28 de dezembro de 2021

Convite para um homicídio

Convite para um homicídio
A Murder is AnnouncedAgatha Christie (1890 - 1976). Trad. Maria Isabel Garcia. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 5ª ed. 1977. 248 páginas.

Sinopse:
Convida-se para um homicídio, a ter lugar sexta-feira, 29 de outubro, em Little Paddocks, às 18h30m. Espera-se a presença de todos os amigos da família; não haverá outra convocação "Chipping Cleghorn é apenas mais um vilarejo, quase esquecido, da Inglaterra pós guerra. Um ambiente pacato, formado por habitantes que encontraram um refúgio, mas também onde ninguém sabe do passado de ninguém. Lá residem os Easterbrooks, o orgulhoso coronel que morou na India e sua esposa pedante; a dominadora Mrs. Swettenham e seu filho Edmund que vive às custas da mãe, enquanto escreve um livro que nunca termina; as Misses Hinchlife e Murgatroyd, a primeira máscula e decidida, e sua companheira atrapalhada e insegura; o reverendo Julian Harmon, um intelectual incompreendido e sua esposa Bunch, uma mulher simples, inocente, mas extremamente perspicaz; e por fim, em Little Paddocks residem várias pessoas de diferentes personalidades: Miss Backlog: a dona da residência, ex-secretária de um Magnata, independente e sensata Dora Bunner: amiga de escola de Miss Backlog, devotada, leal, porém não muito competente. Foi morar em Little Padocks, pois estava vivendo em condições precárias e imensamente grata a amiga, porém vive causando problemas Mitzi: uma refugiada de guerra, explosiva, arrogante e incrivelmente engraçada. Patrick Simmons: Um bonito rapaz, primo de Miss Backlog, foi morar com ela para dar continuidade aos estudos, dono de um senso de humor insensato e escorregadio. Julia Simmons: A esnobe irmã de Patrick, estuda enfermagem, e vive alfinetando os demais. Arrogante, mas bonita e evasiva Phillipa Haymes: A séria e misteriosa Phillipa, é alvo frequente da malícia de Mitzi e Julia. Trabalha com, jardinagem para sustentar o filho, fruto do casamento um soldado que morreu na guerra. Deixa transparecer que esconde um segredo. Todas essas personagens viviam razoavelmente pacificamente em Chipping Cleghorn. Fazendo trocas de produtos, tentando driblar o racionamento até mesmo de carvão, no câmbio negro. Entre algumas fofocas locais e outras, que sempre acontecem em pequenos vilarejos, todos viviam em uma certa paz. Até a Gazzete, o jornal local, anunciar um homicídio em Little Padocks. Todos pensavam que não se passava de uma brincadeira de mau gosto, mas a curiosidade fez com que todos estivessem lá. E como dizia o anuncio no Jornal às 18h30m algo acontece, um crime. É quando o Inspetor Dermont Craddock aparece pela primeira vez nas histórias, da maior detetive feminina: Miss Marple. E juntos, eles vão trabalhar para descobrir quem é o assassino, antes que ele faça mais vítimas, na corrida contra o tempo, Miss Marple prova mais uma vez que a natureza humana é sempre a mesma.

Ponderação:
Fantástico! A leitura é uma caminhada por vários suspeitos ou nenhum, porém a descoberta do real criminoso é inacreditável...



A Trégua

A Trégua
La Tregua. Mario Benedetti. (1920 - 2009). Trad. Joana Angélica D'Avila Melo. Rio de Janeiro. Alfaguara. 2021 208 páginas.

Sinopse:
Publicado em 1960, A trégua é o mais famoso romance de Mario Benedetti e uma das obras mais importantes da literatura latino-americana contemporânea. Escrito em formato de diário, com um texto incisivo, muitas vezes irônico, o livro conta a história de Martín Santomé, um "homem maduro, de muita bondade, meio apagado mas inteligente".
Prestes a completar cinquenta anos, viúvo há mais de vinte, Santomé mora com os três filhos. Não se relaciona bem com nenhum deles, tem poucos amigos e mantém uma rotina cinzenta, sem sobressaltos. No diário, conta os dias que faltam para a aposentadoria, mas não tem ideia do que fará assim que se livrar do trabalho maçante.
Seu destino, no entanto, mudará quando conhecer Laura Avellaneda, uma jovem discreta e tímida. Com ela, Martín Santomé voltará a conhecer o amor, numa luminosa trégua para uma vida até então taciturna e opaca. Este livro é, porém, muito mais do que uma história de amor. É um belíssimo questionamento sobre a felicidade e um retrato às vezes bem-humorado, às vezes ferino, dos difíceis relacionamentos humanos.

