30 de junho de 2019

A Única Mulher

A Única Mulher
The Only Woman in the Room. Marie Benedict. Trad. Isadora Prospero. São Paulo. Planeta / Tag. 2019. 320 páginas.                 
Sinopse:
Hedy Kiesler é uma mulher de sorte. De beleza estonteante, consegue um papel de destaque em um filme de relativo sucesso. Segue-se, então, o casamento com um poderoso comerciante de armas austríaco, o que a permite escapar da perseguição nazista na Segunda Guerra Mundial, ainda que pese sobre seus ombros a ascendência judaica. Mas Hedy é também uma mulher de grande inteligência. Nos salões e nos jantares de Viena, ninguém imagina que aquela bela atriz está, na verdade, escutando todos os planos dos maiores oficiais do Terceiro Reich.  Quando ela finalmente consegue fugir do castelo de seu marido controlador, viaja aos Estados Unidos, onde se torna uma das maiores atrizes de seu tempo: Hedy Lamarr. Ao mesmo tempo, decide usar sua genialidade para ajudar o país e, quem sabe, com isso expiar um pouco da culpa que sente por ter escapado sozinha dos horrores da guerra. Um romance poderoso, baseado em uma incrível história real de uma linda mulher, atriz de estrondoso sucesso e cientista brilhante, responsável pela invenção que revolucionou os sistemas de comunicação modernos.

Ponderação;
Uma única mulher na sala! Quem seria ela? A atriz sedutora. Talentosa e curvilínea; cientista sagaz e analítica? Ou só uma mulher, como centenas, injustiçadas pelo conservadorismo social de seu tempo?  Livro que nos traz uma personalidade tão incrível, sendo possível ser uma obra quase ficcional. O texto que vai nos envolvendo aos poucos, entrando pelos poros e não saindo mais. Um retrato ora leve, ora cruel de um tempo que nada mudou, em que os seres humanos salvam e destroem a si mesmos, por ideais próprios que muitas vezes não conseguimos entender... Assim, como a vida, não há finais felizes. Apenas deixar a sua marca na história. E para melhor compreender a angustia de Srta. Lamarr recomendamos, podendo ser Wikipédia, a leitura de pontos, mencionados na obra, referentes - "Leis de Nuremberg", "Noites dos Cristais" e "Congressos de Nuremberg"; com as personalidades contemporâneas da atriz/cientista.

Nota:
Hedy Lamarr pseudônimo artístico de Hedwig Eva Maria Kielsler. Nascida em 09/11/1914, em Viena, Áustria. Faleceu em 19/01/2000 aos 85 anos, em Casselberry, Flórida, EUA.




24 de junho de 2019

Etty Fraser

Etty Fraser: Virada pra Lua
Vilmar Ledesma. São Paulo. Imprensa Oficial/Cultura. 2004. 232 páginas no formato digital. {Coleção Aplauso}

Sinopse:
Parece uma pessoa da nossa família. Uma tia ou parente sempre alegre, simpática, sorridente, às vezes com uma gargalhada irresistível. Mas Etty Fraser é também uma grande atriz. São 45 anos de carreira. De "A Incubadeira" (1959) à "A Importância de ser Fiel" (2002), ela participou de 25 peças. Muitas marcaram época, como " Os Pequenos Burgueses" e "O Rei da Vela", do Grupo Oficina, do qual foi uma das fundadoras, ao lado de Zé Celso Martinez Corrêa e Renato Borghi.
Na televisão, desde o final dos anos 60, participou de várias novelas da TV Tupi ("Nino, o Italianinho", "Simplesmente Maria", "O Machão", "Vitória Bonelli") e apresentou, por oito anos, um popular programa de culinária ("Boca do Forno", que depois virou "À Moda da Casa"). Na Globo, estreou com "Torre de Babel" (1998) e esteve, recentemente, na minissérie "Um só Coração". No cinema, participou de mais de 10 filmes, mas nenhum a entusiasmou tanto quanto "Durval Discos", que lhe rendeu o prêmio de melhor atriz no Festival de Recife.
Esta também é uma história de amor. Foi nos ensaios de "A Vida Impressa em Dólar" que começou a namorar o colega Chico Martins e casou, no começo de 1962. Etty e Chico viveram juntos por 41 anos e "nunca fomos dormir brigados, tristes um com o outro".

