27 de fevereiro de 2020

A República Brasileira - Jango a Figueiredo

Coleção Folha "A República Brasileira: 130 anos"
Eliane Lobato, Pietro Sant'Anna, Dirceu Franco Ferreira. São Paulo. Folha de São Paulo. 2019. (volumes 16 a 21) 348 páginas.

Sinopse / Ponderação:
Coleção diagramada em duas colunas imagens e ilustrações da época, permitindo uma leitura rápida. Com uma boa lupa é possível ler os textos de algumas imagens. Cada volume, a partir do segundo, está dividido em capítulos - Governo, Biografia, Para saber mais.

Volume 16 - João Goulart
O Governo Jango no nosso entender foi a polarização da teimosia, trazida de Jânio. Tipo: - Vou fazer assim, porque quero e ponto final.  Faltou capacidade e habilidade política. Jango teria competência se não estivesse envolvido com pessoas propensas a propagar discórdias.

Observação
Capítulo VI - Jango Goulart - o salto. Mostra-nos um lado analítico, controverso, saudoso do ex-presidente. Dar-nos uma versão um tanto diferenciada do político. [O Dia em que Getúlio matou Allende e outras novelas do poder. Flávio Tavares. Rio d e Janeiro. Record. 2004. 6ª edição]

Volume 17 - Castello Branco
Não sabemos ao certo, o que e como interpretar as informações do presente volume. Resta-nos uma infinidade de perguntas. Fatalmente, as respostas serão de teor ambíguo.

Volume 18 - Costa e Silva e  Junta Militar
Em um país continental como o nosso, queda uma possibilidade de conhecer todos os fatos acontecidos, simultaneamente, em Brasília. Consequentemente, atribuir a culpabilidade de todas as atrocidades ao ocupante do Alvorada.
- "O problema deste ato não é o senhor [Costa e Silva] nem os que com o senhor governam o país, mas sim o guarda da esquina." Palavras de Pedro Aleixo, vice, votando contra o AI-5. E, talvez, por essa manifestação, tenha sido impedido de substituir o Presidente, em 31/08/1969.

Volume 19 - Emílio Garrastazu Médici
As vezes, o aspecto centralizador numa administração, resulta em uma felicidade geral para o universo. Porquê algumas pessoas não admiram a disciplina? Foi isso que Médici tentou tentou a Nação ter: - Disciplina! Infelizmente, a ausência dela, está levando o país ao caos.

Voluma 20 - Ernesto Geisel
Embora se tenha vivenciado o período Geisel, de certa maneira, a situação na periferia era boa. Conseguia-se conviver com a insegurança. Ao contrário da atualidade, a situação é má e, nossa convivência com a segurança, tornou-se insegura.

Volume 21 - João Figueiredo
Foi com o Governo Figueiredo, o nosso vivenciar no mundo político nacional. Muito do que foi dito neste volume, apresenta-o como um mau conciliador. Talvez Thomas Skidmore seja mais significativo na descrição do presidente em "Figueiredo: o crepúsculo do governo militar" [in Brasil: de Castelo a Tancredo] por sua imparcialidade analítica.
Outro detalhe, acreditamos, da personalidade de Figueiredo, conciliador, mas sem o jogo de cintura do rito protocolar, bem definido por Carlos Átila: - "Ele [Figueiredo] não tinha aprendido algo que o político sagaz conhece: o povo não agradece por aquilo que o governante fez; só agradece por aquilo que ele vai fazer." E, mais - comparou o presidente com Temístocles, o líder grego que derrotou o exército persa na Antiguidade.
Bom exemplo de leitura, sobre os fatos de 1979 a 1985, está nas páginas 170 a 368, de No Planalto, com a Imprensa, volume 1, onde Said Farhat, Marco Antonio Kraemer, Alexandre Garcia e Carlos Átila dão seus testemunhos de um delicado momento da vida nacional, da convivência quase simultânea e diária com João Figueiredo, no cargo mais importante do país. Mas esquecido, injustamente, igual ao grego Temístocles.


Observação:
Considerando o fato de que no Brasil não há interesse em perpetuar a história e seus atos positivos, até mesmo, os negativos, pode-se observar um item, talvez não percebido naquele momento: - "Os Presidentes Militares do período 1964-1985, todos tinham ligação, direta ou indiretamente, com a Revolução de 1930 e o Movimento Tenentista de 1920." É só fazer uma leitura na biografia de cada um.


24 de fevereiro de 2020

Apenas um olhar

Apenas um olhar
Just One Look. Harlan Coben. Trad. Ricardo Quintana. São Paulo / Porto Alegre. Arqueiro /TAG. 2019. 425 páginas.  

Sinopse:
Quando Grace Lawson vai buscar um filme que mandou revelar, ela encontra, no meio das fotos de família, uma que não pertence ao rolo. É uma imagem de no mínimo vinte anos atrás, e, entre as cinco pessoas retratadas, está um homem que parece muito Jack, seu marido. Jack nega que seja ele, mas desaparece no dia seguinte, levando a fotografia. Agora, para salvar a família de um assassino violento e silencioso que não vai parar enquanto não conseguir a foto, Grace precisa confrontar as partes sombrias do próprio passado trágico.

