana. 
Façamos as contas: São volumes com capas de cinco cores diferentes e alegres, Verde, azul, amarelo, rosa e vermelho, sendo seis para cada cor. Cada volume possui 40 páginas. Portanto, temos uma coleção com 30 volumes, com um total de 1.200 páginas, entre textos e ilustrações. Conteúdo adaptado da tela de animação para a versão impressa das histórias produzidas pela Disney. Igualmente, conhecimento geral e personalidades do mundo científico, literário, mundo selvagem (atualmente, em escassez) e outros temas.



25 de outubro de 2014

Curso de Literatura

Este post é diferenciado, pois refere-se a sétima e última aula do Curso de Literatura, patrocinado pela Escola do Parlamento da Câmara Municipal de São Paulo, nos dias 16 e 17 e nos dias 20 a 24 de outubro.

Literatura, Política e História


Com um tema complexo, 1ª República: "Pré-Modernismo; Modernismo - 1ª Geração". Foi mais a respeito da política socialista democrática e imigrante, propriamente, a italiana. Onde os textos impressos em jornais, tornam-se mais tarde, obras literárias.



Karina e Alexandre Hecker



Apresentando os principais teóricos 


Público






Curso de Literatura

Este post é diferenciado, pois refere-se a sexta aula do Curso de Literatura, patrocinado pela Escola do Parlamento da Câmara Municipal de São Paulo, nos dias 16 e 17 e nos dias 20 a 24 de outubro.


Literatura, Política e História



Cristine Fickelscherer


O tema da aula foi Literatura Marginal: Resistência e produção de novos sentidos político-literários.
Opa! lembra de quando você leu "Vidas Secas", "Grande Sertão Veredas", "Policarpo Quaresma", bem só para citar, os dois primeiros não foram entendidos como deveriam e nem sequer houve uma explicação. O último, deu até risada. Pois bem, são obras consideradas 'marginais', embora, hoje, sejam clássico da literatura. 
Marginal, porque ousaram escrever a respeito de temas não cotidiano da universalidade política de então.

"Literatura Marginal" Essa literatura data da década de 1970, onde escritores pertencentes à classe média falavam de problemas sociais, produziam, muitas vezes, de forma independente, estando assim à margem da literatura elitista. No ano de 2000, ela ressurge, assumindo a nomenclatura de literatura marginal periférica.
"Literatura Marginal"  Estimula a inteligência, o senso crítico, promovendo a reflexão sobre fatos ou acontecimentos que nos rodeia. Portanto, a literatura trás em si não só uma linguagem especial, mais também contrastes que são reais e que estão dentro de nós, seja, de forma aguçada ou branda. Conhecer esses contrastes é, sem dúvida, conhecer o ser humano em toda sua complexidade, levando-nos a compreender as ações e atitudes que colaboraram para delinear a história. 



22 de outubro de 2014

Curso de Literatura

Este post é diferenciado, pois refere-se a quinta aula do Curso de Literatura, patrocinado pela Escola do Parlamento da Câmara Municipal de São Paulo, nos dias 16 e 17 e nos dias 20 a 24 de outubro.

Literatura, Política e História


A aula de hoje, 2ª República: "As fases matizadas e heroicas da identidade nacional nas 2ª e 3ª gerações do Modernismo."


Mariana Estevam

Mariana Estevam e parcial do público

Vamos considerar como uma continuação da aula de segunda-feira, dia 20; romantização da brasilidade é uma idealização com base nos conceitos europeus. Houve tensão, pois ao expor conceitos de linguística e semiótica, gerou uma pequena controversa. De repente, aquela comparação da literatura com um palito de fósforo, vem a calhar.

"O que a literatura faz é o mesmo que acender um fósforo no campo no meio da noite. Um fósforo não ilumina quase nada, mas nos permite ver quanta escuridão existe ao redor." (William Faulkner)




21 de outubro de 2014

Curso de Literatura

Este post é diferenciado, pois refere-se a quarta aula do Curso de Literatura, patrocinado pela Escola do Parlamento da Câmara Municipal de São Paulo, nos dias 16 e 17 e nos dias 20 a 24 de outubro.

Literatura, Política e História


A Literatura é o outro lado da História Oficial. Podemos acreditar que sim?!!!... Ela tem algo de temporalidade distante dos fatos e sensações. O tema da aula foi "São Paulo: literatura e história: 'Artes Paulistanas e a São Paulo dos Bandeirantes'."

