30 de dezembro de 2013

O Poder da Mensagem

O Poder da Mensagem
Hélio Ribeiro (1935-2000) São Paulo. Sorvil Distribuidora e Editora de Livros Limitada. 1976. 140 páginas.

Sinopse:
Hélio Ribeiro escreve sério. Escreve alegre e tranquilo. Escreve para combater, aplaudir e construir. Escreve clássico e povo. Insinuante ou propositadamente, pleonástico. Às vezes mergulha filósofo, na velhice do saber, porém sem nunca perder a pureza do menino. Hélio Ribeiro com suas letras estava a centenas de anos-luz a sua geração.

Ponderação
Não há dúvida, para os que nasceram durante e posteriormente as décadas de 1970, jamais saberão da importância da voz e sabedoria de Hélio Ribeiro. Ler o Poder da Mensagem é voltar no tempo delicioso de ouvir rádio e dar asas à imaginação... Quando se ouvia o programa “O Poder da Mensagem” nome que empresta ao presente livro, principalmente, as músicas que eram traduzidas, no ar e na hora, pelo comunicador, Hélio Ribeiro, lembro-me e não sai da minha memória a tradução livre e, suavemente, empolgada de “Tie a yellow”.

Para essa última postagem do ano e da primeira trilogia, o texto a seguir é uma daquelas mensagens que estão sempre na atualidade. “Feliz Homem Novo”, páginas 68-72 (Um improviso em 31-12-1975, na Rádio Bandeirantes).


“Feliz Homem Novo”

Como poderá o ano novo ser feliz se os homens que promovem as infelicidades continuarem sendo os mesmos? 
A Terra, esse pequenino e inocente planeta, cumpriu sua missão de girar e girou na sua translação ao redor do Sol ou na sua revolução ao redor de si mesma, o que mantém essa pequenina parcela do Cosmos em equilíbrio com o próprio Universo.
Os homens nasceram os homens morreram.
Os homens se ajoelharam para plantar sementes;
Se ajoelharam para falar com as crianças.
Se ajoelharam para pedir perdão e se ajoelharam para sua própria execução.
Os homens mataram e roubaram, mentiram e juraram e a maioria dos homens ficou falando da sua verdade particular, individual, do seu interesse próprio, mesquinho. 
A verdade está acima do homem que dirige e do homem dirigido. 
A verdade está acima do homem que sabe e do homem que não sabe. 
A verdade está acima da mulher que gera filhos e da mulher que mata a possibilidade de vida dentro de si. 
A verdade está acima dos interesses individuais.
Ela é una, indivisível.
Ela é porque é.
O que não é plenamente verdadeiro não é meia verdade.
O que não é plenamente verdadeiro é plenamente falso.
E os homens continuaram enganando-se.
E continuaram mentindo.
E continuaram prometendo.
E continuaram analisando as atitudes que eles mesmos provocaram tornando pior a vida neste último ano que vivemos.
Ah! Eles mataram culpados que seriam inocentes se estivessem do outro lado, e mataram inocentes que seriam culpados, apenas em função do lado.
Ah! Esses homens! Mataram crianças dizendo que defendiam a liberdade e o direito de vida
Eles chegaram, em determinados momentos, em alguns lugares, ao crime de dar força ao corruptor para corromper. 
E justificaram seus erros promovendo novos erros.
E foram injustos na sua justiça.
Eles aperfeiçoaram máquinas, inventaram, parlamentaram, guerrearam para garantir energia para a geração futura que eles mesmos estão matando no ventre materno.
Pelo temor do presente mataram adultos.
Pelo temor do futuro matam aqueles que deveriam nascer.
Gastaram fortunas e fortunas para aperfeiçoar uma pílula para matar filhos de quem pode comprar.
Investiram para fazer nascer no tubo o Ser que destroem na mãe mas não tiveram dinheiro para matar a fome das crianças, pele e osso, que nas esquinas do mundo gritam para todos os lados. 
“Eu só quero viver, Eu só quero comer, Eu só quero vestir, Eu só quero ter o direito de chorar, Eu só quero sorrir...” 
Como poderá o ano novo ser feliz se os homens promotores de injustiças continuarem os mesmos? 
Dois mil anos, três mil, quatro mil, cinco mil em termos de tempo cósmico, universal, não é nada.
Nosso tempo é muito curto, muito rápido, vertiginoso, veloz, ele passa... e passou... 
E nós não temos ainda plena ciência do que somos, de onde viemos e para onde estamos caminhando. 
Nós sabemos algumas coisas pelos recados inteligentes, filosóficos, humanos e divinos deixados por Jesus Cristo que, acalmando as intranquilidades, dizia: “Não vos inquieteis pelo dia de amanhã. A cada dia já basta o seu cuidado.”
E que propondo coisas mais além, Dizia: “Na casa de meu pai existem muitas moradas” e muitas moradas deverão existir porque esta vida aqui embaixo, do jeito que está sendo vivida, seria totalmente absurda. Um nascer, um crescer, um sofrer, um se esmagar, um não se completar e morrer, assim por tão pouco, por quase nada.
Como poderá o ano novo ser bom se os homens promotores de infelicidade continuarem agindo da mesma maneira?
A distinção única, maior, superior, que nos faz diferentes dos outros animais, é a nossa capacidade de raciocínio, e só há uma forma de entendimento Universal:
É que se sentem na mesma mesa os homens certos para dialogar, para discutir, parlamentar, sem guerrear e dizer: “O que fazer para melhorar o mundo para as pessoas, para garantir comida para todos os seres que aqui embaixo estão?”
Porque há uma inversão total de posição, as coisas do mundo vão muito bem, obrigado, e neste ano que acaba agora, elas tiveram momentos felicíssimos, as coisas, todas as coisas.
Mas seja verdadeiro, realista, acredite no que acreditar, vá fazer uma pesquisa na Rússia, nos Estados Unidos, na França, no Brasil, no Japão, na China e você sentirá uma angústia dentro de cada ser humano.
Cada vez menos humano.
Cada vez menos indivíduo.
Cada vez menos gente. 
Porque, quer nos parecer, os homens que criaram sistemas políticos, perderam-se no meio do caminho.
E o que é preciso, em termos de mundo, (e este grito é inútil e se perderá no vazio), é recolocar o homem como meta prioritária.
A lágrima da criança russa é igual à lágrima da criança norte-americana, e as lágrimas das duas são iguais a todas as lágrimas de todas as crianças do mundo porque são salgadas.
Então o que é preciso é melhorar o amanhã de todas as pessoas, cuidando do presente das crianças de hoje.
Como poderá o ano novo ser melhor? 
Não se iluda, se os homens promotores de infelicidades continuarem agindo da mesma maneira! 
Mas há uma chance.
Há uma possibilidade? Há uma. 
É você, no seu círculo, na sua própria vida, no seu pequeno mundo (porque você tem um limite de ação, você mora em um determinado lugar, trabalha em outro.)
Você vai e volta.
E você tem um círculo, pequeno ou grande, de amizades e este é o seu mundo verdadeiro, de fato. 
Se você conseguir melhorar as condições de relacionamento neste pequeno mundo, neste mundo (família, trabalho, diversões, amizades), o mundo inteiro ficará menos ruim, ficará melhor. 
Porque você o melhorou no seu pequeno ou no seu grande círculo de relações.
Experimente, tente .
Pô! Afinal de contas a vida é sua, é minha, é nossa, e ela passa tão rápida, tão veloz, de repente você não está mais, de repente você quer abrir os olhos e não abre mais! 
E você não fez e você não viu, você não sentiu, você não melhorou nada. 
Como poderá o ano novo ser feliz se você não for feliz? 
Como poderá o ano novo ser melhor se você não for melhor??? 



