31 de janeiro de 2015

Mensagens Para Sempre

Mensagens Para Sempre
Richard Bach. Vergara e Ribas Editoras. 2000. 105 páginas.

Sinopse:
Quando surgiu Fernão Capelo Gaivota, o romance de Richard Bach, milhões de pessoas em todo o mundo se comoveram com a simples história de alguém que queria ser diferente, voar mais alto, que buscava a liberdade... Na seqüência desse livro apareceram Ilusões, Longe é um lugar que não existe, A ponte para o sempre... todos de imenso êxito mundial. Richard Bach tem duas paixões: escrever e voar. Com as duas conseguiu chegar muito longe: atravessando espaço e tempo, tocou o coração de várias gerações de leitores.

Ponderação:
Esse livro é para quem leu outras obras do autor, não só Fernão Capelo Gaivota.



Vivaldi

Vivaldi, Pachelbel, Bach
Eduardo Rincón. Trad. Eliana Rocha. São Paulo. Publifolha. 2005. 59 páginas. {Coleção Folha de Música Clássica, vol. 14}

Antonio Vivaldi (1678-1741)
Manuel da Costa Pinto. São Paulo. Mediafashion. 2014. 48 páginas. {Coleção Folha, Mestres da Música Classica, vol. 2}


Sinopse / Ponderação:
Começo a falar um pouco mais sobre "Coleções" e foi o tema da postagem de 29/09/2014. Lá dava uma geral. Então, vamos iniciar pelo autor de "As Quatros Estações". Bem, em termos biográficos não há muita diferença entre as duas publicações. Lendo atentamente, percebe-se mais a questão dos instrumentistas, isto é - a valorização da Orquestração, no primeiro caso para Royal Philharmonic Orchestra, a patrocinadora original da coleção. A segunda é de Deutsche Grammophon, com texto de um jornalista especializado em música clássica. Sendo esse volume um pouco mais didático, pois apresenta um glossário de termos característicos das composições clássicas, deixando-nos, muitas vezes, perdidos. Resta uma indagação: para qual público é destinado esse tipo de obra? Continuo na busca de uma definição.




30 de janeiro de 2015

Resgate no Mar

Resgate no Mar
Richard Bach. São Paulo. Arx. 2002. 156 páginas.

Sinopse:
Trinta anos após o lançamento de "Fernão Capelo Gaivota", Richard Bach volta a falar, através dos animais, sobre assuntos que dizem respeito à natureza humana, como amor, cooperação, coragem e força de vontade, entre outros. Com a ajuda dos furões, considerados ótimos animais de estimação, Bach nos leva a um mundo pitoresco e exemplar. Os furões há muito tempo rejeitaram a ideia do mal, não sabem o que é ódio, não cometem crimes nem fazem guerras, e suas histórias mostram, acima de tudo, a importância do empenho, da determinação e da força de vontade. Este é o primeiro livro da série Histórias de Furões. Poucos humanos sabem, mas ao lado de cada estação de resgate marítimo existe uma outra, igualzinha, comandada por furões. Essas criaturas espertas, que não conhecem o sentimento de maldade e crêem firmemente na importância da cooperação mútua, têm como missão salvar gatos, ratos, camundongos e outros animais de embarcações humanas naufragadas. Betina Furão, apesar da origem humilde, torna-se comandante do barco Persistente graças à sua determinação e, neste livro, vive ao lado de sua equipe uma aventura mágica: a de conseguir reconhecer o sentido da existência, algo que na maioria das vezes acontece nas situações mais extremas.

Ponderação:
Deixe tudo de lado, ensinamentos. Profundo pensar. Leia quantas vezes precisar.



29 de janeiro de 2015

A Ponte Para o Sempre

A Ponte Para o Sempre
Richard Bach. Trad. A.B. Pinheiro de Lemos. Rio de Janeiro. Record. 1988. 320 páginas.

Sinopse:
Romance que testemunha a aventura de Richard Bach em busca do amor. Ele narra a jornada mística em busca da felicidade, encontrada com Leslie Parrish, a atriz com quem se casou. Sua alma gêmea, uma mulher que buscava para viver um amor absoluto e eterno.

Ponderação:
Acho que foi mais um sonho do que ficção ou foi só ficção ou uma autobiografia, Qual?


A Convidada

A Convidada
Simone de Beauvoir (1908-1986). RioGráfica. 1986. 488 páginas.