Karina e Rosana Schwartz
A literatura através do discurso positivista do final século XIX, pôde transformar a atitude histórica da cidade. E, ainda, hoje, continua com a mesma mentalidade dos tempos coloniais. nas ações cotidianas baseadas na Ordem e Progresso.

Rosana Schwartz

São Paulo: Artes Paulistanas


Torre de Babel
                                                                           Menotti Del Picchia (1892 -1988)


Eles ergueram a Torre de Babel.
bem na Praça Antônio Prado.
O esqueleto de aço cobriu-se de carne de cimento
e as vigas e guindastes
eram braços agarrando estrelas
para industrializá-las em anúncios comerciais.

Italianos joviais,
húngaros de olhos de leopardo,
caboclos de Tietê arrastando o caipira,

bolchevistas da Ucrânia,
polacos de Wrangel,
nipões jaldes como gnomos nanicos talhados em âmbar

entre as pragas dos contramestres,
os rangidos das tábuas do andaime,
o estridor metálico
das vigas de aço e dos martelos sonoros,
no céu libérrimo de S.Paulo,
fizeram a confusão das línguas,
sem perturbar a geometria rigorosa
do ciclópico arranha-céu!

Lá do alto, o paulista,
bandeirante das nuvens,
mirou o prodígio da Cidade alucinada:
uma casa de três andares
pôs-se a crescer bruscamente
como nos romances de Wells;
outra apontou a cabeça atropelada de caibros
acima do viaduto do Chá;
e começou a desabada carreira
do páreo do azul.
O formidável arranha-céu
com a cabeça nas nuvens
abrigou no seu ventre de concreto
o drama da nova civilização.

Onde estás, meu seráfico Anchieta,
erguendo com o barro de Piratininga,
pelo milagre da tua persuasão,
as paredes rasteiras do Colégio?




20 de outubro de 2014

Curso de Literatura

Este post é diferenciado, pois refere-se a terceira aula do Curso de Literatura, patrocinado pela Escola do Parlamento da Câmara Municipal de São Paulo, nos dias 16 e 17 e nos dias 20 a 24 de outubro.

Literatura, Política e História

Se eu tivesse tido uma orientação nas aulas de Leitura e Literatura, ao menos parecida com a de Mariana Estevam, talvez, hoje, olharia a obra de Machado de Assis com outro olhar. E que maravilha de palestra ou aula.
O tema abordado foi: Brasil Império: 'A romântica construção da identidade nacional idealizada a meio caminho dos movimentos republicano e abolicionista'.


Karina apresentando Mariana Estevam

Mariana Estevam

Para ela, a literatura é tudo na vida. Nesta aula/palestra, até eu aprendi mais algumas coisa a respeito de minha cidade, aquela buscar de saber adormecido e que desperta para a luz. Há outras maneiras de encarar a literatura, fato que já vinha observando no meu processo de leitura, como por exemplo, há possibilidade de contar um fato de várias formas diferente. Com isso, já tenho observado no meu desenvolvimento crítico, mencionados, aqui, no blogue. A literatura é produto ficcional (baseada em pesquisa).
Fator interessante, ela considera produção literária, dita, paulistana para quem escreve mais sobre a cidade do que o nativo da cidade.


Brasil Império:Identidade Nacional


IDÉIAS DO CANÁRIO
                                                                                      Machado de Assis

