30 de agosto de 2014

Noites Fascinantes

Noites Fascinantes
Paulo Oliver. São Paulo. Fiuza Editores. 2004. 63 páginas.

Sinopse / Ponderação:
Não têm como fazer a sinopse de livro. Lucubração pura. Para iniciar qualquer tipo de análise, a capa com alusão aos 450 anos de fundação de São Paulo não indica que seja textos alusivos a Noites Fascinantes. Melhor, não há como qualificar esses textos, os quais assemelham aos versos de crianças em idade de aprendizado dos primeiros anos da escola. As imagens encontradas em algumas páginas não tiveram o tratamento adequado para tal empreitada. Não foi possível escolher um poema para ilustrar este post.




Éramos Seis

Imagem da Internet, a edição que li vinha com
capa dura, pois havia sido restaurada.
Éramos Seis
Maria José Dupré (1898-1984). São Paulo. Ática. 1975. 194 páginas.

Sinopse
A história de Dona Lola e sua família, uma bondosa e batalhadora mulher que faz de tudo pela felicidade do marido, Júlio, e dos quatro filhos: Carlos, Alfredo, Julinho e Maria Isabel. A vida de Dona Lola é narrada desde a infância das crianças, quando Júlio trabalha para pagar as prestações da casa onde moram, passando pela chegada dos filhos à fase adulta e de Dona Lola à velhice. Conforme os anos passam, vão se modificando as coisas na vida de Dona Lola: a morte de Júlio; o sumiço de Alfredo pelo mundo; a união de Isabel com Felício, um homem separado; a ascensão de Julinho, que se casa com uma moça de família rica. O título do livro vem da situação de Dona Lola ao fim da vida, sozinha num asilo: eram seis, agora só resta ela. Também são expostos no livro outras personagens, como os familiares de Lola: na cidade de Itapetininga, interior paulista, moram a mãe, Dona Maria; a tia Candoca; as irmãs Clotilde, solteira, e Olga, casada com Zeca, seu cunhado; na cidade, vive a rica tia Emília, irmã de seu pai; e a filha dela, Justina.

Ponderação:
Quando li o romance, foi para verificar algumas falhas na adaptação feita pelo SBT, nos anos 1980. Havia cenas e personagens que não se encaixavam. Mais, ainda, pela adaptação anterior feita pela extinta Tupi, dos comentários de quem a assistiu. Não poderei afirmar ou não se gostei, porque só assisti alguns capítulos da segunda versão, visto que minha avó assistia e, durante o jantar, eu nas poucas vezes coincidentes de o trânsito estar bom, na época.
Narrada em forma de lembranças, por Lola descreve sobre sua vida e de sua família. As inúmeras vicissitudes da vida vão moldando a histórias e o caráter de seus filhos, mesmo sendo criados juntos, são muito diferentes. O retrato da história é, ainda hoje, pais sem autoridade diante dos filhos, que fazem o que quer, ou seja, os pais de uma maneira ou de outra sempre acabam cedendo, até chegar um ponto intolerável, turbulento de aflição, tormento, noites sem dormir, família se desmoronando, em que os pais na velhice são jogados em asilos, sendo que os filhos nunca ajudaram em nada, nunca chegaram perto do fogão. Passeia pela política da época e da Revolução de 32, com muita morte, onde o povo paulista em não aceitar um governo sem Constituição, uma terrível página da história de São Paulo, Pouco lembrado hoje, pelos paulistas e pouco sabem do porquê do feriado 9 de julho.



28 de agosto de 2014

El beso de la mujer araña

Montagem do  livro, que na época do curso fora
em forma de apostilha. Capa dura feita em 2012.
El Beso de la Mujer Araña
Manuel Puig (1932-1990). Barcelona. Seix Borral. 1980. 290 páginas.

Sinopse:
Dos hombres muy diferentes, que sufren la injusticia de un mismo orden represivo, se encuentran encarcelados juntos. Ésta es la historia de Valentín Arregui Paz, ideólogo y aspirante revolucionario, quien se halla encerrado en la celda de una prisión argentina con Luis Molina, decorador de vidrieras, homosexual y aspirante a femme fatale.