O Poder das Plantas

O Poder das Plantas
Vários Autores. São Paulo. Martin Claret. 1995. 127 páginas.

Sinopse / Ponderação
'A virtude benéfica das plantas é reconhecida e apreciada desde que o homem existe na Terra. As plantas podem ser utilizadas como estimulantes ou calmantes que equilibram o corpo. Este livro mostra este poder mágico das plantas.' É o volume 15 da Coleção "O Poder do Poder", tendo como subtítulo 'Você tem o poder de mudar a sua vida'. A Coleção dita como principio o Livro Clipping, que resume alguns estudos sobre os temas de maior relevância, neste caso, As plantas.
São seis artigos, diretamente, ligados a estudos e seus autores. <A Medicina de Ervas - Mark Bricklin>; <Plantas para Recuperar a Saúde - Carlos Kozel>; <Trofologia: A Ciência da Saúde - Manuel Lezaeta Acharan>; <A Clínica dos Florais - Edward Bach = provei, mas é complicado encontrar =>; <O Poder de Cura das Plantas - Mellie Uyldert>; e <Afrodisíacos - Dr. Raymond Stark>; finalmente apresenta uma seção com leitura recomendada.
Somente para curiosidade.



O Profeta

O Profeta
Gibran Khalil Gibran (1883-1931). Trad. Mansour Challit. Hiffen. 1972. 88 páginas.

Sinopse / Ponderação:
Disse, então, Almitra: Fala-nos do Amor. 
Com uma voz poderosa ele disse: 
Quando o amor vos chamar, segui-o, apesar do seu caminho ser duro e íngreme. E quando suas asas vos envolverem, abraçai-o, apesar da espada escondida entre suas penas poder ferir-vos. E quando ele falar convosco, acreditai nele, apesar de sua voz poder fortalecer vossos sonhos como o vento norte arruína o jardim. Pois mesmo quando o amor vos coroa, ele vos crucifica...

Esse é o tipo de livro que você leva a vida inteira lendo, semelhante ao 'Pequeno Príncipe', mas com amplitude da sabedoria que no primeiro momento é imperceptível. Livro é deverás especial para meu entendimento de mundo. Tem uma carga emocional valiosíssimo. o professor nada pode ensinar, mas o que ele pode é fazer desabrochar o que trazemos dentro de nós mesmo. Fiz dele o meu parâmetro de vivência. Hoje, aventuro-me na leitura, na tradução ao espanhol. Não há como classificá-lo, mas deixamo-lo na Filosofia.



