26 de fevereiro de 2021

A Rede de Alice

A Rede de Alice
The Alice Network. Kate Quinn. Trad. Rogério Alves. Campinas. Verus. 2019. 525 páginas.

Sinopse:
Neste romance histórico hipnotizante, duas mulheres - uma espiã recrutada para a Rede de Alice, esquema real que aconteceu durante a Primeira Guerra Mundial, e uma universitária americana que busca sua prima ao final da Segunda Guerra - são unidas em uma história de coragem e redenção.

Ponderação:
Ficção com base na história real, A rede de Alice, intercala histórias da Primeira e Segunda Guerra Mundial.
Charlie e Eve duas mulheres fortes que encontram apoio uma na outra em prol de um objetivo, conhecer a verdade sobre si mesmas e de alguns amigos no período das guerras.
A rede de Alice foi um esquema de espionagem montado em 1915, no auge da Primeira Guerra Mundial; como explica a autora. Formado por oito pessoas, o grupo colaborava com a Inglaterra, por meio da coleta de informações sobre as tropas e ocupações alemãs na Bélgica, França e Holanda. Os espiões se dividiam entre as fronteiras dos países e cidades estratégicas, como Lille, reproduzindo mapas, planos e fotografias em folhas finas de papel que eram transportadas, principalmente, por Alice. Aqui, temos a importância feminina como força de trabalho e coragem na defesa de um país, o salvar vidas.


24 de fevereiro de 2021

Nona Casa

Nona Casa
Ninth House. Leigh Bardugo. Trad. Marina Della Valle. São Paulo. Planeta. 2020. 432 páginas.

Sinopse:
Criada nos arredores de Los Angeles por sua mãe hippie, Galaxy “Alex” Stern abandonou a escola cedo e se envolveu no perigoso submundo das drogas, entre namorados traficantes e empregos fracassados. Além de tudo isso, aos vinte anos, ela é a única sobrevivente de um massacre terrível, para o qual a polícia ainda não encontrou qualquer explicação. Alguns podem dizer que Alex jogou sua vida fora. No entanto, a garota acaba recebendo uma proposta inusitada: frequentar Yale, uma das universidades de maior prestígio do mundo... e com uma bolsa integral. Alex é a caloura mais improvável de uma instituição como essa. Por que logo ela?
Ainda em busca de respostas, Alex chega a New Haven encarregada por seus misteriosos benfeitores de monitorar as atividades das sociedades secretas de Yale. Suas oito tumbas sem janelas são os locais mais frequentados pelos ricos e poderosos, desde políticos de alto escalão até os maiores magnatas de Wall Street. Alex descobrirá que as suas atividades ocultas nesses lugares são mais sinistras e extraordinárias do que qualquer imaginação paranoica poderia imaginar. Eles mexem com magia negra. Eles ressuscitam os mortos. E, às vezes, eles atormentam os vivos

Ponderação:
Única sobrevivente de um homicídio múltiplo sem resolução, mas na sua cama de hospital, recebe uma segunda chance: Estudar na prestigiosa universidade de Yale e fazer parte de uma misteriosa sociedade secreta. Posição ilógica em qualquer lugar do mundo. Não se pode ir do ensino básico incompleto para a Universidade. Porém, como ela pode oferecer à um grupo de pessoas ricas e poderosas que gostam de brincar com magia proibida?
O ar de mistério e tensão pareceu forçado, não se pode brincar com magia e, até, rituais macabros sem o devido controle científico do processo. Aqui, resultou de alguma maneira, a impunidade, causando pequenos erros que podem causar danos permanentes.
Mistérios de ficção são melhores, aqueles, de Edgar Allan Poe, Arthur Conan Doyle entres os mais clássicos.



8 de fevereiro de 2021

Cartada Final

Cartada Final
The Guardians. John Grisham. Trad. Roberta Clapp e Bruno Fiuza. São Paulo. Arqueiro. 2020. 448 páginas.

Sinopse:
Numa pequena cidade da Flórida, o advogado Keith Russo é morto a tiros em seu escritório. O assassino não deixa pistas e não há testemunhas, mas a polícia logo suspeita de Quincy Miller, um jovem negro que já foi cliente de Keith.
Quincy é julgado, condenado e sentenciado à prisão perpétua. Por 22 anos ele continua jurando inocência. Só que ninguém lhe dá ouvidos. Desesperado, ele escreve uma carta a Guardiões da Inocência, uma pequena organização que luta contra condenações injustas e defende pessoas esquecidas pelo sistema.
O apelo de Quincy convence o advogado Cullen Post, que inicia a própria investigação. Só que o caso logo se mostra muito mais difícil - e perigoso - do que ele esperava. As pessoas poderosas e cruéis que assassinaram Keith Russo não querem que Quincy Miller seja absolvido.