Sinopse:
Nada, nem mesmo a guerra iminente, parece capaz de ameaçar a ligação de Pierre e Françoise, até o surgimento da misteriosa Xavière, jovem provinciana que vai morar em Paris. Françoise - escritora de trinta anos, buscando preservar sua relação com o homem que ama, terá de encontrar uma forma de livrar-se da presença sufocante da outra, se não quiser ver sua felicidade irremediavelmente destruída. Este livro profundamente humano - e que, como a própria autora reconheceu, revela muitos elementos autobiográficos - tem como pano de fundo os meses que precederam e que imediatamente sucederam a eclosão da 2ª Guerra Mundial, descrevendo num estilo ágil e vibrante a boêmia intelectual parisiense do final dos anos 30.

Ponderação:
Primeiro comprado com o meu primeiro salário-estomago. Fui na onda das publicações como evento de seu falecimento e das opiniões de meu tio mais velho materno. Li em dois dias, no percurso de casa ao trabalho e do trabalho a casa. Apesar de ser uma ficção mais ao nível psicológico, não gostei da escrita de Simone, ou será problema da tradução?



Hollywood Nua e Crua

Imagem do Skoob
Hollywood Nua e Crua
Dulce Damasceno de Brito (1926-2008). São Paulo. Círculo do Livro. 1992. 266.

Sinopse:
Hollywood nua e crua narra novas e velhas histórias. Todas sobre os astros que fizeram de Hollywood uma verdadeira fábrica de sonhos. Das marquises iluminadas às calçadas da fama, a trajetória dos mitos escondem tragédias, frustrações e fracassos.

Ponderação:
Tudo no melhor estilo de "Testemunha ocular da História". Esse é resultado do trabalho de Dulce, que conquistou o respeito dos profissionais de Hollywood, desde o simples faxineiro ao maior alto diretor executivo. A narrativa do translado e sepultamento de Carmem Miranda, o outro lado fama da vida da cantora, que divulgou amplamente o traje típico de nossa baiana. A transcrição da última entrevista da então atriz, Grace Kelly, antes de torna-se a rainha de Mônaco. As coincidências do assassinato de Lincoln e Kennedy. E outras ... Dulce realizou o sonho de muitos fãs, esteve lá...


   


28 de janeiro de 2015

Minhas Leituras: São Paulo

O título deste post foi uma reflexão, quizás, aos dois cursos de literatura, que fiz. Já li muito e muito mesmo. A lista de livros e poemas musicados não refletem nenhum parâmetro didático, mas, sim pessoal. Suas características são o cenário da cidade de São Paulo ou alguma personalidade que, aqui, tenha sobressaído em altivez. Todos já mencionados, acá, no blog e, alguns,  no https://allagumauskas.blog.uol.com.br.
Haverá acréscimos de títulos, no decorrer, de outras leituras.
Livros:
Amar, Verbo Intransitivo de Mário de Andrade.

Barra Funda de Krystyna Okrent, Lina Angélica Maria Gumauskas |et al|.

A Camélia Branca – 1882 de Nelson Câmara. A Escravidão e Antonio Bento de Souza e Castro - Personagem principal da luta e da presente narrativa.

Éramos Seis  de Maria José Dupré. Faz um passeio na Revolução de 32, com muita morte, onde o povo paulista não quis aceitar um governo sem Constituição, uma terrível página da história de São Paulo. Pouco lembrado hoje, pelos paulistas e pouco sabem do porquê do feriado 9 de julho.

Quando começou em SP? – 458 respostas pelo guia de turismo. Laércio Cardoso de Carvalho. É uma delícia!

Brás, Bexiga e Barra Funda de Antônio de Alcântara Machado.

Floradas na Serra  de Dinah Silveira de Queiroz. Um pouco na cidade de São Paulo e outro em Campos do Jordão.

Rua Cuba: O crime perfeito? de Anélio Barreto. Não houve solução.

Câmara Municipal de São Paulo (1560-1998): Quatro Séculos de História. Délio Freire dos Santos & José Eduardo Ramos Rodrigues. 

Câmara Municipal de São Paulo: 450 anos de História. Com texto e pesquisa de Ubirajara de Farias Prestes Filho. 

Velhos Amigos de Ecléa Bosi. 

Vila Prudente: do Bonde a Burro ao Metrô  de Newton Zadra. 

O Dia de Santa Bárbara  de Paulo de Tharso.

Aos Meus Amigos de Maria Adelaíde Amaral.

São Paulo de Nossos Avós de Raimundo de Menezes.

O Inferno é Aqui Mesmo de Luiz Vilela.

