31 de março de 2020

A República Brasileira - Sarney a Temer

Coleção Folha "A República Brasileira: 130 anos"
Lucas Ferraz, Fernando Figueiredo Mello e Dirceu Franco Ferreira. São Paulo. Folha de São Paulo. 2019. (volumes 22 a 28) 406 páginas.

Sinopse / Ponderação:
Coleção diagramada em duas colunas imagens e ilustrações da época, permitindo uma leitura rápida. Com uma boa lupa é possível ler os textos de algumas imagens. Cada volume, a partir do segundo, está dividido em capítulos - Governo, Biografia, Para saber mais.

Volume 22  - José Sarney e Tancredo Neves
Presidente eleito não toma posse. Mesmo na forma indireta. Pela lógica, José Sarney deveria seguido os passos de outro vice, Delfim Moreira, convocado novas eleições.
O volume é fraco no ponto: - Tancredo Neves.

Volume 23 - Fernando Collor de Melo
Sua eleição teve um índice semelhante a de Jânio Quadros. E!, que campanha  eleitoral!
Se Collor era tão senhor de si, todos sabemos. Porém, ele, em primeiro momento, soube manipular a imprensa como ninguém, até então. Só que como vitorioso sentou em cima de seu sucesso, esquecendo-se de quem tem telhado de vidro, uma pedra poderá retornar ao seu atirador.

Volume 24 - Itamar Franco
Conciliador bem ao estilo da política exercida por outros políticos mineiros de grande fama. Sua descrição contribuiu, em muito, pra recuperar a economia.
Vale ressaltar um ponto com grau de relevância alta. às páginas 30 e 31, é citada a preocupação de Itamar com o seu sucessor, que seria eleito, em 1994, para dar continuidade ao Plano de Estabilização Econômica. Esse cenário tornou-se comum no país, após 1988, onde o administrador eleito, simplesmente destrói o produzido pelo administrador antecessor, comprometendo e destruindo a história. Em nível municipal, a situação é catastrófica, considerando que muitos dos administradores eleitos não são preparados para governar, não possuem opinião própria. Felizmente, a preocupação de Itamar só ficou na preocupação, diante do sucesso nos oito anos seguintes.

Volume 25 - Fernando Henrique Cardoso
Por orgulho ou por legislar em causa própria ou por ser simples e hábil negociador político, deu continuidade ao Programa de Estabilização Econômica, o popular Plano Real, iniciador no governo anterior.
O processo de  privatização das criou uma grande incógnita. Elas são empresas públicas? Ou privadas|||? Ou de economia mista? O serviço / trabalho realizado por elas deixam muito à desejar. Alguém entendeu o processo? Ou devemos chamar um tradutor?

Volume -  26 - Luiz Inácio Lula da Silva
Há uma expressão: - "Quem de longe vem, mente como quer." O resultado "positivo" da economia no período 2003 a 2010, para os nossos olhos, só foi possível através da 'farsa'. Ele provou na prática a lei de Gerson, levou vantagem para si. Se posicionando ora como vítima, ora como líder, ou como salvador da pátria. Porém, a sua equação política está saindo cara à nação.

Volume 27 - Dilma Rousseff
Há palavras, frases ou expressões por serem usadas em frequência, potencialmente, alta em um determinado espaço de tempo e, por pessoas que não vivenciaram, repetem-la sem ao menos entender os lados envolvidos. Durante seu segundo governo, as palavras: - ditadura, tortura, golpe foram usadas como revanche pessoal - dela própria e tanto outros. Se ela tem orgulho de seu passado, por outro ele a condena. As vítimas sobreviventes tem um passado a ser preservado.
A luz do distanciamento, pela análise compreendida na narrativa encontrada nas páginas 24 a 31, revela em como o povo foi manipulado por um grupo envolvido em destruir o bom nome da política - perdeu todo o sentido ser deputado e senador - após 2015 e as eleições de 2018. Eles não estão preocupados com o bem estar da população.
Ela não soube aplicar, a exemplo de Collor, na prática toda a teoria aprendida na faculdade de Economia.

Volume 28 - Michel Temer e Jair Bolsonaro
Temer - Abraça o barco à deriva. Tenta manter uma imagem de conservador, articulado com a demanda do país em colapso. Recupera um mínimo a economia.
A Operação Lava Jato segue qual caminho? É preciso questionar todas as delações? A lógica está indo ao fundo poço.
Bolsonaro - Pegou um país fragmentado. Apreciador da ordem. Possuidor de boas ideias. Porém a classe política, em colapso, pelas excessivas agremiações partidárias, não está   permitindo o bom desenvolvimento  do trabalho presidencial.
Na atual crise, mundial e nacional da pandemia, tem-se manifestado coerente na manutenção do futuro econômico brasileiro. Somos um país demasiado grande. Se há alguém para culpar pelo pânico instalado, talvez seja o presidente  da O|MS, que fez a solicitação de isolamento social, sem a preocupação do estrago na economia mundial.