Ponderação:
Tomei conhecimento desta obra através do filme com Sonia Braga no papel da Mulher Aranha. Não assisti. A leitura, obrigatória, durou o ano letivo, através da didática empregada pela professora. Quer dizer, meu segundo romance lido em idioma espanhol. Ponto final, não sei se gostei ou não. Leitura foi tumultuada.



A Menina que Roubava Livros

A Menina que Roubava Livros
The Book Thief. Markus Zusak. Trad. Vera Ribeiro. Rio de Janeiro. Intrínseca. 2010. 480 páginas. Com ilustrações de Trudy White.

Sinopse:
A trajetória de Liesel Meminger é contada por uma narradora mórbida, surpreendentemente simpática. Ao perceber que a pequena ladra de livros lhe escapa, a Morte afeiçoa-se à menina e rastreia suas pegadas de 1939 a 1943. Traços de uma sobrevivente: a mãe comunista, perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde um casal se dispõe a adotá-los por dinheiro. O garoto morre no trajeto e é enterrado por um coveiro que deixa cair um livro na neve. É o primeiro de uma série que a menina vai surrupiar ao longo dos anos. O único vínculo com a família é esta obra, que ela ainda não sabe ler.
Assombrada por pesadelos, ela compensa o medo e a solidão das noites com a conivência do pai adotivo, um pintor de parede bonachão que lhe dá lições de leitura. Alfabetizada sob vistas grossas da madrasta, Liesel canaliza urgências para a literatura. Em tempos de livros incendiados, ela os furta, ou os lê na biblioteca do prefeito da cidade.
A vida ao redor é a pseudo-realidade criada em torno do culto a Hitler na Segunda Guerra. Ela assiste à eufórica celebração do aniversário do Führer pela vizinhança. Teme a dona da loja da esquina, colaboradora do Terceiro Reich. Faz amizade com um garoto obrigado a integrar a Juventude Hitlerista. E ajuda o pai a esconder no porão um judeu que escreve livros artesanais para contar a sua parte naquela História. A Morte, perplexa diante da violência humana, dá um tom leve e divertido à narrativa deste duro confronto entre a infância perdida e a crueldade do mundo adulto.

Ponderação:
Minha idade permite alguma lembrança das histórias e o medo da eclosão de uma guerra. Somente quem viveu dentro de uma sabe o que realmente significa. Enquanto lia A Menina que Roubava Livros pude visualizar os horrores relatados, pessoalmente, por pessoas conhecidas ou através dos artigos, livros de colegas jornalistas e de historiadores. No Brasil, no período do governo de Getúlio Vargas, quem era ariano, tinha pavor da possibilidade de deportação. Envolvida na história de Liesel Meminger e Hans Hubermann, foi-me possível perceber que a população mais humilde e até, alguns oficiais, não era tão a favor do Hitler, que soube manipular muito bem as palavras e despejar seu ódio (pessoal) contra a humanidade. Mas, foram essas mesmas palavras, na boca de Hans, Rosa, Ruby, Ilsa, semearam esperança e fé a Liesel. O autor foi bem feliz, relatando o lado simples e humano, amoroso no meio da destruição total de um país. E haja palavras para mais histórias semelhantes a essa.

Curiosidade:
"Na Island Books, a Srª Cumberbatch, de 82 anos, deseja a devolução da quantia paga por A Menina que Roubava livros. Ela não gostou da história, por ser narrada pela Morte". [página 39-40 - in "A vida do Livreiro A.J. Fikry, The storied lif of A.J. Fikry. - de Gabrielle Zevin]



27 de agosto de 2014

Se houver amanhã

Se Houver Amanhã
If Tomorrow Comes. Sidney Sheldon (1917-2007). Trad. A. B. Pinheiro de Lemos. Rio de Janeiro. Record. 1985. 402 páginas. {Best of The Best}

Sinopse
Crimes perfeitos, como o roubo de um quadro de Goya do Museu do prado, são um desafio pára Tracy Whitney. Mas ela não é uma ladra qualquer: para vingar-se dos homens que a colocaram injustamente na prisão, Tracy torna-se uma especialista em aplicar golpes em empresários inescrupulosos. De Nova Orleans a Londres, passando por Paris, Biarritz, Madri e Amsterdam, ela desafia a Interpol com uma série de ações ousadas, tendo como rival apenas Jeff Stevens, um irresistível trambiqueiro.