29 de dezembro de 2013

O Último Jantar

O Último Jantar
Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho. São Paulo. Petit. 2002. 218 páginas.

Sinopse:
Um apetitoso prato de sopa de champignon, servido com requintes de crueldade, foi o último jantar de Lia. Do outro lado da vida, aflita, ela quer encontrar o assassino. No mundo espiritual, Mary - que na última encarnação escrevia livros policiais -, ouve gritos angustiados: é Lia, acusando-a de ser a inspiradora do crime. Seu refúgio é um paiol, sombrio depósito de cereais e ferramentas, por onde passam espíritos sofredores. Mary, a escritora, agora um espírito socorrista, recebe permissão para auxiliar Lia a desvendar o crime do qual foi vítima. Na busca do assassino, intrigantes revelações irão surpreender o leitor. Mas, afinal, quem matou Lia? O mistério está servido...

Ponderação:
A diagramação é agradável, mas algo me diz que esse tipo de literatura é uma piada. Neste ínterim lembro-me de uma aula de literatura, em 1998, quando cursava o último ano de Letras, e o professor discorrendo sobre as escolas literárias mencionou um fato, naquele momento, curioso de que, mais ou menos, por volta de 2098, esses textos, tido como obras ditadas por algum se lá  quem do além, serão estudadas como estudamos o Modernismo. 
Já li, e faz algum tempo, e honestamente, prefiro ler contos eróticos. Seria muito mais bonito que a autora descrevesse como ficção policial ou ficção de mistérios. 



Spike

Spike
Gisele Martins Neis. São Paulo. Ediouro. 2009. 200 páginas. 

Sinopse:
O livro conta através de pequenas histórias, a convivência de uma família com um cachorro da raça labrador. São contos ora engraçados e divertidos, ora tristes e emocionantes onde o leitor vai perceber a importância de saber respeitar e dar amor aos animais.

Ponderação:
Spike é um labrador. Poderia ser a versão brasileira de Marley, mas não é. Diferentemente, do colega norte-americano Spike é um cão brincalhão e trapalhão. Spike na piscina é hilário, dei gostosas risadas imaginando a cena e a cara dos donos e de seus amigos.



Huck

Huck
A história de um cachorrinho que ensinou lições sobre esperança e finais felizes a uma família e a uma cidade inteira.
Huck. Janet Elder. Trad. Renato Marques. São Paulo. Globo. 2011. 270 páginas.

Sinopse:
Huck traz a emocionante história de uma família americana que, em meio a uma grave doença da mãe, e em virtude dos insistentes pedidos do filho, decide adotar um cachorrinho para animar e ser um consolo durante os momentos tristes e difíceis que eles iriam enfrentar. Entra em cena Huck, um carinhoso e brincalhão poodle toy abricó. Passados os acontecimentos ruins, a família resolve sair de férias e deixa o cachorrinho na casa de parentes. Mal começaram as férias e eles recebem a terrível notícia de que Huck havia fugido. A partir daí inicia-se uma busca incansável de toda uma cidade para recuperar o animalzinho tão querido. Uma história de amor, compaixão, amizade e perseverança. Mas, acima de tudo, uma história de esperança, daquelas que o leitor não vai conseguir parar de ler. E jamais esquecerá.

Ponderação:
É mais um de minha coleção sobre animais de estimação, especialmente, cães. Simplesmente, adorei o livro, o texto é leve, contando a trajetória de vida de uma família. Capítulo 14 é pura emoção e segura na mão de Deus. Você ri e chora ao mesmo tempo. Felicidade maior para Huck reencontrar seu dono, Michael.



Novo Aurélio

Novo Aurélio
O Dicionário da Língua Portuguesa - Século XXI
Aurélio Buarque de Holanda Ferreira (1910-1989). Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 3ª ed. e ampl. 1999. 2128 páginas.


Ponderação:
Não é brincadeira, mas é depois da Bíblia o segundo livro mais importante. É bom está sempre a mão.




27 de dezembro de 2013

Camélia Branca

A Camélia Branca – 1882
Nelson Câmara. São Paulo. Lettera. 2010. 428 páginas.

Sinopse / Ponderação:
Os nomes de muitas das ruas de São Paulo guardam histórias jamais lidas ou estudadas. Também, quizá, seria e teria de passar às 24 horas do dia ao trabalho meticuloso da pesquisa na busca da informação. É para isso que temos amigos, com gosto diferenciado na leitura e com profissões diferentes da nossa, para nos apresentar outros segmentos da vida oculta na literatura.

“Lampião de gás. Lampião de gás.
Quanta saudade você me traz...”