UM HOMEM dado a estudos de ornitologia, por nome Macedo, referiu a alguns amigos um caso tão extraordinário que ninguém lhe deu crédito. Alguns chegam a supor que Macedo virou o juízo. Eis aqui o resumo da narração.
No princípio do mês passado, — disse ele, — indo por uma rua, sucedeu que um tílburi à disparada, quase me atirou ao chão. Escapei saltando para dentro de uma loja de belchior.
Nem o estrépito do cavalo e do veículo, nem a minha entrada fez levantar o dono do negócio, que cochilava ao fundo, sentado numa cadeira de abrir. Era um frangalho de homem, barba cor de palha suja, a cabeça enfiada em um gorro esfarrapado, que provavelmente não achara comprador. Não se adivinhava nele nenhuma história, como podiam ter alguns dos objetos que vendia, nem se lhe sentia a tristeza austera e desenganada das vidas que foram vidas.
A loja era escura, atulhada das cousas velhas, tortas, rotas, enxovalhadas, enferrujadas que de ordinário se acham em tais casas, tudo naquela meia desordem própria do negócio. Essa mistura, posto que banal, era interessante. Panelas sem tampa, tampas sem panela, botões, sapatos, fechaduras, uma saia preta, chapéus de palha e de pêlo, caixilhos, binóculos, meias casacas, um florete, um cão empalhado, um par de chinelas, luvas, vasos sem nome, dragonas, uma bolsa de veludo, dous cabides, um bodoque, um termômetro, cadeiras, um  retrato litografado pelo finado Sisson, um gamão, duas máscaras de arame para o carnaval que há de vir, tudo isso e o mais que não vi ou não me ficou de memória, enchia a loja mas imediações da porta, encostado, pendurado ou exposto em caixas de vidro, igualmente velhas. Lá para dentro, havia outras cousas mais e muitas, e do mesmo aspecto, dominando os objetos grandes, cômodas, cadeiras, camas, uns por cima dos outros, perdidos na escuridão.
Ia a sair, quando vi uma gaiola pendurada da porta. Tão velha como o resto, para ter o mesmo aspecto da desolação geral, faltava-lhe estar vazia. Não estava vazia. Dentro pulava um canário. A cor, a animação e a graça do passarinho davam àquele amontoado de destroços uma nota de vida e de mocidade. Era o último passageiro de algum naufrágio, que ali foi parar íntegro e alegre como dantes. Logo que olhei para ele, entrou a saltar mais abaixo e acima de poleiro em poleiro, como se quisesse dizer que no meio daquele cemitério brincava um raio de sol. Não atribuo essa imagem ao canário, senão porque falo a gente retórica; em verdade, ele não pensou em cemitério nem sol, segundo me disse depois.
Eu, de envolta com o prazer que me trouxe aquela vista, senti-me indignado do destino do pássaro, e murmurei baixinho palavras de azedume.
— Quem seria o dono execrável deste bichinho, que teve ânimo de se desfazer dele por alguns pares de níqueis? Ou que mão indiferente, não querendo guardar esse companheiro de dono defunto, o deu de graça a algum pequeno, que o vendeu para ir jogar uma quiniela?
E o canário, quedando-se em cima do poleiro, trilou isto:
— Quem quer que sejas tu, certamente não estás em teu juízo. Não tive dono execrável, nem fui dado a nenhum menino que me vendesse. São imaginações de pessoa doente; vai-te curar, amigo...
— Como — interrompi eu, sem ter tempo de ficar espantado. Então o teu dono não te vendeu a esta casa? Não foi a miséria ou a ociosidade que te trouxe a este cemitério, como um raio de sol?
— Não sei que seja sol nem cemitério. Se os canários que tens visto usam do primeiro desses nomes, tanto melhor, porque é bonito, mas estou que confundes.
— Perdão, mas tu não vieste para aqui à toa, sem ninguém, salvo se o teu dono foi sempre aquele homem que ali está sentado.
— Que dono? Esse homem que aí está é meu criado, dá-me água e comida todos os dias, com tal regularidade que eu, se devesse pagar-lhe os serviços, não seria com pouco; mas os canários não pagam criados. Em verdade, se o mundo é propriedade dos canários, seria extravagante que eles pagassem o que está no mundo.
Pasmado das respostas, não sabia que mais admirar, se a linguagem, se as idéias. A linguagem, posto me entrasse pelo ouvido como de gente, saía do bicho em trilos engraçados. Olhei em volta de mim, para verificar se estava acordado; a rua era a mesma, a loja era a mesma loja escura, triste e úmida. O canário, movendo a um lado e outro, esperava que eu lhe falasse. Perguntei-lhe então se tinha saudades do espaço azul e infinito.
. .
— Mas, caro homem, trilou o canário, que quer dizer espaço azul e infinito?
— Mas, perdão, que pensas deste mundo? Que cousa é o mundo?
— O mundo, redargüiu o canário com certo ar de professor, o mundo é uma loja de belchior, com uma pequena gaiola de taquara, quadrilonga, pendente de um prego; o canário é senhor da gaiola que habita e da loja que o cerca. Fora daí, tudo é ilusão e mentira.