Dionísio Azevedo e Fora Geni: Uma Vida na Arte de Dionísio Jacob.

Vida Alves: Sem Medo de Viver de Nelson Natalino.

O Gênio do Crime de João Carlos Marinho Silva.






Das Poesias Musicadas (As Músicas):
Sem sombra de dúvida, Adoniram Barbosa é o que descreveu melhor a alma do paulistano. ficaria difícil selecionar algumas, mas as demais possuem pontualidades marcantes. Com a exceção de Lampião de Gás, serão parciais, as letras.


Sampa de Caetano Veloso,
"Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas

{...}"


Rua Augusta de Ronnie Cord
"Entrei na Rua Augusta a 120 por hora
Botei a turma toda do passeio pra fora
Fiz curva em duas rodas sem usar a buzina
Parei a quatro dedos da vitrina

{...}
Toquei a 130 com destino à cidade
No Anhangabaú eu botei mais velocidade
Com três pneus carecas derrapando na raia
Subi a galeria Prestes Maia
Tremendão

{...}"


Sinfonia Paulistana de Billy Blanco
"{...}
Louvado seja Anchieta, pra sempre seja louvado 
{...}
Raízes de Brasil, chegaram até aqui 
{...}
Na tez de uma paulista em cheiro de floresta 
{...}
As coisas da história de São Paulo exigem 
{...}
Povoava cidade mais cidade 
Bandeiras, monções, São Paulo 
Que amanheceu trabalhando 
São Paulo, que não sabe adormecer 
Porque durante a noite, paulista vai pensando 
Nas coisas que de dia vai fazer 
São Paulo, todo frio quando amanhece 
Correndo no seu tanto o que fazer 
Na reza do paulista, trabalho é Padre-Nosso 
É a prece de quem luta e quer vencer 
{...}
Paulista é quem vem e fica plantando, família e chão 
Fazendo a terra mais rica, dinheiro e calo na mão 
Dinheiro, mola do mundo, que põe a gente na tona 
{...}
São Paulo, que amanhece trabalhando 
{...}
A cor diferente do céu de São Paulo não é da garoa 
É véu de fumaça, que passa, que voa 
Na guerra paulista das mil chaminés 
São Paulo, que amanhece trabalhando 
Começou um novo dia, já volta 
Quem ia, o tempo é de chegar 
{...}
Vai o paulista na sua, para o que der e vier 
A cidade não desperta, apenas acerta a sua posição 
{...}
Para São Paulo crescer 
Vão bora, vão bora, olha a hora 
Vão bora, vão bora, vão bora, vão bora 
Olha a hora, vão bora, vão bora, vão bora 
Que o tempo não espera, a vida é derradeira 
Quem é vai ser, já era de qualquer maneira 
{...}
São Paulo nunca pára, mas você, parou 
Vão bora, vão bora, olha a hora 
Vão bora, vão bora, vão bora, vão bora 
Olha a hora, vão bora, vão bora, vão bora 
São Paulo que amanhece trabalhando 
{...}
Só em São Paulo que é a terra do depressa 
{...}
São Paulo jovem, dos que promovem velocidade 
{...}
São Paulo jovem, na mesma cela 
{...}
Grande São Paulo, como eu gosto de você 
São Paulo, que amanhece trabalhando 
São Paulo que não pode amanhecer 
Porque durante a noite, paulista vai pensando 
Nas coisas que de dia vai fazer. 
{...}"


Ronda de Paulo Vanzolini
"{...}
E neste dia, então,
Vai dar na primeira edição:
Cena de sangue num bar
Da avenida São João."


Lampião de Gás [gravação de Inezita Barroso]
"Lampião de gás, lampião de gás
Quanta saudade você me traz
Da sua luzinha verde queimada
Que iluminava minha janela,
Do almofadinha lá dá calçada,
Palheta branca, calça aufofada
Do bilboquê, do diabolô,
"Me dá foguinho", "vai no vizinho"
De pular corda, brincar de roda,
De Benjamim, Jagunço e Chiquinha

Lampião de gás, lampião de gás
Quanta saudade você me traz
Do bonde aberto, do carvoeiro
Do vassoureiro com seu pregão
Da vovozinha, muito branquinha,
Fazendo roscas, sequilhos e pão
Da garoinha fria, fininha,
Escorregando pela vidraça,
Do sabugueiro grande e cheiroso,
Lá do quintal da rua da Graça

Lampião de gás, lampião de gás
Quanta saudade você me traz
Da minha São Paulo, calma e serena,
Que era pequena, mas grande demais!
Agora cresceu, mas tudo morreu...
Lampião de gás que saudade me traz



26 de janeiro de 2015

Assim Morreu Trancredo

Assim Morreu Tancredo
Antônio Britto. Porto Alegre. L&PM. 201 páginas.

