28 de julho de 2019

Simonal

"Nem vem que não tem": a vida e o veneno de Wilson Simonal
Ricardo Alexandre. São Paulo. Globo. 2009. 336 páginas no formato digital.

Wilson Simonal
Ruy Castro. Rio de Janeiro. Mediafashion. 2008. 64 páginas. {Coleção Folha: 50 anos de bossa nova; v. 17}

Sinopse:
Na metade final dos anos 1960, Simonal rivalizava apenas com Roberto Carlos em termos de popularidade. Dez anos depois, acusado de ser o mandante do sequestro e tortura de seu contador, foi estigmatizado como da ditadura militar – e, oficiosamente, acabou condenado ao ostracismo artístico até morrer em 2000, corroído pelo álcool, pela depressão e pelo esquecimento do público. Simonal era culpado ou inocente? Dedo-duro ou vítima de difamação movida por rancor, inveja, racismo? 

Ponderação:
"Chega de Saudade" de Ruy Castro é o tipo de narrativa, intimamente, ligada a uma tentativa de reconstrução histórica da música popular brasileira nas décadas de 1950 em diante. Consiste numa leitura nivelada no conceito de puro conhecimento de uma época pela qual, muito de nós, não teve oportunidade de usufruir. Possui imagens da turma de ouro desde João Gilberto a Sinatra atento ao Tom Jobim. Porém, tratando da personalidade, que dar título ao presente post, encontramos seis citações, em sete páginas, sendo duas delas compostas por três parágrafos, mencionando o potencial do cantor no revolucionário movimento da Bossa Nova.
"Wilson Simonal" também de Castro; volume 17 da Coleção acima citada, apresenta em 60 páginas, o resumo de um resumo de opiniões e compilações sobre o cantor. É o nosso sentimento ao término da leitura e pela bibliografia apresentada à página 50.
Enfocando "Nem vem que não tem": a vida e o veneno de Wilson Simonal,  bem escrito e aparentando ser isento, mostra-nos um artista de grande talento com um enorme complexo de inferioridade. Em conjunto com pequenos perfis de outros ícones da MPB através de suas relações com Simonal. Voz brilhante, intérprete da maior categoria, carismático com as multidões - levou o público do Maracanãzinho, em 05/07/1969, aproximadamente, 30 mil pessoas, ao delírio cantando junto a ele seus maiores sucessos, no que ficou conhecido como "a noite em que Simonal 'jantou' Sérgio Mendes", É, a partir desse momento, talvez, tenha iniciado todo o processo que mal digerido, levando-o a ganhar fama, através da maior estupidez de sua vida: - a fama de dedo-duro, o de se fazer passar por protegido da ditadura militar para conseguir dar uma lição em um desafeto que ele desconfiava estar lhe passando a perna na contabilidade de sua empresa.
Os artistas resolveram encará-lo de duas maneiras: atacando-o duramente ou mantendo-se à distância. Tanto de uma maneira ou de outra, sua carreira foi condenada, destruída sua vida como ser humano. O nosso entendimento, o show de 5 de julho foi a gota d'água da inveja, por ser carismático com as multidões e de está sempre sorrindo. Ninguém o preparou ou ajudou antes e depois  do evento do Maracanãzinho, ele entrou em rota de colisão com o mundo a sua volta. Infelizmente, pagou caro por suas ações posteriores ao show.



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