Nisto acordou o velho, e veio a mim arrastando os pés. Perguntou-me se queria comprar o canário. Indaguei se o adquirira, como o resto dos objetos que vendia, e soube que sim, que o comprara a um barbeiro, acompanhado de uma coleção de navalhas.
— As navalhas estão em muito bom uso, concluiu ele.
— Quero só o canário.
Paguei-lhe o preço, mandei comprar uma gaiola vasta, circular, de madeira e arame, pintada de branco, e ordenei que a pusessem na varanda da minha casa, donde o passarinho podia ver o jardim, o repuxo e um pouco do céu azul.
Era meu intuito fazer um longo estudo do fenômeno, sem dizer nada a ninguém, até poder assombrar o século com a minha extraordinária descoberta. Comecei por alfabetar a língua do canário, por estudar-lhe a estrutura, as relações com a música, os sentimentos estéticos do bicho, as suas idéias e reminiscências. Feita essa análise filológica e psicológica, entrei propriamente na história dos canários, na origem deles, primeiros séculos, geologia e flora das ilhas Canárias, se ele tinha conhecimento da navegação, etc. Conversávamos longas horas, eu escrevendo as notas, ele esperando, saltando, trilando.
Não tendo mais família que dous criados, ordenava-lhes que não me interrompessem, ainda por motivo de alguma carta ou telegrama urgente, ou visita de importância. Sabendo ambos das minhas ocupações científicas, acharam natural a ordem, e não suspeitaram que o canário e eu nos entendíamos.
Não é mister dizer que dormia pouco, acordava duas e três vezes por noite, passeava à toa, sentia-me com febre. Afinal tornava ao trabalho, para reler, acrescentar, emendar.
Retifiquei mais de uma observação, — ou por havê-la entendido mal, ou porque ele não a tivesse expresso claramente. A definição do mundo foi uma delas. Três semanas depois da entrada do canário em minha casa, pedi-lhe que me repetisse a definição do mundo.
— O mundo, respondeu ele, é um jardim assaz largo com repuxo no meio, flores e arbustos, alguma grama, ar claro e um pouco de azul por cima; o canário, dono do mundo, habita uma gaiola vasta, branca e circular, donde mira o resto. Tudo o mais é ilusão e mentira.
Também a linguagem sofreu algumas retificações, e certas conclusões, que me tinham parecido simples, vi que eram temerárias, Não podia ainda escrever a memória que havia de mandar ao Museu Nacional, ao Instituto Histórico e às universidades alemãs, não porque faltasse matéria, mas para acumular primeiro todas as observações e ratificá-las. Nos últimos dias, não saía de casa, não respondia a cartas, não quis saber de amigos nem parentes. Todo eu era canário. De manhã, um dos criados tinha a seu cargo limpar a gaiola e por-lhe água e comida. O passarinho não lhe dizia nada, como se soubesse que a esse homem faltava qualquer preparo científico. Também o serviço era o mais sumário do mundo; o criado não era amador de pássaros.
Um sábado amanheci enfermo, a cabeça e a espinha doíam-me. O médico ordenou absoluto repouso; era excesso de estudo, não devia ler nem pensar, não devia saber sequer o que se passava na cidade e no mundo. Assim fiquei cinco dias; no sexto levantei-me, e só então soube que o canário, estando o criado a tratar dele, fugira da gaiola. O meu primeiro gesto foi para esganar o criado; a indignação sufocou-me, caí na cadeira, sem voz, tonto. O culpado defendeu-se, jurou que tivera cuidado, o passarinho é que fugira por astuto...
— Mas não o procuraram?
— Procuramos, sim, senhor; a princípio trepou ao telhado, trepei também, ele fugiu, foi para uma árvore, depois escondeu-se não sei onde. Tenho indagado desde ontem, perguntei aos vizinhos, aos chacareiros, ninguém sabe nada.
Padeci muito; felizmente, a fadiga estava passada, e com algumas horas pude sair à varanda e ao jardim. Nem sombra de canário. Indaguei, corri, anunciei, e nada. Tinha já recolhido as notas para compor a memória, ainda que truncada e incompleta, quando me sucedeu visitar um amigo, que ocupa uma das mais belas e grandes chácaras dos arrabaldes. Passeávamos nela antes de jantar, quando ouvi trilar esta pergunta:
— Viva, Sr. Macedo, por onde tem andado que desapareceu?
Era o canário; estava no galho de uma árvore. Imaginem como fiquei, e o que lhe disse. O meu amigo cuidou que eu estivesse doudo; mas que me importavam cuidados de amigos?
Falei ao canário com ternura, pedi-lhe que viesse continuar a conversação, naquele nosso mundo composto de um jardim e repuxo, varanda e gaiola branca e circular. . .
— Que jardim? que repuxo?
— O mundo, meu querido.
— Que mundo? Tu não perdes os maus costumes de professor. O mundo, concluiu solenemente, é um espaço infinito e azul, com o sol por cima.
Indignado, retorqui-lhe que, se eu lhe desse crédito, o mundo era tudo; até já fora uma loja de belchior. . .
— De belchior? trilou ele às bandeiras despregadas. Mas há mesmo lojas de belchior?