Sinopse:
Um povo inteiro de 130 milhões de pessoas sofreu a dor e a agonia dos últimos 38 dias de vida de Tancredo Neves, o Presidente que fez e não viu a Nova República. Neste drama político que mereceu a maior cobertura da imprensa, do rádio e da TV no Brasil, um único repórter atravessou os limites da UTI: Antônio Britto, o porta-voz que, como Tancredo, nunca seria empossado na Secretaria de Imprensa do Palácio do Planalto. 
O país se habituou a tentar decifrar na expressão fechada de Britto aquilo que não era dito no rigor dos boletins


Ponderação:
O slogan "Testemunha Ocular da História" pode-se aplicar ao Antônio Britto, naqueles 38 dias de 1985, de 14 de março a 23 de abril. Ele foi a única testemunha de uma festa regada a eterna contradição: Poder e Fator Eternidade. Testemunha de uma guerra peculiar - A da Vaidade. A Ética da Medicina melindrada entre Brasilia e São Paulo, provando que o País não estava (e até hoje) preparado para as emergências. A guerra do Poder e os bastidores da Política. Trinta e oito dias, nos quais o Brasil parou. Um fato marcou-me muito, naquele período, e, como eramos 'focas' - estudantes de Jornalismo -  Um dia, houve uma pequena discussão e aos brados, um colega disse: " - Não se pode contar a real verdade, porque vai haver uma histeria e comoção geral, o povo vai destruir tudo." Isso significa, que nós profissionais da Imprensa devemos ter o máximo de cuidado ao transmitir uma notícia, pois, talvez, estaremos contribuindo com a guerra. 
Aprendi mais com essa segunda leitura do livro. Britto confirmou toda a narrativa em seu depoimento no "No Planalto, com a Imprensa", sendo o primeiro do volume 2.



15 de janeiro de 2015

Castelo a Tancredo

Brasil de Castelo a Tancredo
The Politics of Military Rule in Brazil 1964-85. Thomas Skidmore. Trad. Mario Salviano Silva. Rio de Janeiro. Paz e Terra. 1988. 607 páginas.

Sinopse:
O autor apresenta a história brasileira do período num método comparativo - o autoritarismo e a transição democrática ganham, assim, novos e originais enfoques. O livro constitui-se num importante instrumento para a compreensão do regime autoritário, esclarecendo o papel das Forças Armadas, dando os sentidos e limites da abertura política e, o mais importante, antecipando os cenários futuros.

Ponderação:
Verdade ou não! Político ou não! Muito deste livro mostra-nos o lado ambivalente de teorias e conceitos abstratos que não foram e quizá seja apreendido de forma democrática. Skidmore, historiador norte-americano, especialista na América Latina e Brasil, procura descrever, explicando o processo político criado pela determinação dos militares de não devolver de imediato o poder aos civis. Lendo, também, cada nota (citação bibliográfica), claramente, levaríamos mais de um ano lendo para entendermos de fato, aqueles anos, 1964-1985. Quase 40% das notas pertencem ao jornalista Carlos Chagas (há, aproximadamente, 60 páginas de depoimentos do Jornalista, enquanto fora Assessor de Imprensa, do General Costa e Silva, onde relata o outro lado da questão governamental naqueles anos, em "No Planalto com a Imprensa" vol. 1.). Os antecedentes e os pós - o caos político da atualidade. Seriam aqueles militares 'profetas' ou o povo brasileiro desconhece o sentido ideológico-prático de democracia e liberdade.

"Os jornalistas brasileiros também produziram uma quantidade preciosa de reportagens e comentários, apesar de suas difíceis condições de trabalho. Em suma, as fontes impressas sobre os anos do autoritarismo no Brasil são mais ricas do que sobretudo um estrangeiro pode supor. Em comparação com os governos militares da Argentina, Uruguai e Chile, o do Brasil foi mais acessível. Isto se deve em parte ao fato de que a repressão brasileira foi menos severa do que a daqueles outros três países. Mas cabe observa também que a cultura política brasileira após 1945 foi mais aberta do que, por exemplo, a da Argentina, com a qual o Brasil é geralmente comparado. Essa relativa abertura é uma grande vantagem para os pesquisadores, tanto brasileiros como estrangeiros."
 