Essas palavras são da velha música, gravada e interpretada por Inezita Barroso, “Lampião de gás”. Sim, o texto, de Nelson Câmara, faz referência a ele, das sombras que guardavam segredo, vigilância, temor, terror e amor. A luta pela liberdade de nossos irmãos do cativeiro trazidos à força do continente africano.
Tendo como pano de fundo a história de amor entre Ana e Manelão, prometidos um ao outro, ainda crianças, na senzala da Fazenda Boa Esperança (contradição com os aspectos de cativeiro), em Campinas. Eles são separados por ação libertadora dos Caifaizes. Tiveram a oportunidade de aprenderem a ler e a escrever, graças aos seus protetores. Juntando-se a eles, Francisca e Theodoro; Eugenia e Tobias; Sarah e David.
Um ponto importante a considerar – o respeito e o não alimentar expectativas de um relacionamento entre Manelão e Jacinta; Ana e Theodoro. Respeito em não trai a confiança depositada no amor que ambos sentiam e que Jacinta e Theodoro entenderam plenamente, não impondo presença.
A Camélia Branca trata da questão da escravidão e sua abolição (campanha bem alicerçada). São Paulo, Santos e Rio de Janeiro constituem o palco das ações, trafegando por elas nomes ilustres, tais como: Rui Barbosa, Raul Pompéia, Bernardino de Campos, Benedito Calixto, Theodoro Sampaio, Antonio Bento de Souza e Castro - Personagem principal da luta e da presente narrativa. - A criação do Quilombo de Vila Isabel (atual bairro de Vila Isabel, Rio de Janeiro). O embrião da cidade de Cubatão.
O enterro de Luiz Gama mostra-nos a importância da luta ora legal seguida por Antonio Bento ora ilegal. Esquecemos a visão romântica da história oficial que estudamos nos cursos de primeiro e segundo grau. Esquecemos de “Sinhá Moça ou Escrava Isaura”. Câmara apresenta-nos o outro lado da luta; de certa forma a covardia de D. Pedro II sempre em viagem, quando era pressionado a tomar uma atitude em relação à escravidão através de políticos favoráveis a ela ou pela Imprensa. E a presença marcante dos alunos da Academia de Direito do Largo de São Francisco e da Maçonaria.
Será que a história fez justiça àqueles bravos lutadores pela liberdade de nossos irmãos afro e afro descendentes?



26 de dezembro de 2013

Um Estranho em Goa


Um estranho em Goa
José Eduardo Agualusa. Gryphus. 2ª Ed. 2010.

Sinopse / Ponderação:
Índia Portuguesa tem exercido bastante influência no meu imaginário histórico-familiar. Ligação de fatos e anedotas, ligação política. Goa um pequeno estado, descolonizado, em 1961, na Índia. De lá para cá, foi, gradativamente, perdendo sua identidade. Os portugueses e seus descendentes já não são capazes de definirem se são portugueses ou indianos.
José, o próprio autor ou simplesmente uma personagem, tentando desvendar o passado de Plácido Domingo – não é o tenor espanhol – e sim um ex-militar ou guerreiro, sabe-se lá o que realmente foi?!... Os fatos vão acontecendo, há momentos que não sabemos até onde vai o real da ficção ou vice-versa. 
Agualusa preocupa-se com a temática da perda da memória da história. Não só em Goa, mas na África portuguesa. Angola e Moçambique perderam-se na busca de sua identidade. Tentam esquecer um passado (sob dominação e, de certa forma, bem sucedido) e aventuram-se no futuro incerto.



Quando Começou em SP?



 Quando começou em SP? – 458 respostas pelo guia de turismo. Laércio Cardoso de Carvalho. São Paulo. Plêiade. 2102. 180 páginas.

Sinopse / Ponderação:
Que delícia! Caminhar através da história da cidade de São Paulo. “Quando começou em SP?” nos apresenta a descoberta, o folclórico, a história, a lembrança, a saudade, a lenda, tudo ou quase tudo de uma cidade nascido no meio de um nada, transformando na alavanca de um povo forte, o coração do país.
Mais que um guia, para quem deseja aprofundamento em alguns temas é só seguir as indicações ao final de muitas das respostas. Com certeza irei fazer uso delas no tocante a Comunicação.
A diagramação segue, ou melhor, inspira-se nos antigos almanaques e foram os temas agrupados em ordem alfabética. É para consultar sempre que haja necessidade.


O Começo do Adeus

O Começo do Adeus
Aprendendo a se despedir
The Beginner's goodbye. Anne Tyler. Trad. Ana Paula Corradini. Ribeirão Preto. Novo Conceito. 2012. 206 páginas.

Sinopse
Um romance sábio, assustador e profundamente tocante em que descreve um homem de meia-idade, desolado pela morte de sua esposa, que tem melhorado gradualmente pelas aparições frequentes da mulher — na casa deles, na estrada, no mercado. Com deficiência no braço e na perna direita, Aaron passou sua infância tentando se livrar de sua irmã, que queria mandar nele. Então, quando conhece Dorothy, uma jovem tímida e recatada, ele vê uma luz no fim do túnel. Eles se casam e têm uma vida relativamente modesta e feliz. Mas quando uma árvore cai em sua casa, Dorothy morre e Aaron começa a se sentir vazio. Apenas as aparições inesperadas de Dorothy o ajudam a sobreviver e encontrar certa paz. Aos poucos, durante seu trabalho na editora da família, ele descobre obras que presumem ser guias para iniciantes durante os caminhos da vida e que, talvez para esses iniciantes, há uma maneira de dizer adeus.