17 de outubro de 2014

Curso de Literatura

Este post é diferenciado, pois refere-se a segunda aula do Curso de Literatura, patrocinado pela Escola do Parlamento da Câmara Municipal de São Paulo, nos dias 16 e 17 e nos dias 20 a 24 de outubro.

Literatura, Política e História


Karina apresentando André Arruda

Nesta segunda aula, André Arruda apresentou Brasil Colônia: "O Mito fundador da Brasilidade nas narrativas coloniais", na primeira parte um geral, seguindo na experiência paulistana.


André Arruda

A literatura nos da uma ideia de Brasilidade através da "Carta" de Caminha. Nossa ficção literária vigente até o final do século XVIII, consiste em imitar a literatura europeia.


Parcial do público, fotografia de Autoria da Escola
do Parlamento, estou presente nela.

Análise da Carta de Caminha, tida como primeiro ato de literar o Brasil e sobre o país - escrito aqui por um europeu. Apresentando fragmentos de um ensaio, de Marilena Chauí, sobre a essência da formação continuada da nação brasileira. Talvez, a releitura, atenta, da primeira Carta, possamos nos descobrir como Nação e Nacionalidade. Há muito a ser descoberto e realizado.


Abordagem da formação da língua em São Paulo

Alguns documentos citam que, por volta de 1570 a 1650, o Tupi era a língua geral brasílica e doméstica na província de São Paulo. Do matriarcado e da catequese. No filme Desmundo, retrata um pouco da vida por aqui www.youtube.com/watch?v=oxQe_BeRba0 ...


Brasil Colônia: O mito fundador da Brasilidade 




16 de outubro de 2014

Romas Kalanta

O Sacrifício de Romas Kalanta
Jonas Jakatanvisky. São Paulo. 123 páginas. 2001. Edição alternativa, personalizada e limitada.

Sinopse / Ponderação:
Alguns fatos históricos devem ser, sempre, comentados e relembrados por historiadores para não serem repetidos. Tenho minhas dúvidas a respeito. Vejo muita coisas serem repetidas, principalmente, a questão do Oriente Médio e a constante tentativa de acabar com a liberdade. Esse dom maravilhoso de poder dado ao ser humano, onde alguns se acham no direito de coibir a livre escolha do ser humano.
Enquanto, vivíamos nossa própria censura, em 1972, o mundo girava e girava mesmo. Antes, iremos lá na frente, Pequim, 04 de junho de 1989, um grupo de estudantes resolvem lutar pela liberdade. Aquela imagem do rapaz em frente ao tanque de guerra varou o mundo e, ainda, hoje ela é reproduzida para marcar a ousadia estudantil chinesa para a libertação daquilo que é mais sagrado no ser humano - a liberdade; Massacre da Paz Celestial. Adiante, 2014, região da Crimeia, Ucrânia, a Russia tentando dominar o pequeno país, limitando a liberdade de nossos irmãos.
Retornando, O Sacrifício de Romas Kalanta Onde?... Como?... Por quê?... Revelações sobre a auto-imolação acontecida em Kaunas, Lituânia, em 1972. Ok! Não entenderam... Diferentemente, do que venho postando, desejo apresentar um  pequeno motivo: Há na Vila Zelina um grupo denominado por AMOVIZA, tentando apagar as memórias do bairro, tipicamente Lituano. Por quê? A resposta está sendo em forma de pé de guerra... Esse livro foi uma novidade para mim. A História do povo lituano, ainda, possui muitos fatos para serem descobertos e recontados de maneira não oficial.
A seguir, alguns trechos.

Página 12 - Dramatização baseada na entrevista concedida por Elena Kalantiene (mãe de Romas) ao jornalista Algis Petrulis, sendo publicada no semanário GIMTASIS KRASTAS edição nº 2 (1139) em Vilnius, 12 a 18 de janeiro de 1989, sob o título Romas Kalanta, Lauzas Atgimimo nakti.