Ponderação:
Uma história que vai além das tradicionais narrativas românticas. Discorre sobre a solidão de um ponto de vista um tanto devastador para quem lê, pois fala de dentro do vazio que todos sentimos em algum momento. 
Em A Trégua temos o seguinte: - a redescoberta do amor, a busca da felicidade, seu verdadeiro significado e uma profunda reflexão sobre o tempo.
E, incrível atemporalidade, do tempo de e para aposentadoria. Por que todos pensam em aposentar e não fazer nada, é aí que a vida perde o sentido...


22 de dezembro de 2021

Dos Hermanas

Dos Hermanas
Deux soeurs. David Foenkinos. Trad. María Teresa Gallego Urrutia y  Amaya García Gallego. Barcelona. Alfaguara. 2020. 152 páginas.

Sinopse:
De un día para otro, la felicidad de Mathilde se derrumba cuando Étienne le anuncia «Voy a dejar el apartamento». No «Voy a dejarte». Pero Mathilde, profesora de literatura (en ese preciso momento está descubriendo La educación sentimental de Flaubert a sus alumnos), comprende lo terrible de la frase. ¿Cómo es posible que ese hombre al que ha amado locamente durante cinco años ya no la ame? ¿Cómo no hundirse frente a un vacío tan repentino como inaceptable? ¿Qué futuro le espera? Devastada, deja que su hermana Agathe la acoja en el pequeño piso que comparte con su esposo Frédéric y su hija Lili. Gradualmente, se empiezan a tejer nuevos lazos, insospechados, en este nuevo seno familiar donde todos luchan para encontrar un equilibrio. Hará falta muy poco para que todo dé un vuelco, porque Mathilde revela una nueva personalidad, tan peligrosa como inesperada.

Ponderação:
Dos hermanas é oposto aos romances La Delicadeza e Hacia la belleza. Um thriller psicológico fantástico. Étienne abandona Mathilde. Por quê? Íris? Essa questão não ficou sólida na narrativa, visto pela visão da protagonista como uma relação feliz? Será? Ao passo que entra na tormenta em aceitar o inevitável. Emerge uma personalidade diabólica, capaz de realizar o inesperado e o final nos parece suspeito até que se prove o contrário.


20 de dezembro de 2021

Uma outra história / Escritos negros : Textos contemporâneos

Uma outra história / Escritos negros: textos contemporâneos
Vários autores. Porto Alegre. TAG. 2021. 143 páginas cada.

Sinopse / Ponderação
- Zélia Amador de Deus com A língua é um pássaro em suas mãos, apresenta a obra.
- Itamar Vieira Junior narra Ler, escrever, voltar parra casa.
- Djamila Ribeiro narra As descobertas da escrita.
- Edwidge Danticat apresenta Marie Micheline: uma vida no Haiti, tradução de Lígia Azevedo. Um pouco da História do Haiti.
- Cultura preta, periférica, diaspórica: uma conversa entre Allan da Rosa e Marcelo D'Salete. A questão 'diaspórica' não é uma expressão exclusiva para negros/afrodescendentes, qualquer etnia está sujeta aos desmando do mundo.
- Alain Mabanckou expõe Elogios das fronteiras, tradução de Leo Gonçalves. "Reivindicar uma 'africanidade' é uma atitude fundamentalista e intolerante."

- Luiz Maurício Azevedo em As cores da fé apresenta a obra.
- Teresa Cárdenas Angulo apresenta Afro-cubana: identidade e memória através da escrita, tradução de Nina Rizzi. Como sobreviver em Cuba na era Castro.
- Nadifa Mohamed apresenta Filsan, tradução de Lígia Azevedo.
- Jeferson Tenório narra As confissões de um romancista negro.
- Arte e estética negra: uma conversa entre Allan da Rosa e Marcelo D'Salete.
- Cidinha da Silva em Como me tornei escritora.

