16 de outubro de 2016

Djalma Limongi Batista

Djalma Limongi Batista: Livre Pensador
Marcel Nadale. São Paulo. Imprensa Oficial. 2005. 243 páginas no formato digital. (Coleção Aplauso)

Sinopse:
Livre, rebelde, transgressor, até mesmo teimoso e obstinado. Estes são alguns dos adjetivos que poderiam ser aplicados à vida e obra do diretor Djalma Limongi Batista, mas também poético, original, sensível, talentoso, apaixonante.
Embora seja identificado por alguns como “o mais importante diretor gay do Brasil”, Djalma rejeita estes rótulos e fórmulas na vida e no trabalho. Por isso mesmo tem uma obra curta e coerente, em filmes premiados como Asa Branca, um Sonho Brasileiro, Brasa Adormecida e Bocage, o Triunfo do Amor. Sem esquecer o curta premiado no Festival do JB que o revelou Um Clássico, Dois em Casa, Nenhum Jogo Fora. Neste livro-depoimento sincero e bem-humorado Djalma se expõe ao jornalista Marcel Nadale, relembrando suas raízes amazônicas, sua passagem pela ECA, sua parceria com o irmão Gualter, seu sucesso no teatro, com Calígula, de Albert Camus, seus muitos projetos não realizados.
Uma trajetória reveladora que é também um retrato de uma época. Mais um grande livro da Coleção Aplauso , da Imprensa Oficial do Estado, dentro do seu trabalho de resgate e preservação da memória de nossa arte e cultura.

Ponderação:
A narrativa começa em Manaus, onde nasceu, falando um pouco da imigração italiana fora do eixo São Paulo-Sul do país. Bem, gosto de cinema, mas nunca fui ligada no item 'diretor'. Sempre dei mais valor para o lado interpretativo, o que motiva o personagem. Djalma fala de sua paixão pelo cinema. Menciona vários diretores, contemporâneos dele e meu. Descreve os bastidores da  formação do curso de cinema em Brasilia e na Universidade de São Paulo. Da realização de seus filmes, evidenciando seu lado rebelde de exposições de suas ideias. Faz-me não gostar mais ainda, das adaptações literárias no universo cinematográfico. Mostrou, também, que quando fazemos escolha pela ação da idolatria, consequentemente, estaremos incorrendo em um erro no futuro.



Assassinato no Expresso do Oriente

Assassinato no Expresso do Oriente
Agatha Christie (1891 - 1976). Exilados dos Livros. 173 páginas no formato digital.

Sinopse:
Pouco depois da meia-noite, uma tempestade de neve pára o Expresso do Oriente nos trilhos. O luxuoso trem está surpreendentemente cheio para essa época do ano. Mas, na manhã seguinte, há um passageiro a menos. Uma americano é encontrado morto em sua cabina, com doze facadas, e a porta estava trancada por dentro. Pistas falsas são colocadas no caminho de Hercule Poirot para tentar mantê-lo fora de cena, mas, num dramático desenlace, ele apresenta não uma, mas duas soluções para o crime.

Ponderação:
"... Exatamente. É absurdo... improvável, inverosímil, como eu mesmo julgo, entretanto é isso mesmo. Não se pode fugir dos fatos." ...
A tônica cômica da narrativa é o roupão que a cada senhora indagada, a mesma tinha cada um espanto visível no rosto.
Muito interessante, porém, a inteligência e poder de observar circunstâncias e frases, poderá se chegar a solução dos fatos ou de um crime.



Liberdade de Imprensa

Liberdade de Imprensa: O cinema de intervenção: 40 anos do documentário
Renata Fortes e João Batista de Andrade. São Paulo. Imprensa Oficial. 2008. 154 páginas.

Sinopse / Ponderação:
Liberdade de imprensa, documentário dirigido por João Batista de Andrade em 1967, rompeu cânones do gênero e reafirmou a resistência à ditadura militar. A Coleção Aplauso, da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, publica Liberdade de Imprensa - O cinema de intervenção, que traz o roteiro do filme – um documento importante sobre a construção de uma nova dramaturgia no gênero – e vários textos críticos.

