28 de agosto de 2018

O Quarto em Chamas

O Quarto em Chamas
The Burning Room. Michael Connelly. Trad.Cássio de Arantes Leite. Rio de Janeiro. Suma. 2018. 1ª ed. 400 páginas.

Sinopse:
Entre os casos não resolvidos da polícia de Los Angeles, não é comum que a vítima morra uma década depois do crime. Então, quando um homem falece em decorrência das complicações de uma bala perdida que o atingiu há dez anos, o detetive Bosch é designado para trabalhar em um caso cujo cadáver é recente, mas as demais provas estão praticamente desaparecidas. Com sua nova parceira, a jovem detetive Lucia Soto, Bosch precisa resolver um crime complexo, envolto em esquemas políticos. A partir da bala alojada na coluna da vítima, eles deverão desenterrar informações antigas e perigosas, que revelam que talvez o tiroteio não tenha sido tão acidental quanto parecia ser. Neste novo thriller eletrizante, Michael Connelly mostra mais uma vez que Harry Bosch é considerado um dos melhores personagens de ficção policial.

Ponderação:
Aquela velha máxima que diz: 'o crime não compensa' tem sua valia nesta eletrizante história. Onde temos uma dupla de detetives para tentar solucionar um homicídio com uma década, isto é: a vitima lesionada por uma arma de  fogo falece. Então, são iniciadas novas investigações, através do resultado da autópsia, onde é revelado ser um projetil de um rifle. Com ajuda da nova tecnologia e da experiência do policial, vai-se descobrindo os meandros do mundo policial, das testemunhas,  dos apontamentos feitos pelos primeiros investigadores. No meio temos uma recompensa que não será paga e um assessor político ganancioso.
Na outra ponta da dupla, a novata policial possui um passado, do qual foi vitima de um crime que irá colocar luzes para um novo rumo para o que seria a  motivação e de seus autores. E muita adrenalina. 




24 de agosto de 2018

Voragem

Voragem 
Manji. Junichiro Tanizaki. Trad. Leiko Gotoda. São Paulo. Cia das Letras/Tag. 2018. 240 páginas.

Sinopse:
Escrito originalmente em forma de fascículos entre 1928 e 1930 para uma revista japonesa, Voragem é um dos romances mais aclamados de Junichiro Tanizaki. No centro da trama está Sonoko Kakiuchi, uma jovem casada que frequenta um curso de arte. Nas aulas, ela conhece Mitsuko, uma colega de beleza estonteante por quem se vê perdidamente apaixonada. Sem conseguir frear seu desejo arrebatador, Sonoko se aproxima em uma pretensa relação de amizade e forja um contato cada vez mais íntimo, despertando rumores ao seu redor. Mitsuko, por sua vez, é implacável e não tarda a enredar sua amante em uma trama de chantagens.

Ponderação:
Esperávamos  mais desse romance. Pelo fato de ser algo novo, para nosso enriquecimento literário, no primeiro contato com a literatura japonesa. Foi meio traumático. Em meio de uma rede de tramas, conspirações, mentiras, mentiras e contínuas, amor e sexo, ciúmes doentio. Para mostrar até onde pode ir o amor de um para outro, parar ou destruir. O erotismo, mesmo nas entrelinhas, é um processo de loucura. Escolhas absurdas ou, seriam absurdas em qualquer ponto do tempo, espaço, não apenas no Japão da década 1920. Uma crescente obsessão e intrigas. Uma espécie de areia movediça, manipulação completa e total insanidade. O morrer significa fugir dos problemas terrenos e viver no paraíso. Tudo na narrativa desenvolvida através da perspectiva melindrosa de Sonoko.



Minhas Leituras: Underground

Mais ou menos, há um ano e meio de leituras e outras leituras de conhecimento; deparei-me com uma palavra inglesa em meio às palavras em português e, até, em espanhol: Underground - particularmente, prefiro Subterrâneo mais condizente com o nosso ambiente de fala portuguesa.
Também, pode ser 'margem da sociedade', um paria.  Pesquisamos algumas fontes, que serão transcritas quase idênticas ao encontrado, seguido pelo número, onde ao final da postagem, damos sua origem. Mais exemplos e exemplos.

1) - página 6165 = Underground (Palavra inglesa) adj. 2 gêneros.
    1a. Arte - Relativo às manifestações artísticas da vanguarda que ignoram voluntariamente as estruturas comerciais estabelecidas.
      2a. Cinema Underground - Corrente de produção originada em New York, por volta de 1960, encabeçada pelos irmãos Mekas, S. Vanderbeek, K. Anger, S. Brakhage, Mais tarde expandia a movimentos similares em toda a Europa e no Japão na década de 1970. Caracteriza-se por uma atitude rebelde com a indústria cinematográfica, apresenta filmes de reduzida distribuição e de curta duração, substitui a narração por experiências visuais e sonoras, com um empenho claramente vanguardista.

2) - página 2029 = Underground (Ingl) s.m. Movimento, organização ou atividade subterrânea que funciona secretamente, em geral, tem por fim solapar ou destruir autoridade estabelecida ou forças inimigas que ocupam um território.

3) - página 1614 = Underground (del inglês, pronunciamos 'andergraun') adj./s.m. [Manifestación, movimento artístico o literário] que se separa de la tradición o de las estruturas o modelos establecidos y difundidos por canales regulares de comercialización: Película Underground,  Literatura Underground, Escrito Underground. 

