28 de dezembro de 2021

Convite para um homicídio

Convite para um homicídio
A Murder is AnnouncedAgatha Christie (1890 - 1976). Trad. Maria Isabel Garcia. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 5ª ed. 1977. 248 páginas.

Sinopse:
Convida-se para um homicídio, a ter lugar sexta-feira, 29 de outubro, em Little Paddocks, às 18h30m. Espera-se a presença de todos os amigos da família; não haverá outra convocação "Chipping Cleghorn é apenas mais um vilarejo, quase esquecido, da Inglaterra pós guerra. Um ambiente pacato, formado por habitantes que encontraram um refúgio, mas também onde ninguém sabe do passado de ninguém. Lá residem os Easterbrooks, o orgulhoso coronel que morou na India e sua esposa pedante; a dominadora Mrs. Swettenham e seu filho Edmund que vive às custas da mãe, enquanto escreve um livro que nunca termina; as Misses Hinchlife e Murgatroyd, a primeira máscula e decidida, e sua companheira atrapalhada e insegura; o reverendo Julian Harmon, um intelectual incompreendido e sua esposa Bunch, uma mulher simples, inocente, mas extremamente perspicaz; e por fim, em Little Paddocks residem várias pessoas de diferentes personalidades: Miss Backlog: a dona da residência, ex-secretária de um Magnata, independente e sensata Dora Bunner: amiga de escola de Miss Backlog, devotada, leal, porém não muito competente. Foi morar em Little Padocks, pois estava vivendo em condições precárias e imensamente grata a amiga, porém vive causando problemas Mitzi: uma refugiada de guerra, explosiva, arrogante e incrivelmente engraçada. Patrick Simmons: Um bonito rapaz, primo de Miss Backlog, foi morar com ela para dar continuidade aos estudos, dono de um senso de humor insensato e escorregadio. Julia Simmons: A esnobe irmã de Patrick, estuda enfermagem, e vive alfinetando os demais. Arrogante, mas bonita e evasiva Phillipa Haymes: A séria e misteriosa Phillipa, é alvo frequente da malícia de Mitzi e Julia. Trabalha com, jardinagem para sustentar o filho, fruto do casamento um soldado que morreu na guerra. Deixa transparecer que esconde um segredo. Todas essas personagens viviam razoavelmente pacificamente em Chipping Cleghorn. Fazendo trocas de produtos, tentando driblar o racionamento até mesmo de carvão, no câmbio negro. Entre algumas fofocas locais e outras, que sempre acontecem em pequenos vilarejos, todos viviam em uma certa paz. Até a Gazzete, o jornal local, anunciar um homicídio em Little Padocks. Todos pensavam que não se passava de uma brincadeira de mau gosto, mas a curiosidade fez com que todos estivessem lá. E como dizia o anuncio no Jornal às 18h30m algo acontece, um crime. É quando o Inspetor Dermont Craddock aparece pela primeira vez nas histórias, da maior detetive feminina: Miss Marple. E juntos, eles vão trabalhar para descobrir quem é o assassino, antes que ele faça mais vítimas, na corrida contra o tempo, Miss Marple prova mais uma vez que a natureza humana é sempre a mesma.

Ponderação:
Fantástico! A leitura é uma caminhada por vários suspeitos ou nenhum, porém a descoberta do real criminoso é inacreditável...



A Trégua

A Trégua
La Tregua. Mario Benedetti. (1920 - 2009). Trad. Joana Angélica D'Avila Melo. Rio de Janeiro. Alfaguara. 2021 208 páginas.

Sinopse:
Publicado em 1960, A trégua é o mais famoso romance de Mario Benedetti e uma das obras mais importantes da literatura latino-americana contemporânea. Escrito em formato de diário, com um texto incisivo, muitas vezes irônico, o livro conta a história de Martín Santomé, um "homem maduro, de muita bondade, meio apagado mas inteligente".
Prestes a completar cinquenta anos, viúvo há mais de vinte, Santomé mora com os três filhos. Não se relaciona bem com nenhum deles, tem poucos amigos e mantém uma rotina cinzenta, sem sobressaltos. No diário, conta os dias que faltam para a aposentadoria, mas não tem ideia do que fará assim que se livrar do trabalho maçante.
Seu destino, no entanto, mudará quando conhecer Laura Avellaneda, uma jovem discreta e tímida. Com ela, Martín Santomé voltará a conhecer o amor, numa luminosa trégua para uma vida até então taciturna e opaca. Este livro é, porém, muito mais do que uma história de amor. É um belíssimo questionamento sobre a felicidade e um retrato às vezes bem-humorado, às vezes ferino, dos difíceis relacionamentos humanos.

Ponderação:
Uma história que vai além das tradicionais narrativas românticas. Discorre sobre a solidão de um ponto de vista um tanto devastador para quem lê, pois fala de dentro do vazio que todos sentimos em algum momento. 
Em A Trégua temos o seguinte: - a redescoberta do amor, a busca da felicidade, seu verdadeiro significado e uma profunda reflexão sobre o tempo.
E, incrível atemporalidade, do tempo de e para aposentadoria. Por que todos pensam em aposentar e não fazer nada, é aí que a vida perde o sentido...


22 de dezembro de 2021

Dos Hermanas

Dos Hermanas
Deux soeurs. David Foenkinos. Trad. María Teresa Gallego Urrutia y  Amaya García Gallego. Barcelona. Alfaguara. 2020. 152 páginas.