Ponderação:
Livro surpreendente e cheio de reviravoltas, trapaças, roubos e desafios. É uma estória de superação e vingança (tem algo de parecido com O Conde de Monte Cristo). A protagonista Tracy é uma mulher, acima de tudo, orgulhosa, mas, também, sonhadora, inteligente, amorosa e que quer superar todos os desafios e dificuldades. 




O Diário de Anne Frank

Diário de Anne Frank
Anne Frank. Com supervisão de Otto Frank. Trad. Elia Ferreira Edel. São Paulo.     Círculo do Livro. 1992. 234 páginas.

Sinopse:
12 de junho de 1942 - 1° de agosto de 1944. Ao longo deste período, a jovem Anne Frank escreveu em seu diário toda a tensão que a família Frank sofreu durante a Segunda Guerra Mundial. Ao fim de muitos dias de silêncio e medo aterrorizante, eles foram descobertos pelos nazistas e deportados para campos de concentração. Anne inicialmente seguiu para Auschwitz e mais tarde para Bergen-Belsen.

Ponderação:
No esconderijo, Anne percebe quem são, realmente, seus pais. Ela passa pelas transformações físicas e psicológicas, rápidas demais, na tentativa de sobrevivência e tenta enxergar algo mais no horizonte. Seus amigos que a protegeram e seu pai, o único da família a ser salvo, são responsáveis pela divulgação de parte da trágica história da humanidade. O Legado da Família Frank estão nas palavras eternas de Anne, uma adolescente como qualquer outro, mas vivendo no meio do caos.



24 de agosto de 2014

O Dia em que Getúlio Matou Allende

O Dia em que Getúlio Matou Allende e outras novelas do Poder
Flávio Tavares. Rio de Janeiro. Record. 2004. 333 páginas.

Sinopse:
Um encontro casual do jovem estudante Flávio com Salvador Allende, na China em 1954, logo após o suicídio de Getúlio Vargas, é um dos casos de O dia em que Getúlio matou Allende . Nele, a História recente do poder é contada na sua realidade crua e irônica, na forma de novelas do dia-a-dia, sem a solene fantasia da política. A face oculta da vida pública aparece com suas intimidades, falcatruas, dramas ou alegrias e a relação homem-mulher (escondida pelos biombos do poder) surge como parte da política. Flávio Tavares conta as profundezas do que viveu, viu e ouviu como jornalista político, nos centros do poder, durante os anos 50 e 60, e os personagens surgem nus, com a alma e as entranhas à vista. As histórias íntimas de Getúlio marcam o itinerário do suicídio. 