Ponderação:
Poucos livros apresentam um primeiro capítulo interessante como esse, convenhamos, do segundo ao oitavo capítulo, soma-se marasmo e mais marasmo. Diálogos e descrições insossas e descoloridas. A história se passa em Baltimore, onde Aaron Woolcott e Dorothy Rosales vivem um casamento apagado, que os próprios acreditam serem felizes. Ele editor de uma pequena editora familiar, publica autores independentes; ela médica com especialização em radiologia. Então, após uma discussão, uma árvore cai sobre a casa, matando-a. Após o acidente, Aaron entra em profunda tristeza e repassa toda a sua história, de como um portador de mobilidade reduzida sofre para vencer e amar e todos os lengalengas de super proteção familiar e de amigos. O que ele pensa ver, isto o espírito de Dorothy, é sua consciência pesada, agindo profundamente, ou consiste no fato de ele mesmo não se aceitar. Neste caminho, descobre Peggy.
Enquanto Dorothy é irritante e irritável em sua desordem e desatenção ao marido e toda a estrutura social e familiar, a ponto de não tê-lo apresentado aos demais membros dos Rosales. Peggy é atenciosa e, sempre, preocupada com o bem estar de Aaron, mesmo distante sentimentalmente.
Juntam-se a esses, Nandina, a irmã e Gil, quem realiza a reforma da casa, de Aaron, após uma chuva. Provando que o velho ditado: - ‘sempre tem um chinelo velho para um pé cansado’ – tem razão. Favorecendo a iniciativa de Aaron em retornar a vida normal e feliz de antes. Vendo a irmã rumando ao encontro da felicidade, o nosso editor percebe, após um almoço, que o amor e ritos felizes são moradores da casa ao lado. Bem na sua frente.



Lembra de mim?

Lembra de Mim?
Remember Me? Sophie Kinsella. Trad. Alves Calado. Rio de Janeiro. Record. 2010; 399 páginas.

Sinopse:
Lexi desperta em um leito de hospital após um acidente de carro, pensando que está em 2004, que tem 25 anos, uma aparência desleixada e um namoro desastroso. Mas, para sua surpresa, ela descobre que está em 2007, tem 28 anos, é chefe de seu departamento e sua aparência está impecável. E ainda é casada com um lindo milionário! Ela não pode acreditar na sorte que teve. Mas conforme ela descobre mais sobre a nova Lexi, nota problemas graves em sua vida perfeita. E, para completar, uma revelação bombástica pode ser sua única esperança de recuperar a memória. 

Ponderação:
Londres, qualquer esquina, chovendo. Lexi Smart e suas amigas aguardam um táxi. Lexi termina a noite em 20 de fevereiro de 2004, mas acorda em um quarto de hospital, em 06 de maio de 2007. O que teria acontecido nestes três anos? Vinte e dois capítulos distribuídos em 399 páginas contam a trajetória de alguém, que na verdade, sofreu um choque emocional no funeral de seu pai; daí até o acidente que lhe causa amnésia, ela se torna um robô humano, numa espécie de autopunição, para não transformar-se num fracasso igual ao pai.
A história é chata e irreal. Lexi é chata. Eric é irritante com seu estilo de vida loft e seu vocativo “querida”. Amy é uma adolescente oportunista, a mãe sempre fora da realidade e Jon, único, possuidor de certo grau de honestidade e humanidade. Outro fator irritável o número, médio-alto, de palavras chulas, que não deveriam ser ditas por jovens senhoras e muito menos serem escritas, também, por jovens escritoras. Essas palavras tornam a história desestimulante. Choque emocionalmente levando a amnésia ou vice-versa, a pessoa que a sofre não é deixada sozinha como Lexi. Aí que reside o teor de irrealidade, porque sabe-se que é necessário acompanhamento profissional adequado. O diálogo, ainda no quarto do hospital, mantido entre mãe e filhas é hilário, mas só isso. Outro fator, a capa é muito chamativa, levando o leitor a comprar um exemplar e com a leitura, decepcionando-se.



Sagarana

Sagarana
João Guimarães Rosa (1908-1967). Rio de Janeiro. Livraria José Olympio. 1973; 370 páginas.

Sinopse:
Nove contos que revolucionaram a literatura regionalista no Brasil. Em histórias como "O burrinho pedrês", "Corpo fechado" e "A hora e vez de Augusto Matraga", o sertão mineiro cria vida na linguagem mágica inventada pelo gênio de Guimarães Rosa.

Ponderação:
Só para aula de português – leitura obrigatória. Mesmo como tema estritamente regional, não entendi até hoje... Beira ao realismo fantástico.




24 de dezembro de 2013

Memórias de um Sargento de Milícias

Memórias de um Sargento de Milícias
Manuel Antônio de Almeida (1831-1861). Rio de Janeiro. Edições de Ouro. 1969. 251 páginas. 