Sinopse:
De un día para otro, la felicidad de Mathilde se derrumba cuando Étienne le anuncia «Voy a dejar el apartamento». No «Voy a dejarte». Pero Mathilde, profesora de literatura (en ese preciso momento está descubriendo La educación sentimental de Flaubert a sus alumnos), comprende lo terrible de la frase. ¿Cómo es posible que ese hombre al que ha amado locamente durante cinco años ya no la ame? ¿Cómo no hundirse frente a un vacío tan repentino como inaceptable? ¿Qué futuro le espera? Devastada, deja que su hermana Agathe la acoja en el pequeño piso que comparte con su esposo Frédéric y su hija Lili. Gradualmente, se empiezan a tejer nuevos lazos, insospechados, en este nuevo seno familiar donde todos luchan para encontrar un equilibrio. Hará falta muy poco para que todo dé un vuelco, porque Mathilde revela una nueva personalidad, tan peligrosa como inesperada.

Ponderação:
Dos hermanas é oposto aos romances La Delicadeza e Hacia la belleza. Um thriller psicológico fantástico. Étienne abandona Mathilde. Por quê? Íris? Essa questão não ficou sólida na narrativa, visto pela visão da protagonista como uma relação feliz? Será? Ao passo que entra na tormenta em aceitar o inevitável. Emerge uma personalidade diabólica, capaz de realizar o inesperado e o final nos parece suspeito até que se prove o contrário.


20 de dezembro de 2021

Uma outra história / Escritos negros : Textos contemporâneos

Uma outra história / Escritos negros: textos contemporâneos
Vários autores. Porto Alegre. TAG. 2021. 143 páginas cada.

Sinopse / Ponderação
- Zélia Amador de Deus com A língua é um pássaro em suas mãos, apresenta a obra.
- Itamar Vieira Junior narra Ler, escrever, voltar parra casa.
- Djamila Ribeiro narra As descobertas da escrita.
- Edwidge Danticat apresenta Marie Micheline: uma vida no Haiti, tradução de Lígia Azevedo. Um pouco da História do Haiti.
- Cultura preta, periférica, diaspórica: uma conversa entre Allan da Rosa e Marcelo D'Salete. A questão 'diaspórica' não é uma expressão exclusiva para negros/afrodescendentes, qualquer etnia está sujeta aos desmando do mundo.
- Alain Mabanckou expõe Elogios das fronteiras, tradução de Leo Gonçalves. "Reivindicar uma 'africanidade' é uma atitude fundamentalista e intolerante."

- Luiz Maurício Azevedo em As cores da fé apresenta a obra.
- Teresa Cárdenas Angulo apresenta Afro-cubana: identidade e memória através da escrita, tradução de Nina Rizzi. Como sobreviver em Cuba na era Castro.
- Nadifa Mohamed apresenta Filsan, tradução de Lígia Azevedo.
- Jeferson Tenório narra As confissões de um romancista negro.
- Arte e estética negra: uma conversa entre Allan da Rosa e Marcelo D'Salete.
- Cidinha da Silva em Como me tornei escritora.

- Saiba mais, nos dois volumes, apresenta nomes citados pelos autores no decorrer de seus textos, nos  dando o mais importante deles dentro da História da Humanidade.

Mágoa é o resultado final da leitura desses dois volumes de contos, curtíssimos. A literatura é como a alma, não produz cores. As cores são produzidas pela nossa vivência no ambiente geográfico que nascemos. Em nossa vivência sempre tivermos contato com todas as etnias, jamais discriminando, porém estamos sendo discriminados por autores negros, autoras negras. Com 'racismo' próximo do ódio. Nenhuma etnia tem o poder de desprezar uma outra, por não se adequar aos níveis de submissão rancorosa movida pelo andamento histórico passado. 
A arte não tem cor. Ela é bela ou feia de acordo com os olhos de quem a vê. O mesmo ocorre com a leitura, ela é boa ou ruim conforme a identificação magica de quem a lê.
Foi possível observar o conceito 'História' registrado desses humanos privilegiados pelo universo da escrita, literatura e leitura dentro da universalidade das ações humanas. O prazer encontrado na leitura, abrindo caminho da consciência sábia do mundo do conhecimento.
A literatura não pode criar racismo! Não pode criar preconceito! Não pode ser rotulada!

 

18 de dezembro de 2021

Hacia la belleza

Hacia la belleza
Vers la beauté. David Foenkinos. Trad. Regina López Muñoz. Ciudad de México. Alfaguara. 2019. 197 páginas.

Sinopse:
Antoine Duris es profesor en la Academia de Bellas Artes de Lyon, pero, de un día para otro, decide dejarlo todo para convertirse en un guarda del Museo de Orsay; en concreto, de la sala que alberga el retrato de Jeanne Hebuterne, de Modigliani. Mathilde, su jefa en el museo, se encuentra tan perpleja como atraída por su extraña personalidad y el enigma de su vida. Algo terrible le ha sucedido, pero ¿qué? De momento, para sobrevivir, Antoine solo ha encontrado un remedio: dirigirse hacia la belleza.

Ponderação:
Quando terminamos a leitura deste, começamos a questionar o que é beleza? Como encarar a beleza encontrada na pintura ou outra manifestação artística. Seria a beleza a sensibilidade do artista? Como vemos a beleza em uma obra?
O romance descreve a devastação de almas, sua recuperação através da arte. É ao mesmo tempo luminoso e obscuro. Um manual sobre as relações amorosas cheias de humor e filosofia, onde a sensibilidade na observação da beleza converge a  uma verdade relativa.