4) - página 1008 =   Underground (voz inglesa. subterráno) adj. Diecese de espetáculos, obras literárias, revistas de vanguardia, realizados fuera de los circuitos comerciales ordinários.
                                                                                                                                                                                                



Exemplos:
- "O Underground na França abriu caminho para a invasão dos aliados."
- "Todos os unders, como se autodenominavam as pessoas do underground, reconheceram-se nesse tratado da apatia e do coma etílico." (Limonov)
- [...] "no underground moscovita." (Refere-se ás artes em geral) (Limonov)
- [...] "relações ao mesmo tempo no underground e no mundo da cultura oficial." (Limonov)
- "Um clássico underground, quando o autor o publicou por conta própria, em 1978." (Limonov)
- [...] "e descobre com estupor que são todos veteranos do underground."(Limonov)
- [...] "Para conseguir comprar uma boa quantidade de maconha em Paris, você deve procurar determinados bairros underground, onde se vende droga como pão na padaria."...(Suicidas de Raphael Montes)
- "Sin embargo, Edmond se había convertido em um moderno ícono pop que se desenvolvia em círculos de celebridades, vestía a la última, escuchaba arcana música underground y tenía uma amplia coleción de valiosas obras de arte impressionistas y modernas." (Origen de Dan Brown)







Fontes:
1) Barsa, Editorial Planeta, São Paulo, 3ª edição. 2012. Vol. 18.
2) Novo Aurélio: O Dicionário da Língua Portuguesa - Século XXI. Aurélio Buarque de Holanda Ferreira (1910-1989). Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 3ª ed. e ampl. 1999. 2128 páginas.
3) Diccionario Salamanca de la lengua española. Juan Guituérrez Cuadrado y José Antônio Pascual Rodríguez. Madrid. Santillana/Universidad de Salamanca. 1996. 
4) El pequeno Larousse Ilustrado. (Le petit Larousse ilustre): Diccionario Enciclopedico 1997. Barcelona. Planeta. 1996.




Fique Comigo


Fique Comigo 
Stay with me. Ayobami Adebayo. Trad. Marina Vargas. Rio de Janeiro. Harper Collins. 1ª ed. 2018. 256 páginas.

Sinopse:
Yejide espera por um milagre. Um filho é tudo que o seu marido deseja, tudo que sua sogra consegue pensar, mas a gravidez parece para ela uma realidade distante. Mas, quando a família insiste que seu marido aceite uma nova esposa, Yejide chega ao limite.
Tendo como pano de fundo a turbulência política e social da Nigéria dos anos 1980, Fique comigo é um retrato da fragilidade do amor matrimonial, do rompimento de uma família, do poder do luto e dos laços arrebatadores da maternidade. Uma história sobre as tentativas desesperadas que fazemos para salvar nós mesmos, e aqueles que amamos, do sofrimento.

Ponderação:
Não há mocinhos nem vilões, só pessoas, que hora, acertam ou erram, podendo machucar os outros ou até a si mesmos. Não por maldade, há uma tradição, onde a ideia louca de ser feliz reside, somente, no fato de se ter filhos. Onde na tradição, a única culpada pela falta de filhos é a mulher. Deu para perceber de imediato, que o problema era dele e não dela como ficou provado. Eles, eventualmente, acabam por ter de lidar com as consequências dos erros, porque elas chegam. A falta de diálogos entre as gerações: uma presa à tradição e a da modernidade, que não quer seguir os parâmetros de seus antepassados.



16 de agosto de 2018

Retorno a Brideshead

Retorno a Brideshead: Memórias sagradas e profanas do capitão Charles Ryder
Brideshead Revisited: The Sacred and Profane Memories of Captain Charles Ryder. Evelyn Waught. Trad. M. Alcie Azevedo. Apr. Alexandre Soares Silva. São Paulo. Cia. das Letras/TAG. 2017. 1ª ed. 390 páginas.

Sinopse:
Obra decisiva de Evelyn Waugh, o mais mordaz dos escritores ingleses, Retorno a Brideshead narra as lembranças do capitão Charles Ryder, que durante a Segunda Guerra reencontra a mansão dos Brideshead, cenário de momentos cruciais de sua vida. Da teia de recordações emerge o retrato magistral de uma família em processo de desagregação.
Escrito sob o impacto da barbárie nazista e de alianças de países cristãos ocidentais com a Rússia comunista - algo diabólico para um conservador com Waugh - o romance pode ser resumido numa frase: este mundo é feito de mudança e decadência. Com uma galeria de personagens que se deixam levar, na mesma medida, por instintos nobres e pelos sentimentos mais mesquinhos, Retorno a Brideshead tece um painel inigualável da aristocracia inglesa do entre guerras, quando o Império Britânico estava no auge e, ao mesmo tempo, na beira do declínio definitivo.

Ponderação:
História para público, leitor, inglês. A história consiste nas memórias de um capitão que queria subir na escala social, envolvendo-se com uma família em franca decadência, um tanto social, um outro tanto moral, outro tanto não religioso. Felizmente, a atual edição traduzida ao português possui boas notas de rodapé, possibilitando um bom entendimento de alguns diálogos entre as personagens. A universalidade consiste no poder patriarcal, neste caso, o matriarcal decidir o que os filhos devem seguir, fazer e ser. Uma relação familiar, ainda, vigente em vários pontos do planeta. Outro parâmetro é a vida 'fingida', demonstrar que há harmonias e paz, quando vive-se o inverso.