"Estes últimos trabalhadores formaram a base natural para um movimento sindical urbano. Mas poderiam ser eles considerados como bom material para a sindicalização? O presidente Vargas apropriou-se desta matéria durante sua ditadura semicorporativista do Estado Novo (1937-45), elaborando um código trabalhista que dava ao Estado enorme poder as relações de trabalho. Pelo código getulista a filiação sindical era compulsória, bem como o pagamento de uma taxa (deduzida da folha de pagamento e enviada ao Ministério do Trabalho que, por sua vez, a entrega ao sindicato, à federação ou à confederação). Não havia espaço para a negociação coletiva e as greves eram virtualmente ilegais. Os dissídios, se considerados legais, passavam antes por uma intrincada rede de tribunais trabalhistas para efeito de homologação. Em resumo, era uma estrutura destinada a impedir o surgimento de líderes sindicais independentes {O sindicalismo independente criado por Lula é bem analisado em "Como Lula botou fogo no ABC", capítulo do livro Jogo Duro de Mario Garnero}. A continuidade e o êxito do seu funcionamento dependiam da existência de um grande excedente de mão-de-obra. Dependiam também da disposição do governo de aumentar o salário mínimo com  regular frequência de modo a satisfazer os poucos sindicatos urbanos combativos (portuários, bancários, metalúrgicos). Os aumentos do salário mínimo em geral não passavam de mera compensação da inflação passada, embora os aumentos concedidos por Getúlio em 1954 e por Juscelino em 1956 e 1959 tenham restabelecido, ainda que por pouco tempo, o poder aquisitivo real do salário. Mas o Brasil, como o México, tinha grande excedente de mão-de-obra que inevitavelmente enfraquecia a força dos sindicatos na hora da negociação."
  
E no Capitulo 'Política Salarial' in  Castelo Branco arrumando a casa, também menciona a questão salário mínimo e sindicatos, mas quem trabalha pela CLT e não é sindicalizado é obrigado a pagar a tal taxa. Tem uma certa inverdade na propaganda sindical para cegar os cidadãos trabalhadores deste país. Na questão exposta, sindicato e sindical, resta-nos uma pergunta: - Se o governo atual é tão contra aos atos administrativos (políticos) oriundos daquele período - 1964-1985 - Porque mantém essa aberração da contribuição sindical? Também oriunda de outra política autoritária, de 1937-1945. O trabalhador têm o Direito de escolher se quer ou não ser sindicalizado em algum sindicato.
Portanto: Igual a crise de 1954, o acontecimento de 31/03/1964, foi uma ação a impedir uma guerra civil no país. Cinquenta anos passados, poucos  percebem, mas já estamos vivenciando uma guerra civil, onde o governo central não proporciona real adaptação legal (leis severas/punitivas, com posicionamento individual caso a caso). Estamos numa guerra civil, porque só podemos ir do trabalho para a casa e da casa ao trabalho! Não podemos mais visitar amigos ou sair com eles, pois a violência é tamanha.

O objetivo da leitura deste livro foi fazer uma revisão do que representava a última eleição indireta à Presidência, após o sistema de governo instalado no conhecido "Revolução de 1964". Para entender o capítulo "A Nova República: perspectivas para a democracia" e sua figura chave: Tancredo Neves, hoje, 30 anos depois.

Da página 46 a 136, são páginas descrevendo o governo de Castelo Branco. Todo um resumo de seus atos e, foi-me, quase 50 anos depois, desfazer o folclore de seu falecimento. Seu governo um tanto conturbado, cimentou a liberdade democrática anunciada no discurso de sua posse.

Da página 137 a 314, são as que descrevem o governo de Costa e Silva e Médici. Mais precisamente, na página 152, há dois parágrafos relatando o confronto no Restaurante Calabouço, no Centro do Rio de Janeiro. Quando o estudante Edson  Luís de Lima Souto foi morto. Fez-me lembrar da cena em "Anos Rebeldes". Agora, uma pergunta - Seria mesmo inocente esse estudante? Será mesmo que foram os militares, donos da bala?