Páginas 15 e 16 - "Quando o saudoso padre Pranas Gavenas me pediu que rezasse pela libertação da Lituânia, rezei por rezar.
Já havia lido os 'Cânticos do Martírio lituano', estava muito comovida com o clamor dos poetas deportados para a Sibéria, mas era tempo de guerra fria, tempo do muro de Berlim, e a própria violência e crueldade com que o comunismo se instalara no país e fazia descrer que fosse possível à pequena Lituânia recobrar muito breve suas fronteiras, sua bandeira, seu hino, seu idioma, sua  nacionalidade própria.
Estava enganada. Não sabia que em 1972, um jovem chamado Romas Kalanta havia ateado fogo em seu próprio corpo, em local público, clamando por liberdade para Lituânia. E que seu gesto, fosse causado por mente doentia, ou por exacerbado patriotismo, havia acordado na mente do povo já descontente, um ardoroso anseio de liberdade.
Só através deste livro, escrito por meu amigo Jonas Jakatanvisky, está sendo capaz de avaliar o que realmente se passava por lá.
Agora eu rezo, pedindo a Deus que o sacrifício de Romas Kalanta, tenha a causa que tiver, reverta em benefícios para aquele povo tão sofrido.
Campinas, 16 de abril de 2001, Ana Suzuki."

Página 19 - Expostos os fatos desde o nascimento de Romas, foram acrescentados outros estudos e considerações para que o leitor pudesse formar a sua própria opinião quanto ao por quê?... da sua fatídica decisão de se imolar em praça pública.

Página 21 - A intenção deste trabalho foi não ir além de procurar expor fatos acontecidos na Lituânia, um dos 15 países que ainda formavam a ex-URSS - União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, na década de 70, quando um jovem se imolou. Na época, os fatos divulgados eram suspeitos por estarem sujeitos a se enquadrarem nas normas de segurança do socialismo.
Considerando-se que muitos descendentes de lituanos não dominam a língua dos pais, este trabalho serve para, de alguma forma informa-los sobre aquilo que aqui no Brasil somente pode ser encontrado em lituano e em inglês.

Página 33 - Romas tinha a mania de desenhar cruz, fogo e gente. Por que sentiria prazer nisso? Era uma obsessão, uma compulsão. Assim como uns gostam de pintar paisagens, outros preferem retratos, outros mulheres nuas, outros...

Página 34 -  Quando na 11ª série, em resposta à pergunta:
- Kuo galvoji buti?
Respondeu:
- Kunigu!
Traduzindo:
- O que pretende ser?
- Padre!
Ele responde de forma seca e categórica, sem meios termos.
Como poderiam os diretores e professores aceitar tais idéias? O que poderiam fazer para isolar tais influências de propaganda religiosa considerada "nociva" sobre as crianças?
Sobrava para o pai de Romas:
- Ka tu, tevai, isauklejai?
O que quer dizer:
- O que é que você, pai, educou?
A pergunta ficava sem resposta.
O tempo iria passar e ele ouviria sempre a mesma pergunta. E ele ficava sempre sem resposta que agradasse aos interrogadores. O mais curiosos é que jamais iria entender por que achavam que o seu filho era um "subversivo" Nessa idade?... 

Páginas 38 - Romas protestava contra a falsidade. Achava que todos se "camuflavam" quando falavam, como se vestiam e se olhavam. Fosse ele, filho de um alto funcionário do partido, da cúpula, seria considerado como um garoto extremamente inteligente, extrovertido e para rimar, até mesmo divertido. Mas, não era esse o seu caso. Por isso, não passava de um "doido americanófilo".

Páginas 40 e 41 - Resumo: A namorada de Romas se chamava Lina, namoro não durou muito. Fragmentos do que poderia ser um desabafo: Não culpem ninguém pela minha morte. Eu sabia que mais tarde ou mais cedo teria que fazer isso. Não suporto o sistema socialista. Eu não sou útil para ninguém. Para que viver mais. Para que este sistema me mate? É melhor que eu mesmo... Vejam, ele havia nascido dentro da vigência do sistema socialista.

Página 46 - Inspira profundamente e, como num ritual, cuidadosa e decididamente se encharca de gasolina diante do olhar dos transeuntes surpresos e atônitos que procuram se aproximar sem saber que atitude tomar.
- Meu Deus, o que está acontecendo? - exclama um perplexo.
O primeiro palito de fósforo não acende...
Tremendo, desajeitadamente, pois o odor da gasolina o sufocava, risca o segundo.
Este não falha.
A chama sobe alto, envolvendo-o em tons amarelos, verdes e vermelhos, como se estive rodeado por ninfas flamejantes a bailar.
Ainda de pé, os braços erguidos com os punhos fechados, ele brada conscientemente:
LAI-SVE LIE-TU-VAI!...
(LI- BER-DA-DE À LI-TU-Â-NI-A!...)

Não resistiu, falece em 15/05/1972.