27 de março de 2020

O Colecionador de Desejos

O Colecionador de Desejos
The wish collector. Mia Sheridan. Trad. Michelle Gimenes. São Paulo. Universo de Livros. 2020. 448 páginas.

Sinopse:
Pouco depois de se mudar para Nova Orleans em busca de alavancar sua carreira de bailarina, Clara Campbell se encontra mergulhada em solidão e incertezas, tendo na companhia de uma vizinha idosa seu único alívio para a melancolia que ameaça dominá-la todos os dias. E é durante uma visita a essa amiga que Clara toma conhecimento de uma antiga lenda sobre as bonitas e decrépitas estruturas da Fazenda Windisle, uma atração turística local.
Segundo a lenda, os espíritos apaixonados que tiveram o trágico desenrolar de sua história na propriedade ainda vagam pela mansão, mesmo depois de 150 anos do ocorrido. Obcecada com a lenda do “muro que chora”, Clara decide conhecer o local, tido como desabitado, mas descobre ali um morador solitário e alquebrado, Jonah Chamberlain.
Em um breve diálogo através do muro, ambos sentem a chama de uma conexão se acender imediatamente. Mas como Jonah conseguirá permitir a aproximação de Clara, a despeito de suas cicatrizes? Esta é uma história de tristeza e triunfo, de solidão e afeto, e que mostra que até mesmo os corações mais machucados podem dar uma segunda chance ao amor.

Ponderação:
"Não, de repente, tudo o que ele queria era se enfiar em um canto escuro da biblioteca e se perder em um livro."
A frase, acima, ilustra bem o sentimento de todo e qualquer amante da leitura. Depois de quatro meses, lendo livros sobre história e dramas de guerra e humanos, esse foi uma delícia. No cenário de Nova Orleans, rio Mississippi e suas lendas e um pé nos escritos de Mark Twain. Também, de certa forma uma espécie de metalinguagem à obra 'Fantasma da Ópera', 'A Bela e a Fera', joga luz ao 'O Lago do Cisne'. Mais, uma referência muito sutil à teoria de encontros e desencontros citada na obra de Brian Weiss. Leve toque ao lendário Robin Hood e Zorro.
À página 117, há quatro parágrafos mencionando um vídeo, o mesmo foi divulgado como festejo sobre a vitória de um julgamento, porém os jornalistas, editores e diretores dos noticiários não observaram a veracidade (verdade) do teor encontrado no vídeo. Aqui a autora faz uma crítica aos profissionais de comunicação.
Há um toque de irrealidade para o século XXI, no aspecto físico de Jonah, sendo que uma cirurgia plástica teria amenizado o horror de seu rosto, após o acidente. Porém, Clara intuiu bem, era o seu coração, o grande defeito dele ao se trancar atrás do muro da propriedade. O mundo possui inúmeros defeitos físicos, mas tornam-se invisíveis, quando o coração é puro e cheio de magia.  


20 de março de 2020

Minha Metade Silenciosa

Minha Metade Silenciosa
Stick. Andrew Smith. Trad. Rodrigo Seabra. Belo Horizonte. Editora Gutenberg. 2014. 303 páginas.

Sinopse:
Stark McClellan tem 14 anos. Por ser muito alto e magro, tem o apelido de Palito, mas sofre bullying mesmo porque é “deformado”, já que nasceu apenas com uma orelha. Seu irmão mais velho, Bosten, o defende em qualquer situação, porém ambos não conseguem se proteger de seus pais abusivos, que os castigam violentamente quase todos os dias. Ao enfrentar as dificuldades da adolescência estando em um lar hostil e sem afeto – com o agravante de se achar uma aberração –, o garoto tem na amizade e no apoio do irmão sua referência de amor, e é com ela que ambos sobrevivem.
Um dia, porém, um episódio faz azedar terrivelmente a relação entre Bosten e o pai. Para fugir de sua ira, o rapaz se vê obrigado a ir embora de casa, e desaparece no mundo. Palito precisa encontrá-lo, ou nunca se sentirá completo novamente. A busca se transforma em um ritual de passagem rumo ao amadurecimento, no qual ele conhece gente má, mas também pessoas boas. Com um texto emocionante, personagens tocantes e situações realistas, não há como não se identificar e se envolver com este poético livro.

Ponderação:
Já fazia um bom tempo que não exercitava a leitura dinâmica e na diagonal; aconteceu com esse livro. O primeiro capítulo até que deu para encarar normalmente. A partir do segundo, numa narrativa em primeira pessoa começou a emperrar com a voz da vitimologia e excessos de pensamentos explicativos.
A violência doméstica sempre existiu, porém será que a escola nada percebeu? A atitude de Palito deixa uma luz. Aos 13 anos não somos tão certinhos e de comportamento sempre perfeito. A exigência 'violenta' por perfeição não condiz nas regras impostas. As regras são boas, mas com uma explicação para sua existência e na harmonia à uma vida em sociedade.
As duras penas, os irmãos vão amadurecendo. No final é possível questionar: - A vida real imita a ficção ou a ficção imita a vida real?