- Saiba mais, nos dois volumes, apresenta nomes citados pelos autores no decorrer de seus textos, nos  dando o mais importante deles dentro da História da Humanidade.

Mágoa é o resultado final da leitura desses dois volumes de contos, curtíssimos. A literatura é como a alma, não produz cores. As cores são produzidas pela nossa vivência no ambiente geográfico que nascemos. Em nossa vivência sempre tivermos contato com todas as etnias, jamais discriminando, porém estamos sendo discriminados por autores negros, autoras negras. Com 'racismo' próximo do ódio. Nenhuma etnia tem o poder de desprezar uma outra, por não se adequar aos níveis de submissão rancorosa movida pelo andamento histórico passado. 
A arte não tem cor. Ela é bela ou feia de acordo com os olhos de quem a vê. O mesmo ocorre com a leitura, ela é boa ou ruim conforme a identificação magica de quem a lê.
Foi possível observar o conceito 'História' registrado desses humanos privilegiados pelo universo da escrita, literatura e leitura dentro da universalidade das ações humanas. O prazer encontrado na leitura, abrindo caminho da consciência sábia do mundo do conhecimento.
A literatura não pode criar racismo! Não pode criar preconceito! Não pode ser rotulada!

 

18 de dezembro de 2021

Hacia la belleza

Hacia la belleza
Vers la beauté. David Foenkinos. Trad. Regina López Muñoz. Ciudad de México. Alfaguara. 2019. 197 páginas.

Sinopse:
Antoine Duris es profesor en la Academia de Bellas Artes de Lyon, pero, de un día para otro, decide dejarlo todo para convertirse en un guarda del Museo de Orsay; en concreto, de la sala que alberga el retrato de Jeanne Hebuterne, de Modigliani. Mathilde, su jefa en el museo, se encuentra tan perpleja como atraída por su extraña personalidad y el enigma de su vida. Algo terrible le ha sucedido, pero ¿qué? De momento, para sobrevivir, Antoine solo ha encontrado un remedio: dirigirse hacia la belleza.

Ponderação:
Quando terminamos a leitura deste, começamos a questionar o que é beleza? Como encarar a beleza encontrada na pintura ou outra manifestação artística. Seria a beleza a sensibilidade do artista? Como vemos a beleza em uma obra?
O romance descreve a devastação de almas, sua recuperação através da arte. É ao mesmo tempo luminoso e obscuro. Um manual sobre as relações amorosas cheias de humor e filosofia, onde a sensibilidade na observação da beleza converge a  uma verdade relativa.



17 de novembro de 2021

Deve Ter algo errado comigo

Deve Ter algo errado comigo
Sorrow and Bliss. Meg Mason. Trad. Laura Folgueira. São Paulo. Universo de Livros. 2021. 320 páginas.

Sinopse:
Um retrato verdadeiro, brilhantemente engraçado e curiosamente sombrio sobre relacionamentos amorosos e familiares, transtornos psicológicos e desventuras do amor.
Todos dizem a Martha Friel que ela é inteligente e bonita, uma escritora brilhante que foi amada todos os dias de sua vida adulta por seu marido, Patrick. Então, por que tudo parece fora de lugar? Por que Martha – à beira dos 40 anos – está sem amigos, praticamente sem emprego e frequentemente triste?
Talvez ela seja muito sensível, alguém que acha mais difícil estar viva do que a maioria das pessoas. Ou talvez – como ela sempre acreditou – haja algo errado com ela.
Com o casamento em crise, Martha encontra uma última chance de descobrir se sua vida está muito destruída para ser consertada – ou se, talvez, começando de novo, ela conseguirá escrever um final melhor para si mesma.

Ponderação:
"... "Meu pai deu a volta para sentar-se em sua cadeira e  ajustou uma folha de papel na máquina de escrever, depois esfregou as palmas das mãos. Antes, sempre que ouvia o som dele digitando de outra parte da casa ou passava pela porta fechada do escritório ao sair de casa;"..." (o grifo é nosso, trecho da página 40).
O verbo digitar não combina com máquina de escrever. O correto seria: - "Antes, sempre que ouvia o som dele datilografando de outra parte da casa ..."  Não sabemos se a autora desconhece o fator histórico ou nunca viu uma máquina de escrever. Mas, acreditamos que não pela sequencia narrativa do parágrafo em questão. Portanto, o erro poderá está ligado ao ato tradutório e/ou revisão. 
Basicamente, uma história boba de alguém com transtorno psicológico não tratado devidamente. Não encontrou uma pessoa  sensível, que pudesse entender/compreende-la como ser humano. Não surtiu efeito os sintomas de um pseudo distúrbio mental. Acreditamos mais em 'depressão', aliado ao preconceito parental em não aceitar uma possível hereditariedade, em também, nos pontos negativos - o transtorno da mente, visto que não herdamos, somente, o positivo de nossos antepassados. 