Página 57 - LIBERDADE PARA A LITUÂNIA!!!!
Eram essas as palavras de ordem em todos os órgãos de divulgação num ostensivo desafio à censura. Assuntos adormecidos, mantidos sob controle pela força policial, foram despertados: ideais de humanismo, direitos humanos, além de... liberdade para a Lituânia e para os lituanos.
A inusitada tocha humana chamada Romas Kalanta serviu para recrudescer o que jamais havia sido definitivamente erradicado. O anseio pela liberdade que estava latente veio à tona. O nacionalismo se manifestava.



Hoje, 07 de outubro de 2016, papai do céu mandou buscar o autor desse livro e quem através  de seu conhecimento, pode divulgar para as novas gerações, como era viver sem liberdade.



Curso de Literatura

Este post é diferenciado, pois refere-se a primeira aula do Curso de Literatura, patrocinado pela Escola do Parlamento da Câmara Municipal de São Paulo, nos dias 16, hoje, e 17, amanhã, e nos dias 20 a 24 de outubro.

Literatura, Política e História

Alexandre Huady e Membros da Escola do
Parlamento, Karina e Camila


Alexandre Huady, Karina anunciado no início da palestra

Alexandre Huady, professor da PUC apresentou "A literatura e engajamento social." Disse que não há literatura menor ou literatura maior, é uma questão pessoal, se gostarmos de um autor, o resto não interessa.

Soneto da Fidelidade de Vinicius de Moraes, fala nos de amor.

PalavraMundo de Paulo Freire = A Leitura do mundo precede a leitura da palavra.

A literatura não tem a obrigação de ser real ou de fala da realidade, ela retrata a realidade.

Música é uma forma de literatura.

Fotografia é uma forma de literatura.

Literatura é mais conotativa e menos  denotativa.

Literatura é dar cor as palavras, em destaque a poesia.

Literatura procurar decifrar os fatos sócias - Crítica Social.

Índio - Herói de nossa literatura tem a mesma configuração estética do Cavaleiro Medieval da literatura europeia.

A nossa Iracema de José de Alencar representa a América e Martins a Europa.


Alexandre Huady num momento de empolgação

Aula A literatura e engajamento social


Momento da apresentação do Lado Social e Duro da poesia de Vinicius de Moraes, <Balada dos mortos dos campo de concentração>.

Balada dos mortos dos campos de concentração         



Cadáveres de Nordhausen Erla, Belsen e Buchenwald!
Ocos, flácidos cadáveres
Como espantalhos, largados
Na sementeira espectral
Dos ermos campos estéreis
De Buchenwald e Dachau.
Cadáveres necrosados
Amontoados no chão
Esquálidos enlaçados
Em beijos estupefatos
Como ascetas siderados
Em presença da visão.
Cadáveres putrefatos
Os magros braços em cruz
Em vossas faces hediondas
Há sorrisos de giocondas
E em vossos corpos, a luz
Que da treva cria a aurora.
Cadáveres fluorescentes
Desenraizados do pó
Que emoção não dá-me o ver-vos
Em vosso êxtase sem nervos
Em vossa prece tão-só
Grandes, góticos cadáveres!
Ah, doces mortos atônitos
Quebrados a torniquete
Vossas louras manicuras
Arrancaram-vos as unhas
No requinte de tortura
Da última toalete...
A vós vos tiraram a casa
A vós vos tiraram o nome
Fostes marcados a brasa
Depois voz mataram de fome!
Vossa peles afrouxadas
Sobre os esqueletos dão-me
A impressão que éreis tambores —
Os instrumentos do Monstro —
Desfibrados a pancada:
Ó mortos de percussão!
Cadáveres de Nordhausen Erla, Belsen e Buchenwald!
Vós sois o húmus da terra
De onde a árvore do castigo
Dará madeira ao patíbulo
E de onde os frutos da paz
Tombarão no chão da guerra!



9 de outubro de 2014

O Príncipe e o Mendigo

O Príncipe e o Mendigo
Mark Twain (1835-1910). Trad. Ganymédes José. Editora Tempo Cultural. 1989. 144 páginas. {Essa edição foi traduzida do espanhol e pertence 'Coleção Grandes Aventuras'}

Sinopse:
A história passa-se na Inglaterra, no século XVI. Tom Canty, um menino muito pobre e cheio de imaginação, consegue entrar no palácio real. Encontra Edward, o príncipe de Gales, e ambos descobrem que são bastante parecidos. Trocam de roupas e vêem que não há diferença entre eles. Edward, então, sai do palácio com as roupas de Tom, mas não consegue voltar, pois ninguém o reconhece. O mendigo passa a ocupar seu lugar como príncipe. Qual será o final dessa aventura? Alguém os reconhecerá?

