22 de dezembro de 2017

A Praça do Diamante

A Praça do Diamante
La Plaça del Diamant. Mercè Rodoreda (1908-1983). Trad. Luís Reyes Gil. São Paulo. Planeta. 2ª ed. 2017. 253 páginas.

Sinopse:
Num monólogo de profunda densidade psicológica, Rodoreda contrapõe o sofrimento pessoal da protagonista à dor coletiva de uma Espanha exausta e faminta. A suposta ingenuidade de Colometa, sempre à mercê dos acontecimentos e das pessoas ao seu redor, aparece nas entrelinhas através de uma linguagem elíptica, utilizada às vezes em um sentido ambíguo, com uma discreta ironia, com crueldade e agressividade ou com grande lirismo.

Ponderação:
A última leitura do ano,  foi-me um presente dos deuses. Depois dos livros "Câmara Sangrenta" de Angela Carter e "Suicidas" de Raphael Montes, uma visão sanguinolenta no universo criativo. Poder ler "A Praça do Diamante" é como saborear aquele sorvete predileto com sabor de infância.
Pela nota de Gabriel García Márquez já temos uma boa dimensão de quem foi a autora e de como trata com leveza o mundo a sua volta... Colometa (Pombinha em catalão) e sua história de amor, na misteriosa Barcelona. Que serei uma boa turista sem precisar de guia. A Guerra Civil espanhola; onde os horrores são descritos poeticamente, usando recursos linguísticos da metáfora, metonímia e comparação, mais o universo natural.
A perspectiva do luto de Colometa consiste na manifestação pessoal diante de um luto nacional (de fora para dentro; A Guerra para o lar). Uma coisa do tipo: sentir-se aprisionado pela guerra (País) e pela sua condição feminina (contexto histórico, dentro do universo cultural da Espanha). Porém essa condição feminina, ainda prevalece, até, numa fórmula sutil diante do avanço dos direitos civis e feminismo.



21 de dezembro de 2017

As alegrias da Maternidade

As Alegrias da Maternidade
The joys of motherhood. Buchi Emecheta. Trad. Heloísa Jahn. Porto Alegre. Dublinense. 2017. 320 páginas.


Sinopse:
Nnu Ego, filha de um grande líder africano, é enviada como esposa para um homem na capital da Nigéria. Determinada a realizar o sonho de ser mãe e, assim, tornar-se uma "mulher completa", submete-se a condições de vida precárias e enfrenta praticamente sozinha a tarefa de educar e sustentar os filhos. Entre a lavoura e a cidade, entre as tradições dos igbos e a influência dos colonizadores, ela luta pela integridade da família e pela manutenção dos valores de seu povo.

Ponderação:
Mais uma vez, fico na tentativa de entender a nomenclatura literária! Literatura Brasileira (tudo aquilo que é escrito dentro e por quem é do Brasil). Será possível temos uma literatura brasileira feita fora do Brasil?
Diante deste fato, neste segundo livro lido, no presente ano, de autoria de ‘pessoas’ residentes (de longínqua data) nos Estados Unidos; sendo classificada como Literatura Indiana e Literatura Africana (Nigeriana), no segundo caso seria: - Literatura Inglesa? Porém, poderia ser classificada de Literatura americana-indiana, pois é toda produzida na América por um emigrante indiano.
O segundo, poderíamos dizer que é Literatura Inglesa produzida na América, por um imigrante africano. Para sermos mais explicativo; - Literatura Inglesa, produzida na América, por emigrante nigeriano. Ou, ainda, complicar a vida de nossos leitores. Literatura Americana-africana (americana-nigeriana) produzida por um emigrante nigeriano.
A regionalização da universalização dos relacionamentos pais e filhos, onde as mães dedicam, exclusivamente, patrocinar o futuro melhor para os filhos, priorizando o mais velho, masculino, renegando os demais. Sendo que este mais velho deverá ser o dono d a família, quando os pais morrerem. Sendo a mãe o elo de muitas desavenças consigo própria e o mundo. A aceitação de uma cultura patriarcal e o universo de várias esposas. Mas, aí vem o domínio inglês. Cidade como Lagos, já há pequenas alterações nos costumes e nas tradições. Lá, há o choque! Ela mantém-se próxima de suas origens. Ele se mantém na origem. As mudanças vão acontecendo. Ela percebe, vai se adaptando dentro do limite, mas o mundo cai, quando a Nigéria, não é a mesma de antes da Guerra. Quando o seu primogênito volta para a casa e diz que não irá sustentar os irmãos e pais. O mundo desaba quando uma das filhas não aceita casar com quem o pai escolheu.
Pai e Mãe são esquecidos por não acompanhar a evolução de costumes através do aculturamento dos povos. Tema atualíssimo, em várias culturas e, ainda, persiste nos nossos dias.