Ponderação:
Ao terminar a leitura da cena do encontro entre Scott Duncan e Monte Scanlon, têm-se a ideia de ser um pacto judicial. Virando a página, temos "Três meses depois". Inicia-se com o pegar um envelope com cópias fotográficas, junto à elas, uma foto estranha ao conteúdo do tema encontrado nas demais fotos. Estranhos acontecimentos começam a ocorrer até a altura do capítulo 26. No seguinte, começa o fio invisível aparecer, ligando o encontro inicial da narrativa com o aparecimento da fotografia, com uma imagem com mais de 15 anos. E um grupo de rock.
No meio disto, o autor questiona os vários tipos de relacionamentos humanos. Em quem, realmente, devemos confiar? Nos abrir de corpo e alma? O Valor de uma amizade? Até que ponto devemos considerar nossas certezas? Ambições? Nosso passado? Em algum lugar dele tem um ponto incrivelmente negativo - um trauma. É nesse trauma que Grace precisa enxergar para salvar sua vida  presente e futura.
A descrição dos pensamentos da personagem, enquanto dirige sob a intimidação de Eric Wu, prova que quando estar-se em estado de tensão, o importante é salvar a própria pele. Wu por sua vez exerce um enorme perigo no mundo online.
Será que vale a pena revelar a verdade dos fatos. Quando essa verdade já foi enterrada?



23 de fevereiro de 2020

A República Brasileira - Jânio Quadros

Coleção Folha "A República Brasileira: 130 anos"
Eliane Lobato. São Paulo. Folha de São Paulo. 2019. (volume 15) 58 páginas.

Luz... Câmera... Jânio Quadros em ação: (O avesso da comunicação)
Nelson Valente. São Paulo. Panorama. 1998. 121 páginas.

A Campanha da Vassoura
Vandick L. da Nóbrega. Rio de Janeiro. Edição do Autor. 1960. 133 páginas.

O Governo Jânio  Quadros
Maria Victória de Mesquita Benevides. São Paulo. Brasiliense. 1981. 88 páginas. [Tudo é História nº 30]

De Vereador a Presidente da República. texto de Luiz Casadei Manechini in São Paulo na Tribuna: Primeira Legislatura (1948-1951) in História das Legislaturas Contemporâneas - Volume 1. Escola do Parlamento da CMSP. São Paulo. Imprensa Oficial. 2012.

Sinopse / Ponderação:
Ok! No Brasil há leis boas e más, mas parecem que as más prevalecem. Um decreto assinado pelo, então, presidente Jânio Quadros e, na opinião dele próprio - "Se aquele decreto houvesse sido respeitado e aplicado, São Paulo não teria perdido os rios Pinheiros e Tietê." - relato encontrado à página 99 do livro acima citado, de Valente.
No capítulo "Decreto Ecológico", Jânio já demonstrava sua e, talvez, do resto da população com o Meio Ambiente e às águas - [decreto 50.877, em 29 de julho de 1961]  - um dos primeiros atos normativos, em favor do Meio Ambiente, editados no mundo. Não colocado em prática pelos seus sucessores para não lhe darem crédito de seu pioneirismo. Seria bom, os ecologistas, de hoje, de plantão, darem uma pesquisada na história da preocupação da preservação do nosso Meio Ambiente. Talvez, estivéssemos dormindo demais neste quesito. "Quem destrói uma árvore, tirando-a do caminho, está e estará condenado ao sofrimento. Porque a árvore é, assim como os animais, filha de Deus."  
Quando Jânio assumiu a Presidência, tornando-se o primeiro Presidente a ser empossado na recém inaugurada Brasília, tínhamos dois anos e três meses de vida; participamos daquela eufórica posse sem saber seu real significado. Crescemos, ouvindo que Jânio era o "Homem dos sete meses". Que fazia incertas nas repartições públicas. Que cobrava atitudes. Que jogava laranja nas calças dos rapazes, onde a fruta parasse era para ser cortada, em sinal de desaprovação de uso  da moda. Havia comentário do famoso sanduíche de mortadela, real - (acredito que vovô tenha pego um;  vovô era janista ferrenho). Mamãe lembrou uma musiquinha envolvendo Jânio, Adhemar de Barros e Lucas Nogueira Garcez. Infelizmente, não será possível transcrever a letra por causa das regras atuais - que acham tudo inglorioso no nosso passado histórico/cultural/artístico. - Na verdade a letra é bem chula, mas havia malicia ou era pejorativa aos políticos. Simples sátira!
Já na faculdade, tomamos contato informativo com um senhor com gestos tresloucados, sempre mencionando o nome Eloá. No que foi nossa segunda formação acadêmica, tivemos um professor que fora secretário de imprensa de Jânio, enquanto Governador de São Paulo (1954-1958), que mencionou uma atitude própria do governador, em um dia de suas saídas de investigações nos setores públicos. Também contou-nos, até, então, agosto de 1985, ser o Governo do Estado de São Paulo, o único que não renunciou, pois a Assembleia Legislativa não autorizou.
Durante seu período na Prefeitura Paulistana, de 1986 a 1988,  as pessoas agiam, realmente, dentro dos parâmetros da honestidade e ética. Por medo ou respeito, todos sabiam que o Dr. Jânio podia aparecer de uma hora para outra, do nada, sem prévio aviso.
Seja lá, a razão da renuncia, Brasília não era compatível aos seus famosos bilhetinhos. Na história oficial desse homem, ainda, há centenas de lacunas. Sua maneira de fazer política única. Não há seguidor a sua altura.
A eleição de Jânio Quadros representou o colapso dos partidos políticos. Sendo eleito, ele desprezou a base política e políticos com seus partidos. Infelizmente, foi o que vivenciamos na eleição de 2018, um novo colapso dos partidos políticos. O mesmo poderá ocorrer neste ano de 2020, no âmbito municipal.
E com a crise política inaugurada por Jânio, 1961 tornou-se o ano dos cinco Presidentes.

Observação:
"Carta Renuncia" está incluída em "Discurso que Mudaram o Mundo" (volume 20 da Coleção Folha 'Livros que mudaram o mundo' de 2010)