Ponderação:
Quando a minissérie "Agosto" foi ar, baseado na obra homônima de Rubens Fonseca, assisti e li mais pelo mérito ficcional da obra, sem o aprofundamento histórico de fundo. O marcante é a cena do avião decolando rumo a São Borja, Rio Grande do Sul, levando o que restou do sonho, poder e esperança.
Pelos relatos ouvidos, pelos meus familiares, que tinham acesso ao rádio da época: - Lacerda foi o grande culpado. E de uma coisa tenho certeza, caso Getúlio agisse do contrário, talvez não estivesse, hoje, escrevendo essas linhas, porque naquele 24/08, papai, que estava servindo o Exército, se encontrava de prontidão, na Via Dutra, junto ao seu Regimento, para uma guerra, que felizmente não ocorreu. E papai tornou-se um herói anônimo.
Lendo O Dia em que Getúlio Matou Allende, precisamente o Capítulo II - Getúlio: Rio, Mar e Lama - percebe-se o jogo sujo de Lacerda e dos principais órgãos de Imprensa da época - (e, ainda há) - vale bem a máxima - "A culpa é da imprensa". Uma pergunta: Por quê Lacerda não entregou sua arma pessoal? Que verdade ele escondeu? 
Caso Getúlio, agosto de 1954 - Será que Lacerda viveu com a consciência em paz, após o ocorrido? Sete anos mais tarde, agora, em 1961, Lacerda, novamente, ataca. Com ou sem razão? Desta vez não houve sangue e uma carta.
Bem, dizer: a primeira parte é dedicada ao Getúlio e aos 3 Js e um L, seguindo o ensinamento político do primeiro. No Capítulo V - Jânio: O Crime da Mala - ri, pois o relato de Tavares trouxe-me a recordação de comentários e histórias deste político desde a vereança em São Paulo até a eleição pela segunda vez, como Prefeito de São Paulo. Do famoso sanduíche de mortadela, que ele carregava no bolso do casaco (segundo vovô, o bolso estava seboso), fazendo comício nas portas das fábricas. Ou dos comentários feito em aula pelo professor, Erasmo, assessor de Jânio, quando governador  de São Paulo, mencionando suas manias e confirmando sobre o fator laranja, para verificar a largura da boca calça. A polícia tinha ordem de rasgar a calça do momento que a fruta parasse. Agora, tudo é lenda, a maior parte dos que viveram aqueles anos 'vivamente', já estão lá com ele em outra morada.
A segunda parte é dedicada à America Latina, período em que o autor trabalhou como jornalista, mas na condição de exilado. Muito do relatado consiste em vivências ouvidas em forma de lenda.



Getúlio

Getúlio
Bolívar Lamuonier. São Paulo. Nova Cultural. 1988. 111 páginas. [Os Grandes Líderes]

Sinopse:
Biografia de Getúlio Dornelles Vargas, o brasileiro mais influente do século 20: presidente revolucionário (1930), constitucional (1934), ditador (1937) e legitimamente eleito (1950).

Ponderação:
Bem há três maneiras de ler esse volume: a) o texto simples; b) as legendas e c) observando as fotografias e imagens. Getúlio foi o brasileiro que moldou a vida do país, governando no limiar da economia agrícola, rural e atrasado e da economia moderna, progressista e civilizada, não tão dependente da política internacional. "O pai dos pobres e mãe dos ricos " Tudo que temos, hoje, em matéria de legislação trabalhista devemos ao seu empenho. Homem de Coragem... Não importa o que digam.




21 de agosto de 2014

Mutações

Mutações
Liv Ullmann. Trad. Sônia Coutinho. Rio de Janeiro. Nórdica. 1978. 222 páginas. 

Sinopse:
Mutações conta a história da atriz norueguesa Liv Ullmann em um ícone feminino. Com posição de destaque entre as grandes atrizes do século XX, Liv relembra flashes de sua infância, seus primeiros momentos de atriz, amores e desamores, sua relação com o cineasta Ingmar Bergman, com quem foi casada.

Ponderação:
Esse foi o primeiro livro importante para mim, estava entrando na faculdade e ia já para Comunicação Social. Meu primeiro contato com o mundo cinematográfico, na visão de quem trabalhou arduamente. Mutações é um livro de encontros e desencontros. Excessivo em angústia, tristeza e perdas. É a história de uma menina que gritava, silenciosamente, por amor. É a história da atriz que comovia pelo olhar, seduzia com olhares e, incrivelmente, apaixonada com a escrita.




17 de agosto de 2014

Alma Cabocla

Alma Cabocla
Paulo Setúbal (1893-1937). São Paulo. Saraiva. 1964. 180 páginas. (Obras de Paulo Setúbal, v. 7).