Ponderação:
Conhecer um pouco da vivência de pessoas que viveram uma História, talvez o termo correto seria, partilharam de um momento histórico, que só temos os ditos nos livros didáticos e de alguns historiadores. De repente, o trabalho de grande lutadores culturais é interrompido, mas fica o legado graças o desenvolvimento tecnológico, podemos ver e rever, ler e reler a atuação de cada um desses lutadores expandindo os valores do produto de sua arte. 
Essa postagem, não era para ser da forma apresentada, mas há muita tristeza no ar. Quando essa Coleção foi lançada, disse a mim mesma que leria todos os seus volumes, e formaria meu próprio livro/ensaio sobre a história cultural do teatro, cinema e música do país. Porém, os eventos cotidianos da vida, afastaram tal pretensão. Decididamente, encontrei o meu desejado com o avanço da vida digital e todo o processo de digitalização de documentos, vindo a luz de quem, realmente, quer conhecimento e sabedoria.
A vida continua, novos tropeços e novas notícias não tão felizes, preferir dizer impactantes. A atriz Etty Fraser faleceu em 31/12/2018, aos 84 anos. E Rubens Ewald Filho, após sofrer uma queda, enquanto utilizava uma escada rolante, também coordenador geral da Coleção Aplauso  vem a falecer no dia 19/06/2019, Dia Nacional do Cinema. 



23 de junho de 2019

Deserto

Deserto
Luis S. Krausz. São Paulo. Benvirá. 2013. Formato digital.

Sinopse:
Na década de 1970, um grupo de adolescentes brasileiros vai a Israel para ajudar na colheita de frutas cítricas e aprender a história do país. Eles dispõem de alguns dias de folga, mas estão proibidos de viajar à Europa, onde um judeu ingênuo poderia ceder às tentações burguesas e se desviar do caminho do sionismo. Um deles transgride a interdição e viaja a Londres. Com esse enredo Luis Krausz tece a fascinante história de famílias de judeus russos e do Império Austro-Húngaro, dispersas após a Primeira Guerra e início do nazismo. Nas suas andanças, o jovem parece reatar os laços entre parentes de Israel, Inglaterra e Brasil. Mas ele sabe que o tempo, a distância e o esquecimento desfizeram esses laços para sempre. O fascínio do narrador pela cultura austríaco-alemã não o impede de referir o Holocausto, num contraponto sombrio às suas exaltações da Europa Central. Não é possível esquecer que os homens dessa Europa admirável, que produziram a filosofia e a arte mais sublime também enlouqueceram e retornaram à barbárie, levando o mundo à destruição e ao horror. Lemos Deserto desejando que o livro não termine.

Ponderação:
A memória coletiva acaba fornecendo elementos sólidos para a identidade de um cidadão e, até, um povo. No caso, a comunidade judaica conhece e pratica a lembrança do passado por maneira oral e, muitas das vezes, a literária, permitindo um elo de fidelidade cultural. Infelizmente, a partir de uma segunda geração, daqueles que foram desposados do caminho com os acontecimentos pós as duas Grandes Guerras e as Revoluções Ideológicas ocorridas na primeira metade do século XX, estão perdendo suas raízes. Essa segunda geração e as posteriores foram obrigadas a esconder suas origens, consequentemente, quando tiveram oportunidades de aprender algo sobre os antepassados, já era e é tarde. Por motivos alheios foi impedido o conceito gradual de tradição cultural de cada família dentro de comunidade ao longo do tempo. Não é só a judaica que sofre as consequências, mas outras etnias, também, sofrem...



21 de junho de 2019

Coisas não ditas

Coisas Não Ditas
Livia Brazil. São Paulo. Benvirá. 2013. Formato digital.

Sinopse:
- Lucie, namora comigo?
Namorar? Namorar de verdade? Dividir a vida? Contar todos os segredos? Fazer mil concessões?
Não, Lucie não estava preparada; aliás, isso nem passava pela sua cabeça. Ela só não contava ficar tão perturbada com a pergunta. Mas não, definitivamente não, assumir a paixão por Rafael para todo mundo era algo impensável.
Sem saber lidar com a situação e às vésperas de estrear no musical dos seus sonhos. Lucie vê sua vida virar de pernas para o ar. E o turbilhão de ansiedade acaba trazendo à tona um segredo que ela guarda desde a infância.

Ponderação:
A narrativa feita em primeira pessoa é chata e forçada. Protagonista possui atitudes infantis e muita mimada faz com que perdemos a paciência na leitura. Há momentos humorísticos, outros irritantes. Não é emocionante dizer do medo de comprometimento com um relacionamento sério, calcado no carinho, amizade e amor.  Faltou uma boa construção dos personagens que dão sustentação aos dois personagens principais.



20 de junho de 2019

A Casa Iluminada

A Casa Iluminada
Alessandro Thomé. São Paulo. Benvirá. 2012. Formato digital.

Sinopse:
Uma mulher assassinada e violentada - nessa ordem. Um marido em desespero.
A fuga para o mar. Cartas trocadas com o criminoso. Um destino em suspense, terrível e ao mesmo tempo esclarecedor.

Ponderação:
Uma vida destruída ou duas vidas destruídas pela violência. Não pode-se saber no início da narrativa, que é envolvente. No decorrer dela o protagonista envolve-se numa teia de ações, onde acredita estar vingando aquele que lhe tirou a paz. Numa sequência de atitudes, acaba por autodestruir-se. O produto de sua pseudo vingança favoreceu o criminoso.