Sinopse / Ponderação:
Único romance de Manuel Antônio de Almeida, envolto em controvérsias a que escola literária pertence, deixando esse porém de lado, também, foi mais uma obra que, quando a li, tive dificuldade de entender o valor para nossa literatura e nossa história. Um romance que traz as classes intermediárias, até, então uma novidade para aquele momento (classe média) e ignoradas na construção literária. Um romance tendo por protagonista um herói-malandro; vamos encarar melhor – um anti-herói. Face ao caráter documental da sociedade carioca do tempo de D.João VI – pólo principal em todos os níveis. – Tais como: costumes, tipo social, comportamento típico. E pelo ‘tom’ de crônica, dando leveza e aproximando a fala da linguagem com que foi escrito. Tudo gira em torno do personagem picaresco, Leonardo, desde seu nascimento até o enlace matrimonial. 




O Cortiço

O Cortiço
Aluísio Azevedo (1857-1913). Rio de Janeiro. Edições de Ouro. 1972. 277 páginas. 

Sinopse / Ponderação:
Obra lida com obrigatoriedade de leitura nas aulas de português. Lembro-me de pequenos detalhes, em conversas, sobre como Pombinha se torna mocinha. Mas, olhando, hoje, parece-me que nos ensinávamos literatura de maneira contraditória aos parâmetros da história por si só. O romance mantém uma admirável objetividade, aquele ímpeto de vida em que vibra o cortiço, a crescer e a expandir-se, a arder em incêndio e a renascer multiplicado das cinzas, o drama da gente que o habita, de cujo coração recebe o hausto e através de cujos pulmões respiram e se anima, é o entrechoque de raças, é o atrito do meio, é o conflito de temperamentos, é o tumultuar do instinto que o sol dos trópicos abrasa, é a explosão de apetites incoercíveis em que o animal sobrepuja o humano e em que vivem como em clima próprio. A lei do mais forte. Rita Baiana, Firmo ou Porfiro, a que sucumbem Jerônimo e Piedade, cujo sonho europeu de ordem e disciplina se evapora ao contágio do solo americano (Rio de Janeiro – Brasil) e a que nem mesmo escapa Pombinha, o anjo tutelar daquele esterquilínio. João Romão, certo de sua vontade, o qual serve-se dos instintos mas não os serve; ou talvez seja o próprio instinto a realizar-se em si mesmo, destruindo o que se lhe anteponha, como Bertoleza, de que se utiliza e que atira fora, quando chega o momento clímax. Em verdade, O Cortiço nos apresenta uma coletividade como personagem central, isto é: a sociedade, enquanto quadro social, é o primeiro plano de um possível estudo histórico de como era a vida no final do século XIX.




23 de dezembro de 2013

O Triste Fim de Policarpo Quaresma

Não lembro, exatamente, se é a capa da edição
 que li, mas está dentro do ano pelo qual tomei
contato com a obra.

O Triste Fim de Policarpo Quaresma
Afonso Henrique de Lima Barreto (1881-1922). Rio de Janeiro. Edições de Ouro. 1978. 281 páginas. 

Sinopse / Ponderação:
Para Major Quaresma, a Pátria é um ideal que está acima de tudo. Visionário por excelência, suas idéias colocam-no em várias situações embaraçosas e levam-no até a ser internado em um manicômio. Tímido, discreto, ingênuo, é também uma palha de pureza a navegar num oceano de podridão. Este é um livro escrito com todos os nervos, mas principalmente com o coração, e que se destina aos quantos tenham orgulho de ser brasileiros.
Quando o li, foi-me difícil entender o real valor desta obra. Tínhamos que interpretá-lo nos moldes dos parâmetros didáticos – existentes até hoje – (Não sei se da estrutura regida pelo Ministério, da Secretaria Estadual ou Municipal OU da estrutura monopolista das Editoras – livros – que regem o esquema de estudo.). Com o tempo, adquiri livros que mostram o desenvolvimento da literatura, seus autores e suas obras.
Naquele momento, achei interessante a abordagem na busca de identidade única e típica para o país. Visto que não mais temos um valor mínimo unificado nacional. Macunaíma, o oposto de Policarpo Quaresma.
Quaresma desejoso de fazer o ‘guarani’ nosso idioma oficial, porque considerava o idioma português um empréstimo ao nosso povo. Há quem o identifique ao Dom Quixote. Na verdade, nosso Quaresma nada vê, nada percebe, nada compreende. Luta sozinho. No entanto, através da ingenuidade de seus olhos, os nossos começam a enxergar no uso do tema e da linguagem igualmente leves na aparência, desvendam e destroem as últimas ilusões românticas, não sobre a pátria – mas sobre a pátria que o patriota ingênuo acredita existir.



Mamãezinha Querida

Mamãezinha Querida 
Mommie Dearest. Christina Crawford. Trad. De A.B. Pinheiro Lemos. Rio de Janeiro. Recors. 1878. 2ª edição. 348 páginas.

