27 de agosto de 2022

O Beijo do rio

O Beijo do rio
Stefano Volp. Rio de Janeiro. Harper Collins. 2022. 320 páginas.

Sinopse:
Se dependesse dele, Daniel nunca mais pisaria em Ubiratã, a pequena e conservadora cidade no litoral do Rio de Janeiro onde cresceu. Dez anos haviam se passado desde que cortara contato com todas as pessoas de seu passado e mudara-se para a capital de São Paulo, preenchendo a rotina com sessões de terapia, corridas na avenida Paulista e o trabalho de jornalista investigativo numa conceituada revista.

Ponderação:
O autor, em parte, conseguiu manifestar uma universalidade ao tocar no tema conservadorismo e masculinidade, visto que não é um assunto exclusivo de afrodescendentes. Porém, ele tocou em vários pontos, onde esse thriller psicológico adentra na questão de bullying. A homofobia com viés religioso. Neste caso, a homossexualidade de Romeu e Daniel não convenceu. Uma criança de dez anos não faz distinção de emoções sensuais e sexuais, ela só deseja estar perto de outra criança do mesmo sexo para reafirmar sua condição de criança e não os desejos imaturos dos adultos tradicionalistas e conservadores. Daniel e Romeu são, na verdade, dois rebeldes por não aceitarem os dogmas vigentes impostos pelo líder religioso do local. Sky, Daniel, Romeu sofrem de depressão, por  serem vítimas do abuso psicológico e, de certa maneira, sexual. Faz menção a pedofilia, a corrupção. Sky e Daniel conseguem através de tratamento e ajuda terapêutica  a cura, por isso, vão ter um futuro melhor. Romeu não teve a mesma sorte. O amor está mais no sentido da humanização dos sentimentos, não propriamente vida sexual. 



21 de agosto de 2022

Sardas

Sardas
Freckles. Cecelia Ahern. Trad. Paula Di Carvalho. Rio de Janeiro. Harper Collins Brasil. 2021. 320 páginas.

Sinopse:
Os braços de Allegra Bird são repletos de sardas. Mas, apesar de seu apelido, Sardas nunca conseguiu ligar todos os pontos. Então, quando um estranho lhe conta que todo mundo é uma média das cinco pessoas com quem mais convive, ela decide mudar sua vida. Assim, em uma jornada para se autoconhecer, ela se muda para Dublin para encontrar não só uma, mas as cinco pessoas que formem quem ela é ― e que irão determinar seu futuro.

Ponderação:
Comovente e inspirador. Allegra, uma mulher em busca de si mesma e de uma chance de conhecer a mulher que lhe deu à luz - e não deveria servir de exemplo. Corajosa, larga sua vida milimetricamente organizada, para ir atrás de um sonho, ela gosta da rotina e não se vê com clareza, mas na sua jornada tudo vai se encaixar. Personagem real, imperfeita e após ouvir um desaforo de um desconhecido, ela começa sua trajetória de auto conhecimento. Tal desaforo não condiz com as pessoas, as quais Allegra tenta buscar inspiração.
Quem te inspira na sua vida? Como reconhecer os bons amigos? Como saber o quanto somos afetados pelas pessoas a nossa volta?
Ela tinha tudo a sua volta, principalmente, amizade e fidelidade, porém não assimilava a corrente positiva, porque sua solidão não permitia que enxergasse.



20 de agosto de 2022

A última fugitiva

A última fugitiva
The Last Runaway. Tracy Chavalier. Trad. Beatriz Horta. Rio de Janeiro. Bertrand Brasil. 2015. 320 páginas.

Sinopse:
Quando a recatada Honor Bright embarca com a irmã em um navio partindo de Bristol, na Inglaterra, em direção ao Novo Mundo, está fugindo de uma frustração amorosa. Mas, ao se aclimatar à Ohio de 1850, dá de encontro com uma vida precária e sem graça, em uma cidade repleta de ruas enlameadas e florestas que servem de esconderijo para escravos que fogem para a liberdade no norte do país.

Ponderação:
Uma leitura, no início, difícil de se desenrolar, mas que vai prendendo a atenção, quando, após a metade da história, terminamos num piscar de olhos.
Honor, personagem que nos cativa logo de cara. Vemos seu desenrolar e desabrochar. Seu cuidado ao costurar suas cochas de retalhos. Enfrenta os choques culturais numa América de 1850, seus hábitos e costumes; sua política e até mesmo sua fauna. Ricamente detalhada e habilmente retratadas.