Sinopse / Ponderação:
Fui pegar na Biblioteca do local onde trabalho Alma Cabocla de Paulo Setúbal, visando verificar as suas poesias na tentativa de encontrar um poema ou verso a serem aproveitados no blog Viento y Palabras.  Após rubricar na ficha de controle de saída do livro/biblioteca depare-me surpresa, a maioria das rubricas, ali, eram minhas. Conclusão: Havia esquecido de tê-lo lido várias vezes. Gosto de poesia, mas não as decoro como as pessoas fazem.
O estilo do poeta e de Alma Cabocla é da estética parnasiana e retrata a vida dos camponeses e caboclos do interior do Estado de São Paulo. Ainda nos dias atuais, continua um poeta regional. Esse livro foi publicado, originalmente, em 1920.



11 de agosto de 2014

O Fugitivo

O Fugitivo
J.M.Dillard. Trad. A.B.Pinheiros de Lemos. São Paulo. Klick. 1998. 1901 páginas.

Sinopse:
Richard Kimble é um médico. Julgado e condenado pelo assassinato da esposa, torna-se um fugitivo. Em sua captura está o delegado federal Samuel Gerard, um policial que não dá a mínima quando um condenado se diz inocente. Ele tem uma missão a cumprir: trazer Kimble de volta à prisão, vivo ou morto. Cada vez mais acuado, o Dr. Kimble avança naquele caminho sem volta, farejando a única prova capaz de inocentá-lo: o homem de um braço só, o verdadeiro assassino que ninguém acredita existir.

Ponderação:
O livro é bom, seu personagem principal é Richard Kimble, que no cinema  foi interpretado por Harrison Ford ou da série famosa dos anos 1960, quando ele sempre fugia no final de cada episódio. Realmente, ele foi vitima da inveja. 



Dona Flor e Seus Dois Maridos

Dona Flor e Seus Dois Maridos
Coleção de 13 volumes, Capa Branca (hoje envelhecida)
o título da Obra só na lombada
Dona Flor e Seus Dois Maridos
Jorge Amado (1912-2001). Rio de Janeiro. Record. 1978. 397 páginas.

Sinopse:
Num domingo de Carnaval, Vadinho parou de sambar e caiu duro. Uma vida de boemia chegava ao fim: cachaça, jogatina e noites de esbórnia arruinaram o jovem malandro. Dona Flor acorreu em prantos ao corpo do marido, fantasiado de baiana. Em sete anos de casamento, sofrera com as safadezas de Vadinho, mas o amava.
Viúva, Florípedes Guimarães concentra-se nas aulas de cozinha na escola Sabor e Arte. Um ano depois da morte de Vadinho, porém, o desejo do corpo lhe incendeia o recato da alma.
O farmacêutico Teodoro Madureira surge como pretendente. Do namoro e de um noivado pudico, eles passam ao casamento. Cerimonioso e equilibrado, o segundo marido é o oposto do primeiro. Dr. Teodoro vive para a farmácia e para os ensaios de fagote. Flor é feliz com ele, mas sente um vazio que não sabe definir.
Certa noite, depois de um ano de casada, dona Flor toma um susto: Vadinho está nu, deitado na cama, rindo e acenando para ela. O fantasma do malandro passa a viver com o casal.
No melhor estilo de crônica de costumes, Dona Flor e seus dois maridos descreve a vida noturna de Salvador, seus cassinos e cabarés, a culinária baiana, os ritos do candomblé e o convívio entre políticos, doutores, poetas, prostitutas e malandros.
Uma das mais conhecidas personagens femininas do autor, dona Flor encarna contradições bem brasileiras. Dividida entre o fiel e comedido Teodoro e o extravagante e voluptuoso Vadinho, ela decide viver o melhor de dois mundos.
A narrativa faz um retrato inventivo e bem-humorado das ambiguidades que marcam o Brasil, país dividido entre o compromisso e o prazer, a alegria e a seriedade, o trabalho e a malandragem.

Ponderação:
Não lembro se assisti o filme primeiro ou li o romance. A ordem não importa, a cultura brasileira, principalmente a baiana está tão impregnada na obra, que pensamos ser real os acontecimentos fictícios da obra. Ri bastante com as traquinagens de Vadinho e Flor.