Sinopse / Ponderação:
Christina Crawford narra sua infância como filha adotiva de Joan Crawford. Tudo aquilo que as câmaras de Hollywood não mostraram. Esse livro, mostra que por traz das aparências pode existir alguém maquiavélica, que as ações passam ímplícias aos olhos de quem esta vendo por fora, mas só quem esta dentro de casa, na convivência sabe como a pessoa realmente é... A imagem que ela passava para o mundo era da bondosa mulher, que não tendo filhos, teve a generosidade de adotar órfãos e cuidar deles e de seu futuro com imenso cuidado, servindo de exemplo para a sociedade, destacando-se no mundo artístico. Pois bem, Joan não tinha aptidão humana para ser mãe. Jamais, esquecerei a cena dos presentes de Natal, somente para a fotografia em uma aposta de Marketing pessoal da atriz. E do castigo para Tina, deixando com um único tipo de vestimenta por mais de 10 dias, chocante. Há quem diga: – "Joan não merecia o tratamento autobiográfico de Tina," mas, talvez fosse necessário desmitificar a estrela, expondo-la nua e crua. Somente, aqueles que vivem e convivem 24 horas do dia com alguém, poderá contar o que realmente são, os ídolos... Na verdade, o que os olhos enxergam não é visível ao olhar do coração. Assim foi Joan Crawford: - mostrou-se uma em cena, mas outra fora de cena, totalmente, fria e indiferente aos sentimentos das pessoas que dela precisavam de atenção e carinho...




19 de dezembro de 2013

Agosto

Agosto
Rubens Fonseca. São Paulo. Cia. das Letras. 1990. 352 páginas.

Sinopse / Ponderação:
O atentado contra o jornalista Carlos Lacerda na Rua Tonelero é o pano de fundo que o escritor carioca usa em torno dos acontecimentos de agosto de 1954, que levaram ao suicídio do Presidente da República, Getúlio Vargas. É obra de ficção, onde a personagem central investiga os fatos sob a ótica ‘realista’ de uma comoção nacional. Foi o primeiro romance que li do autor e a leitura realizada paralelamente com a veiculação da minissérie homônima, cuja adaptação fora bem fiel ao texto original. Uma experiência que demorei a refazer com outro livro.


15 de dezembro de 2013

Presentes da Vida

Presentes da Vida
Something Blue. Emily Giffin. Trad. Patrícia Dias Reis Frisene. Ribeirão Preto. Novo Conceito. 2011. 383 páginas.

Sinopse:
Darcy Rhone sempre teve todos os homens aos seus pés. Tinha um emprego glamouroso, um seleto círculo de amizades e um noivo perfeito, Dexter Thaler. No entanto, tudo mudou quando Darcy se envolveu com o melhor amigo de seu noivo... Seu noivado acabou e perdeu sua melhor amiga, Rachel. Incapaz de assumir responsabilidades e de enfrentar todo esse mal-estar, Darcy foge para Londres, para a casa de um amigo de infância, imaginando que poderia passar uma borracha em tudo isso. Mas, para seu desânimo, Londres se torna um mundo estranho, onde seus truques de sedução não mais funcionam e onde sua sorte parece ter se evaporado. Sem amigos nem família, Darcy precisa dar novo rumo à sua vida e, assim, começa uma linda trajetória rumo ao crescimento e ao amor.

Ponderação:
Santo Deus! Gostaria de saber o que se passa na cabeça das Autoras Modernas?  - Pensam somente em sexo e que a vida gira em torno dele e disso. Quer dizer: não tendo sexo, não é uma pessoa feliz e realizada. Se for maneira de ganhar dinheiro, entram em uma grande enrascada, seus livros viram ponto de referência. Muitas meninas não possuem a formação intelectual adequada ao aprendizado da vida e poderão acreditar que a história se torne ponto de referência pessoal.
Mulher manipuladora - É de amargar. Mas homem manipulador é terrível. Nossa personagem Darcy Rhone, típica mulher fútil, educada para ser superior a tudo e a todos. É arrogante, egoísta, invejosa, e, até, traiçoeira. Incapaz de ato humanitário. Tudo para ela gira em torno da superfície. Tudo tem que ser como ela quer no mundo que ela criou para si. Mas, quando começa a receber "Não", descarrega em Raquel, dizendo que ela é culpada por sua desgraça. Darcy parte para Londres e lá o resultado é bem diferente. Fica a sensação de que ela, Darcy, continua sendo manipuladora, que na primeira oportunidade a Velha Darcy regressará com a corda toda. Da a entender que ela não apreendeu bem o significado de 'sempre há um chinelo velho para um pé cansado' ou 'a felicidade mora ao lado'.  




O Feijão e o Sonho

O Feijão e o Sonho
Orígenes Lessa (1903-1986). Rio de Janeiro. Tecnoprint. 1975. 229 páginas. 

Sinopse / Ponderação:
Romance que narra a história do poeta Campos Lara, professor de uma pequena cidade do interior paulista, dividido entre o universo sensível da poesia e as amargas necessidades do cotidiano. Mesmo sendo escrito e publicado em 1938, O Feijão e o Sonho aborda com maestria toda uma problemática entre a necessidade de ganhar dinheiro (realidade dura e fria) e o desejo de ser coerente com os próprios ideais e convicções. Versando sobre a realidade de centenas de cidades e de centenas de pessoas que são a imagem do personagem principal do livro. Essa mesma realidade não é diferente, hoje, daquela de quando de sua publicação.