Ponderação:
Bom, nos divertimos com as atrapalhadas de Mickey, na adaptação da obra pela Disney. Nos emocionamos com o filme de 1977. Temos que ter em mente o seguinte: Adaptações de obra literárias constituem uma releitura - a visão do roteirista e do diretor de nova obra. Livro é uma obra! Filme é outra obra! - Ponto final.
Mas, no Capítulo 7 - O almoço de Tomás no Palácio segue bem o esquema: 'Aquilo que você vê, nem sempre é aquilo que se vê.' Complicado, mas é isso mesmo, enquanto o verdadeiro príncipe passa pela mesma situação, na pobreza absoluta. Estão dizendo a verdade, porém ninguém está com os olhos bem abertos para ver o correto. Convenhamos, todas as adaptações feitas da obra não conseguem impor o sentido exato dado pelo autor. Todo sonho só pode ser realizado em sonho (meio propício) em outra circunstância, torna-se um pesadelo. E para sair dele, deve-se vivenciar todas as amarguras da vida.
Já no Capítulo 17 - A leitura atenta desse capítulo, fez-me lembrar de dois fatos: o mendigo (hoje, morador de rua ou sem teto) é merecedor de nossa caridade e simpatia? O tal deficiente é, realmente, deficiente de fato.
- Uma vez, foi-me narrado o seguinte: - o cidadão bem apresentado, olha para um lado e outro lado; levantou a tampa de inspeção da Sabesp, no meio da rua, retirou um saco plástico dentro contendo roupas. Trocou de roupa, passou algo no rosto e nos braços e pernas para parecer está a mais de um mês sem tomar banho. Ensacou a roupa boa, colocando-o no local aberto, recolocando a tampa. - Conclusão: Pergunta: - Mendigo virou profissão?
Quem teve o prazer de assistir "Candinho", filme de 1954 com Mazzaropi, vai lembrar do professor Pancrácio (Adoniram Barbosa), na fazenda um ilustre professor. Na capital de São Paulo, um ilustre mendigo (marador de rua). 
Bom, o Príncipe e o Mendigo é uma história de ficção passada no reinado de Henrique VIII, mas a real história era bem pior. A História se repete ou o ser humano é preguiçoso mesmo?!...




5 de outubro de 2014

Aviso 9

Aviso 9


Estou, mais uma vez, dando um Aviso, querido leitor, querida leitora! Sempre há um que está chegando pela primeira vez. Portanto: - Não sigo a tendência da moda literária, possuo meus próprios parâmetros de indicação de leitura. Visto que a memória é minha grande aliada nesta empreitada, porque estou postando sobre os livros lidos desde os meus 12 anos, quando já cursava a 5ª série do 1º Grau, com a chamada leitura obrigatória curricular. Quer dizer já somam quarenta anos de leitura e as mais recentes. Neste ínterim, ficaria, imensamente, feliz com maior número de comentários, se gostaram dos livros ou do que eu escrevi.
O descrito em "Ponderação" pode e poderá ser considerado, sim, como uma visão e vivência de leitora comum, a consumidora e devoradora de livros e leituras. Não reflete opiniões pré-definidas de Direção de Redação ou Empresa Editorial. A maioria não estão, propriamente, em estilo jornalístico ou acadêmico. Abrange um rigor peculiar e particular em relação a memória. A leitura contemporânea, atual, virá com maiores ingredientes ou não. Muitas delas são frutos de indicações sugeridas no processo de leitura ou frase mencionada ou que corrobore com algum conceito exposto na convivência diária com outras pessoas.
Depois da confusão e contratempo da informática, o pavor já foi embora, chego ao último trimestre do ano mais confiante. Pequenas surpresas estão acontecendo. Realmente, Estou bastante Curiosa, isto sim, pois um livro de Título - Diário da Morte, A Tragédia do Cessna 140 - está sendo visitado e já consta com 25 indicação de leitura, interessante, pois é um livro fora do parâmetro literário. Gostaria de obter informações desses leitores, eles não postaram nenhum comentário. Pergunto-me o que há de tão importante neste livro. A não ser, simplesmente, o relato da eterna burocracia brasileira e paraguaia, o motivo de não chegar a tempo de salvar o piloto com vida.


Agradeço a visita...