Antes que me esqueçam

Antes que me esqueçam
Daniel Filho. Rio de Janeiro. Guanabara. 1988. 252 páginas.

Sinopse:
Os primórdios da televisão brasileira recheados das investigações arqueológicas e as fofocas de bastidores da TV Globo.

Ponderação:
Há quem não gosta de ler biografia e/ou autobiografia. Eu aprecio e muito. Neste livro, o Autor descreve sua vida e seus amores, mas é a sua parte profissional que nos interessa bastante, como ator ou diretor da escola hollywoodiana das novelas da Globo e da novelista Janete Clair. O livro é valioso pela história de nossa evolução tecnológica em nossa maior indústria de entretenimento popular.



9 de agosto de 2014

Hook

Hook: A Volta do Capitão Gancho
Terry Brooks. São Paulo. Círculo do Livro. 1991.

Sinopse:
Peter Pan cresceu. Ele agora é um yuppie, o advogado Peter Banning, que numa viagem a Londres, em visita a idosa Wendy, vê ressurgir o passado. Livro que transita pelo mundo adulto e infantil.

Ponderação:
Não sei dizer se gostei ou não. A sensação que ficou foi que a perda da imaginação, aquela que nos move pela vida, ser esquecida e continuamente represada e estagnada do mundo adulto. Só, quando essa imaginação volta a ser livre, a vida passa a ter sentido e progrede harmoniosamente.



5 de agosto de 2014

Para Viver um Grande Amor

Para Viver um Grande Amor
Vinicius de Moraes (1913-1980). Rio de Janeiro. Mediafashion. 2008. 208 páginas. {Coleção Folha Grandes Escritores Brasileiros, vol. 9}

Sinopse:
"Esta coletânea de crônicas, se bem que mesclada a poemas de fato e de circunstância, é o primeiro livro de prosa do A.* Tendo exercido o mister de cronista em várias épocas, nos últimos vinte anos, resolveu ele selecionar algumas delas, a instâncias, também, de seus Editores, e vir a público. Há, para o leitor que se der ao trabalho de percorrê-las em sua integridade, uma unidade evidente que as enfeixa: a de um grande amor. Foram elas publicadas em jornais e revistas vários, de alguns dos quais o A. perdeu o rastro. A maioria, no entanto, saiu em Última hora, no período que vai de 1959 a nossos dias. Os poemas, muitos dos quais escritos nesse mesmo interregno, visam a amenizar um pouco a prosa: dar-lhe, quem sabe, um "balanço" novo. E situam-se, quase todos, nessa fase do A. que vai de seus últimos dias de Paris, em 1957, onde foi escrito, em julho, "O amor dos homens", até o fim do seu estágio em Montevidéu, em 1960. Dentro, portanto, da experiência do grande amor. Copiar e ordenar mais de mil crônicas, do que resultou esta seleção, foi obra de D. Yvonne Barbare, secretária do A., cuja competência e dedicação não pode ele deixar de louvar aqui". [* A. = Autor]

Ponderação:
Ah! Mas é uma pena não poder dizer, de boca cheia e cara a cara que o 'poeta' R.B. é um mero lucubrador de versos, perto de Vinicius de Moraes, Olavo Bilac, Guilherme de Almeida, R.B. é sem rimas e apático.
Sempre  que leio livros  de contos e poesias, não é na íntegra, imediata, da primeira a última página. Em se tratando de Vinicius de Moraes, o ler torna-se música e declamação. Mas, esse, resolvi colocar na ordem do dia, lendo no percurso ao trabalho e voltando à casa; as palavras tomam outro sentido, suas histórias parecem sair  da boca do autor sentado numa poltrona, próximo a uma lareira numa tarde de inverno à um grupo de jovens ávidos por conhecer sua história de vida e como fazer poesia.
Profeta Urbano que texto atualíssimo! Em Morte de Um Pássaro, lembrando García Lorca, visão política que ainda persiste, quando da destruição da poesia. Os Elementos do Estilo é uma aula de redação. O texto Para Viver um Grande Amor que empresta ao título do livro, é uma verdadeira aula de relacionamento sério como dizer por aí, na atualidade, os jovens que acreditam que amam. Não! A felicidade no amor é una, única e eterna, constituindo a universalidade de homens e mulheres.
Na  construção poética-contista centrada na primeira pessoa ultrapassa os anseios do homem Vinicius. Suas interpretações do cotidiano, limitado entre 1913 a 1980, seus interesses profissionais, o mundo das artes, a efervescência cultural, ditando palavrão musicalizado, alguns prognósticos históricos futuros - hoje! E temos uma história em poesia. Ah! se todos os poetas fossem iguais a ti, Vinicius de Moraes...