17 de dezembro de 2017

El Gran Truco

El Gran Truco
Mamen Sánchez. Madrid. Espasa. 2011. 155 páginas. Ilustraciones de Marta Tebar.

Sinopse / Ponderação:
Carlitos Caracol es el ayudante del mago Sigfrido Buenaventura. Su número estrella es "El gran truco", un espetáculo de magia real donde Carlitos, literalmente, desaparece. ¿Adónde va? ¿Cómo lo hace?
Siguiendo a una criatura marina Carlitos llegó un día a la isla fortificada. Allí conoció a Sigfrido, mago y cocinero, que le tomó como pinche e ayudante para sus trucos. Entre los dos buscan la fórmula del gran truco, que les permita desaparecer a su antojo, y será Carlitos quien finalmente la descubra, gracias a  su amiga Helena.

¡Encantada! Sim ele descobriu a fórmula secreta. Coração puro e amor...




15 de dezembro de 2017

Suicidas

Suicidas
Raphael Montes. São Paulo. Cia. das Letras. 2017.  430 páginas.

Sinopse:
Antes que o mundo pudesse sonhar com o terrível jogo da baleia azul, que leva jovens a tirara própria vida, ou que a série de televisão 13 Reasons Why fosse lançada e set ornasse o sucesso que é hoje, Raphael Montes, então com 22 anos, já tratava do tema do suicídio entre jovens, com a ousadia que virou sua marca registrada. Em seu primeiro livro, que a Companhia das Letras agora relança acrescido de um novo capítulo, conhecemos a história de Alê e seus colegas, jovens da elite carioca encontra dos mortos no porão do sítio de um deles em condições misteriosas que indicam que os nove amigos participaram de um perigoso e fatídico jogo de roleta russa. Aos que ficaram, resta tentar descobrir o que teria levado aqueles adolescentes, aparentemente felizes e privilegiados, a tirar a própria vida. Para isso, contamos com os escritos deixados por Alê, um narrador nada confiável.

Ponderação:
História baseada nos acontecimentos publicados na imprensa. Todos os envolvidos possuem distúrbios em vários graus de anormalidade. Mostra uma realidade inverídica dos universitários brasileiros, só uma pequena parcela deles, pode-se dizer que seja alienada como mostra o autor. Banaliza a profissão dos bacharéis em Ciências Jurídicas. Faz-nos acreditar que a polícia é ineficiente, haja visto, o ocorrido ao final da reunião com as mães das vítimas. Uma narrativa com puro desequilibro emocional... O autor está muito longe, mas longe mesmo de ser comparado a uma Agatha Christie ou Arthur Conan Doyle com seu "Sherlock Holmes". Ao final, tive e tenho a sensação de que não convidaria o autor para um café! Deixou-me a ideia de que ele sofre alguns distúrbios sócio-emocionais, onde sente prazer em ver sangue. Bizarro. O ponto positivo, diga-se um, só, encontrado no capítulo 9, quando menciona o fator escritor e sua decorrente aceitação pelo mercador leitor, proporcionando sucesso.
Uma vez, ouvi sobre a função social da literatura, lembrando disso, dei uma folheada no primeiro e os dois últimos capítulos de "Dias Perfeitos" e, li algumas sinopses de outros livros do autor, percebi algo muito incomodo! A questão da punição para quem realiza más ações. Não há punição, se você verificar nos clássicos de mistério-policial, há sempre a punição e o esclarecimento.



9 de dezembro de 2017

Feliz Natal

Feliz Natal
Selton Mello e Marcelo Vindicato. São Paulo. Imprensa Oficial. 2009. 188 páginas. (Coleção Aplauso)

Sinopse:
Caio tem 40 anos e trabalha em um ferro-velho no interior. Hoje ele possui uma companheira e uma ocupação constante, mas no passado levou uma vida de grande irresponsabilidade, da qual saiu vivo por sorte. A proximidade do Natal faz com que ele faça um balanço de sua vida, decidindo retornar à capital. Ao chegar ele encontra seu irmão Theo,  cujo casamento está em crise. Miguel, seu pai, vive com uma mulher de caráter duvidoso e Mércia,  sua mãe, vive à base de coquetéis alcoólicos e psicotrópicos. Sua cunhada Fabiana está perdida entre as frustrações do casamento, enquanto que os sobrinhos Neto e Alex estão cada vez mais exigentes. A presença de Caio faz com que a vida de todos seja alterada, enquanto que ele próprio está em busca de sua identidade.

Ponderação:
Muito arrogante e sem sentido para se contar uma mínima história de e sobre natal. A crise dos personagens deveriam ter sido resolvidos neste, exato, período; quando todos estão propícios ao dialogo e ao 'perdão'.