Ponderação:
A diagramação é bem interessante: - um relógio marcando o compasso do tempo, na abertura de cada capítulo, tal qual a ampulheta estampada na capa.
A narrativa gira em torno de mais ou menos oito casos de prisões injustas. - É provar a inocência do preso! Encontrar o culpado não é o objetivo da Guardiões da Inocência. Temos um advogado / pastor que 'fuça' todos os elementos envolvidos na busca das peças soltas que possibilitará argumentar pela clemência ao preso injustamente julgado. A principal envolve e descreve o ambiente sombrio relacionado ao assassinato de Keith Russo e de seu 'assassino', Quincy Miller. 
As personalidades e problemas de etnia: - racismo -, vão nos sendo apresentados em nuvens cinzentas. Alguns dos personagens nem sequer chegou perto dos dois. A poeira vai chegando perto do xerife que comandou as investigações que levaram Quincy para a prisão. Enquanto vamos nos aprofundando na leitura, a adrenalina aumenta ao perceber a eficiência do tráfico de drogas, corrompendo áreas do Estado, que deveria proteger o cidadão comum das ações ilícitas de seus agentes públicos. 
A morosidade do judiciário permitindo a ocorrência de injustiça em seu seio. Parece-nos uma questão universal que a justiça seja morosa!
Uma obra de ficção pode abordar qualquer tema, porém a questão da análise da lanterna guardada por mais de 20 anos, poderia ser um pouco mais coerente com a realidade química e física. Em sã consciência, um objeto como o do relato não estaria em condições para análise da maneira como foi descrita. 



2 de fevereiro de 2021

O Sol mais Brilhante

O Sol mais Brilhante
The Brightest sun. Adrienne Benson. Trad. Elisa Nazarian. Rio de Janeiro. Harper Collins / TAG. 2020. 319 páginas. 

Sinopse:
Leona, uma antropóloga americana, dá à luz em um remoto vilarejo massai no interior do Quênia e precisa decidir se quer ou não ser mãe. Jane, a solitária esposa de um funcionário da embaixada dos Estados Unidos, segue seu marido para os trópicos e vê como a vida pode ser frágil no continente africano. Simi, uma mulher massai estéril, precisa confrontar sua infertilidade em uma sociedade em que as mulheres são valorizadas apenas pelo seu papel como reprodutoras. Em uma obra singular, essas três mulheres tão diferentes entre si enfrentam a maternidade, encaram tragédias e amadurecem diante das dificuldades não somente do cenário subsaariano, mas da existência humana.

Ponderação:
Mais da África. Ficamos, aqui, pensando: - A África que conhecemos, hoje, é produto de quem? - Ingleses, alemães, belgas, franceses, árabes, portugueses, ou espanhóis? Temos a sensação de estar no  limiar parecido com os indígenas das Américas.
A cultura nativa e folclórica desaparecendo. Sim! A nossa educação acadêmica ninguém poderá tirar, mas a essência cultural nata poderá desaparecer no processo de aculturamento das etnias e raças.
O capítulo "Deus é a chuva, Deus é o céu", a lenda contada por Simi, ou mitologia, abrangendo as raízes da árvore  com a mulher no quesito maternidade é muito significativo. A leitura do livro valeu por  ele.
Duas mulheres com problemas psicológicos com relação dos dramas familiares, não  desejam ser mães. São obrigadas a encarar a maternidade e  seus conflitos. Uma terceira enfrenta a maternidade como destino social ou maldição, assim é a tradição da aldeia africana, no Quênia.
Leona, antropóloga, torna-se mãe de maneira indesejada, totalmente irresponsável. Jane, bióloga, encara a maternidade com a observação feita do comportamento da vida familiar elefantes. Simi, nativa, acba por não gerar filhos, mas cuida dos filhos de outras mulheres, de certa maneira, assegurando o seu status social.
Por assim, cada uma delas busca forças individuais para lidar com as próprias angústias; a união universal entre as mulheres, porém, mostra-se a chave da superação e do amadurecimento pessoal. Apesar de muito diferentes, as três enfrentam as  expectativas da maternidade, e as dificuldades para encontrar a  sua identidade e o seu lugar no mundo. Então, elas entendem que o significado de família pode ser, principalmente, o amor que nos move em tempos de incerteza a respeito da existência (e da sobrevivência) humana.