"Cineasta/documentarista" tem compromisso com a história, sobretudo ao momento vivido/político em que as obras nascem.
A obra em questão possui já  47 anos, sendo o tema "Liberdade de Imprensa", atual! Transcrevo um trecho que considerei interessante:
"JCB
Tem uma coisa que eu queria retomar. O Trevisan disse que não é  um filme só sobre liberdade de imprensa. Eu acho que isso é básico, quer dizer, não é um olhar de sociólogo ou de historiador, que pega o assunto externo, mas é um filme que trabalha para construir a liberdade de imprensa. Não é o olhar distanciado do observador. Então a ideia de que o filme não seja sobre a liberdade de imprensa para mim é fundamental. Por outro lado há, sim, um discurso, talvez não haja um discurso verbal, um discurso politicamente e sociologicamente organizado verbalmente, a ação é um discurso."   [página 89. - JCB = Jean Claude Bernadet]





A Rosa do Inverno

A Rosa de Inverno
Where Roses Grow wild. Patrícia Cabot. Trad. Cecilia Gouvea Dourado. Editora Essência. 2008. 305 páginas no formato digital.

Sinopse:
Acostumado a conseguir qualquer mulher, Lord Edward Rawlings enlouquece com a sensualidade de Pegeen, que estava longe de ser a tia solteirona que ele havia imaginado. Mas Pegeen não está disposta a fazer mais concessões além de mudar-se, pelo bem de seu sobrinho, para a mansão dos Rawlings na Inglaterra. No entanto, ao chegar lá, ela logo percebe o risco que corre. Sempre movida pela razão, Pegeen sente que dessa vez seu coração está tomando as rédeas. Ela pode resistir ao dinheiro e ao status, mas conseguirá resistir a Edward?
A Rosa do Inverno é um romance leve, com boa dose de romantismo, forte aroma de sensualidade e uma pitada de suspense. Fala de paixão arrebatadora e indevida, de destino e escolha. Mas, sobretudo, é uma história que acende o debate sobre a condição feminina, o papel, os desejos, os temores da mulher. Ao confrontar o instinto de se entregar a um homem e a decisão de manter a independência, a Patricia Cabot faz do livro um espelho dos dilemas femininos.

Ponderação:
A edição, por mim lida, possui alguns probleminhas de revisão, felizmente deu para concluir a leitura sem grandes dúvidas. É um romance instigante e bom ler-se para quem gosta do gênero. A autora mostra-nos que em qualquer época, sempre houve 'pais' mais abertos na educação das filhas e dos filhos. Peggen é tida por liberal, porque é possuidora de uma audácia e rebeldia fora do comum para o momento vitoriano em vigor, no inverno rigoroso de 1860. Ela é levada mais pela razão do que sentimento, enfrentou a vida de cabeça erguida até encontrar o Lord Edward, o "Destruidor de Corações". Os segredos nos são apresentados gota a gota, até o equilíbrio da razão e do sentimento ser o vencedor. Dei gostosas risadas e felizmente o li antes de dormir no aconchego de minha cama.




12 de outubro de 2016

Os imigrantes lituanos

Os imigrantes lituanos em São Paulo (Brasil): O início 1880-1931
Jonas Jakatanvisky (25-07-1931 * 07-10-2016). São Paulo. All Print Editora. 2006. 302 páginas.

Sinopse / Ponderação:
Poxa, a vida é engraçada mesmo! Estava relutando em colocar esse livro, simplesmente por não ser, digamos propriamente, uma leitura normal. Agora, me vejo na obrigação de fazer uma homenagem, pois foi o autor a me proporcionar um conhecimento, até então desconhecido de mim mesma e que vem de encontro a tudo que buscava saber.
Obrigada, Jonas Jakatanvisky por seu conhecimento e pela oportunidade de uma breve convivência.
Transcrevo o prefácio por mim assinado.

"Quando fui convidada para prefaciar este livro, senti-me profundamente honrada, pois sou descendente de lituanos e há tempos venho buscando conhecer melhor a cultura desse povo.
Quando os primeiros lituanos fincaram suas raízes em terras brasileiras, jamais imaginaram que essas raízes se transformariam, mais tarde, em uma árvore frondosa cujos frutos perpetuariam sua existência.
Através da leitura de "Os imigrantes lituanos em São Paulo", você, amigo leitor, fará uma viagem pela história dos imigrantes lituanos em São Paulo, desde o início do século 20. Descobrirá por que nós, seus descendentes, fazemos questão de divulgar e preservar a fé e os costumes de nossos antepassados, buscando o respeito de outras etnias e um convívio pacífico entre todos.
Neste livro, Jonas Jakatanvisky vem buscar justamente isso: resgatar as tradições lituanas e torná-las presentes no cotidiano das pessoas."