28 de maio de 2017

O Xará

O Xará
The Namesake. Jhumpa Lahiri. Trad. Rafael Mantovani. São Paulo. Tag/Biblioteca Azul. 2017. 344 páginas. 2ª edição.

Sinopse:
Gógol Ganguli tem nome russo, sobrenome indiano e um espírito dividido. Filho de imigrantes bengalis que vivem nos Estados Unidos, enfrenta desde criança a crise típica de um tempo de fronteiras instáveis e vidas em trânsito: a de não se reconhecer em nenhuma cultura ou lugar.

Em meio a um constante conflito entre diferentes modos de vida - retratados na educação, na relação com os pais, na vida profissional - , Gógol Ganguli vai buscar no embate como próprio nome e nas relações amorosas um espelho no qual possa descobrir quem realmente é.

Ponderação:
Como classificar esse romance? Seria um romance indiano nascido nos EUA? Estou tentando encontrar um ponto de equilíbrio nele. Faz, já, dois meses e um pouco mais, que terminei a leitura, porém o mesmo período não foi o suficiente para alimentar a sensação de uma certeza de comparação da cultura 'fragmentada' do território indiano.
Como pessoa viva, também, vivi e senti essa falta de identificação, uma sensação de vazio no íntimo do ser identificado como cidadão de um país, mas além do país. Felizmente o livro relata a falta de unidade e absorção cultural dos pais de Gogol. Nunca abandonaram suas raízes, a ponto de prejudicar as escolhas de Gogol e Sonia; que não desejam ser fiéis a cultura dos pais, porque vivem longe daquilo considerado importante aos genitores. Preferem seguir seus próprios impulsos e desejos. Quando assumem a cultura da qual são originados, perseguem e percebem o quão infelizes estão. Uma cultura que deveriam ter participado, passo a passo e não imposta de forma rígida como foi, sem um processo de explicação coerente.