Da página 315 a 408, descrevem o governo de Geisel. Da página 409 ao final, o governo de Figueiredo; Eleição de Tancredo Neves; A Nova República, democracia, realidades econômicas e desdobramentos políticos.
 - Abertura e Anistia
 - Colapso total da estratégia econômica
 - Saúde frágil do Presidente Figueiredo
 - Derrota do PDS (partido do governo) em 1982
 - Diretas Já
 - Derrota da Emenda Dante de Oliveira
 - Eleição presidencial indireta - 1985
   - Aureliano Chaves - Vice Presidente (sem apoio governamental - presidente e partido)
   - Mário Andreazza - Ministro do Interior (sem apoio governamental - presidente e partido)
   - Paulo Maluf - Rico, dono da Eucatex (Presidente da Caixa Econômica Federal de São Paulo, 1967; Prefeito de São Paulo, 1969; Eleito Governador de São Paulo, 1978 numa disputa não bem explicada; Deputado Federal, 1982; Derrotado no Colégio Eleitoral de 1985.
   - Tancredo Neves - Advogado e Político de Minas Gerais (Deputado Federal, 1950 e décadas de 1960 e 1970); Ministro da Justiça, 1953; Diretor do Banco do Brasil, 1956-1958; Primeiro Ministro em 1962, sistema parlamentarista com João Goulart; Governador de Minas Gerais, 1982. Eleito Presidente em 1985. Político com poder de unir o país e possuía uma figura paterna.

 - "As eleições demonstram que mais de dois candidatos na disputa enfraqueciam a força do PMDB. Se a eleição tivesse que ser decidida por maioria então o candidato centrista - geralmente do PMDB - podia ser  derrotado pela direita ou pela esquerda. Foi este, naturalmente, um dos objetivos do general Golbery em sua revisão de 1979 da legislação partidária. Não surpreendia portanto que os expoentes do PMDB estivessem defendendo a introdução de eleições em dois turnos."

Justamente, por causa da Eleição em Dois Turnos que o País tem tido agravado seus problemas por falta de um conciliador ´do mesmo nível de Tancredo Neves. Que bonita homenagem para a História do país caso Aécio Neves tivesse chegado à Presidência, passados 30 anos, de sua contribuição, indiretamente ao fato ocorrido em 15/01/1985, num desenvolvimento democrático único.

Um item importante, acredito e observei durante a leitura, todos os presidentes militares, não seguiam a estratégia do antecessor, ficou claramente provado na transferência de Castelo para Costa e Silva, mais no de Médici, no de Geisel e um pouco equilibrado no de Figueiredo. O mesmo que os atuais fazem, quando o antecessor for de partido contrário e muito pior, por exemplo, o túnel que Jânio Quadros abriu na Avenida Juscelino Kubitschek, assim que assumiu a prefeitura, Luiza Erundina mandou aterrar, num desrespeito ao dinheiro público e a população.



 

9 de janeiro de 2015

Aviso 10

Aviso 10
 
 
Mais um Aviso, querido leitor, querida leitora! Sempre há um que está chegando pela primeira vez. Portanto: - Não sigo a tendência da moda literária, possuo meus próprios parâmetros de indicação de leitura. Visto que a memória é minha grande aliada nesta empreitada, porque estou postando sobre os livros lidos desde os meus 12 anos, quando já cursava a 5ª série do 1º Grau, com a chamada leitura obrigatória curricular. Quer dizer já somam mais de quarenta anos de leitura e as mais recentes. Neste ínterim, ficaria, imensamente, feliz com maior número de comentários, se gostaram dos livros ou do que eu escrevi.
O descrito em "Ponderação" pode e poderá ser considerado, sim, como uma visão e vivência de leitora comum, a consumidora e devoradora de livros e leituras. Não reflete opiniões pré-definidas de Direção de Redação ou Empresa Editorial. A maioria não estão, propriamente, em estilo jornalístico ou acadêmico. Abrange um rigor peculiar e particular em relação a memória. A leitura contemporânea, atual, virá com maiores ingredientes ou não. Muitas delas são frutos de indicações sugeridas no processo de leitura ou frase mencionada ou que corrobore com algum conceito exposto na convivência diária com outras pessoas.
Contratempo no equipamento de informática, o pavor já se foi, o primeiro trimestre do ano novo, estou mais confiante. Pequenas surpresas estão acontecendo. Realmente, continuo bastante Curiosa, isto sim, pois um livro de Título - Diário da Morte, A Tragédia do Cessna 140 - está sendo visitado. Gostaria de obter informações desses leitores, eles não postaram nenhum comentário. Pergunto-me o que há de tão importante neste livro. A não ser, simplesmente, o relato da eterna burocracia brasileira e paraguaia, o motivo de não chegar a tempo de salvar o piloto com vida.
Pequenas modificações se fizeram necessárias e serão apresentadas no decorrer do ano vindouro.


Agradeço a visita...