3 de agosto de 2014

Amor nas Entrelinhas

Amor nas Entrelinhas
Love Letters. Katie Fforde. Trad. Marilene Tombini. Rio de Janeiro. Record. 2014. 399 páginas.

Sinopse:
Prestes a ficar desempre-gada, Laura Horsley acha que o convite para ajudar na organização de um festival literário veio bem a calhar. Mas quando recebe a missão de convencer o famoso escritor Dermot Flynn a comparecer ao evento, ela é dominada pelo pânico. Dermot é temperamental, nunca sai de casa e enfrenta um bloqueio criativo. É também o escritor favorito de Laura, além de extremamente atraente e dono de uma longa lista de conquistas amorosas. Por isso, não é de surpreender quando ele diz que só vai participar do festival se ela concordar com uma única condição, que pode colocar em risco não só o sucesso do evento, mas também o coração de Laura.

Ponderação:
Amei a capa! Comprei por essa razão, não sendo a primeira vez que faço isso, pela capa e não pelo conteúdo. São 400 páginas de emoção e humor. Embora, possuo 40% de afinidade com Laura Horsley. - Uma boa história.
Deliciosamente divertida, tive que contém minhas risadas (lendo madrugada a dentro). Mas enquanto a leitura era desenvolvida, lembrei-me de obras, não literárias, envolvendo escritores e fãs. Não sei qual seria minha reação a defrontar-me com Carlos Ruiz Zafón? Talvez agiria como Marta ou Stephanie ou Kathleen? Ah! Nada disso, sou uma profissional da comunicação, terei que comportar-me como manda o protocolo.
Essas três personagens fazem parte de dois filmes e uma peça teatral: - Um homem inesperado conta a história de Paul Brodsky, escritor e Marta, sua fã número 1, em um trem, frente a frente. No Brasil, escritor e fã foram Paulo Goulart e Nicete Bruno.
Na verdade, Laura possui traços de Marta pela admiração cega ao escritor. A Stephanie* na atuação da Oficina Literária e a Kathleen** pelo conhecimento e entendimento do mundo literário. Mesmo quando sua harmoniosa vida vira de cabeça para baixo, jogando-a no mundo real realíssimo. Laura é um encanto de mulher.
Dermot Flynn é o tipo grosseiro e mulherengo de plantão, encanta as mulheres como Paul Brodsky e Owen Waterbury*. Porém estabelece uma nova maneira de se comportar ao conhecer Laura.
Não deixando de lado, o romance mostrar-nos o lado sombrio das que é feito na publicação de novos escritores. Eleonora está bem próxima da tirania de Joe Fox**.
Duas cenas hilárias merecedoras de destaque: a reunião do grupo de leitura de Jocasta e o livro Os salgueiros e Dermot na casa dos pais de Laura.



* Minha Querida Secretária (My Dear Secretary): - Owen Watrbury (Kirk Douglas), escritor; Stephanie Gaylord (Laraine Day), escritora aspirante.
** Mensagem para você: - Kathleen Kelly (Meg Ryan), dona da livraria; Joe Fox (Tom Hanks), empresário e dono da Mega livraria, que destrói as pequenas.