10 de dezembro de 2013

Floradas na Serra

Floradas na Serra
Dinah Silveira de Queiroz (1910-1982). São Paulo. Círculo do Livro. 170 páginas. Literatura Brasileira Contemporânea, vol. 17.

Sinopse / Ponderação:
Floradas na Serra, lançado em 1939, tem como pano de fundo a tuberculose e seu tratamento, numa época em que a doença ameaçava a saúde pública e mobilizava a sociedade brasileira em função dos altos índices de mortalidade igual ao câncer, atualmente. E originou versões para o cinema e para a televisão.
A narrativa conta como a estadia de Elza, uma jovem, em idade de casar-se, que escondida de seu noivo e com apoio de sua família, viaja e permanece durante longa temporada em Campos do Jordão com o objetivo de tratar sua doença, de nome nunca pronunciado.
O livro explora a relação de Elza com as pessoas com que conviveu, principalmente, Lucília, que podemos considerar como segunda personagem principal. Com Letícia e Belinha, Dr. Celso, Turquinha, Flávio e o misterioso Bruno. Essas relações são coloridas de acordo com o estado de sua saúde, mostrando desde a solidão e despeito que sentiu quando chegou em Campos e se deparou com doentes em muito melhor estado do que ela, bem como o que sentiu quando provocou esses mesmos sentimentos em outras pessoas.
Narrativa preciosa quando descreve os vários destinos daqueles milhares de pessoas que corriam para aquela região na busca de salvarem suas vidas. Aqueles que possuíam recursos ficavam em pousadas exclusivas para o tratamento, com todo o conforto, outros tinham que ficar nos sanatórios, dividindo enfermarias e outros, ainda, que só podiam dispor da solidariedade, dividiam a condição de miséria dos nativos mais pobres, que em troca de qualquer contribuição financeira expunham a saúde de toda a família ao receber tais hospedes. Todos buscavam salvar a própria vida.
É interessante notar a contraposição que a autora faz entre o deslumbre da paisagem natural e a condição de miséria, solidão e desespero que tais personagens chegavam.
Vale notar, a figura de Dr. Celso, dedicado médico e o livro deveria ser instituído como leitura obrigatória no primeiro ano de Medicina de todas as Universidades e Faculdades para que o futuro profissional da área tenha conhecimento de problemas de saúde pública não se restringe somente nas grandes cidades e há necessidade de abrir mão da tecnologia e conforto para o bom exercício profissional da medicina. 

Todos os acontecimentos da nossa vida se produzem sob o império de uma absoluta necessidade. O que tiver de acontecer, acontecerá, inelutavelmente.” página 79



6 de dezembro de 2013

A Culpa é das Estrelas

A Culpa é das Estrelas
The Fault in Our Stars. John Green. Trad. Renata Pettengill. Rio de Janeiro. Intrínseca. 2012. 288

Sinopse / Ponderação:
A Culpa é das Estrelas narra o romance de dois adolescentes que se conhecem, se apaixonam em um Grupo de Apoio para Crianças com Câncer: Hazel, uma jovem de dezesseis anos que sobrevive graças a uma droga revolucionária que detém a metástase em seus pulmões, e Augustus Waters, de dezessete, ex-jogador de basquete que perdeu a perna para o osteosarcoma. Como Hazel, Augustus é inteligente, tem ótimo senso de humor e gosta de brincar com os clichês do mundo do câncer - a principal arma dos dois para enfrentar a doença que lentamente drena a vida das pessoas.
Não é inspirador, porém é corajoso, não é tão irreverente, é chato, chegando à beira da irritação e tanto violento se for levar em conta a brutalidade de cada diagnóstico que enfrentamos na vida. “A Culpa é das Estrelas” é uma obra não ambiciosa e não emocionante, o excessivo trabalho de marketing do/pelo John Green, para valorizar o romance, há obras melhores sobre a alegria e a tragédia que é viver e amar, quando se trata de doenças, tidas como incuráveis.
O Grupo de Apoio mais parece um bando de lunáticos com ingestão de bebida alcoólica. Apoio significa não ficar falando de só ‘tipo’ doença. Quem está doente não quer falar de sua doença, quer falar da vida e de outras coisas que ela tem de bela. Usar metáforas não ajuda em nada o trauma da certeza, e única, que temos dias a menos de vida. – “Você determina seu comportamento com base na ressonância metafórica”. - páginas 26.
- Eu tenho medo de ser esquecido. Disse Augustus. Uma lógica de ponta cabeça; assim que apresentamos qualquer tipo de dificuldades, já somos esquecidos. Não há necessidade de morrer para sermos esquecidos. Em alguns casos, a morte faz com que não sejamos esquecidos. Neste caso, viramos herói. E, aí não precisamos ser vivos. Peter Van Houten é o contra-ponto, mostrando aos nossos personagens que a vida não está centrada na problemática doentia deles próprios e do Grupo a qual eles pertencem.