15 de novembro de 2021

La Delicadeza

La Delicadeza
La délicatesse. David Foenkinos. Trad. Isabel González-Gallarza. Barcelona. Seix Barral. 2020. 218 páginas.

Sinopse:
Nathalie es una mujer afortunada. Felizmente casada con François, pasa los  días rodeada de risas y libros. Un día la pena llama a su porta: François muere inesperadamente. Nathalie languidece entonces entre las paredes de su  casa y se vuelca en la oficina. Pero jussto cuandoha dejado de creer en la magia de la vida, ésta vuelve a sorprenderla y reverse en su forma más maravillosa.
La delicadeza es la novela de la esperanza y la imaginación, la novela de ese Paris fascinante en el que el dolor y la vulgaridad se transforman en poesía. Un libro que querrás tener siempre cerca, para deleitarse de nuevo con su elegancia literaria o sonreír con su mordaz ingenio, pero, sobrre todo, para recordar que siempre, incluso en los momentos más inesperados, cualquier cosa es posible.

Ponderação
Boa narrativa no tocante ao assédio de  Charles em relação a Nathalie. Ela  soube colocar a situação criada por Ele no devido lugar. Uma boa lição social e trabalhista. Markus é uma figura, sua simplicidade  desarmar qualquer um. O jantar com Charles rende boas risadas e por outro lado, uma boa reflexão: - o estar apaixonado e ser o perdedor no terreno da conquista pelo amor a quem acreditamos ter encontrado.
Em princípio, não damos muito crédito a romance que alcance algum prêmio; depende do humor de quem está realizando o julgamento do concurso. Mas, esse mereceu a premiação.
Beijos e felicidade rimam com sofrimento e tristeza/luto. A vida é cheia de magia. Magia essa que transforma em esperança e imaginação. Resumindo: é um deleite de elegância sorrir como um ingênuo apaixonado, o inesperado poderá ser qualquer coisa possível. 


13 de novembro de 2021

Céu de Origamis

Céu de Origamis
Luiz Alfredo Garcia-Roza (1936-2020). Companhia das Letras. São Paulo. 2009. 217 páginas no formato digital.

Sinopse:
Cecília é uma secretária competente. Depois que seu patrão sai do consultório dentário ela guarda todo o equipamento, desliga os aparelhos, tranca a porta e vai embora. Doutor Marcos é um homem tranquilo, e o trabalho com ele é sem sobressaltos. Hoje ele e a mulher vão jantar em casa de amigos. Fato raro, pensa a secretária. Em geral, doutor Marcos e a mulher ficam em casa. Estranho, para um casal jovem como eles…
Cecília gosta de trabalhar no consultório. Tudo é sempre tão perfeitamente previsível que Cecília jamais poderia imaginar que no dia seguinte receberia a visita da polícia em busca de informações sobre seu patrão. Na véspera, doutor Marcos desaparecera sem deixar sinal. Não havia registro de acidentes de trânsito nem de nenhum tipo de ocorrência policial. Só que ele simplesmente não chegara em casa.
E, como se não bastasse, havia um detalhe absurdo: o carro de doutor Marcos estava estacionado exatamente onde deveria estar, em sua vaga na garagem do prédio onde morava. O que teria acontecido com doutor Marcos? Sobre ele, Cecília explicaria a Espinosa: “Sempre foi atencioso e gentil, nunca alterou a voz, nunca reclamou com mau humor de alguma coisa. Ele parece irreal”.

Ponderação:
Lasanhas congeladas, o kibe da galeria Menescal, a caminhada da Delegacia, na rua Hilário de Gouveia, para casa, no Bairro Peixoto, os interlúdios amorosos com Irene, enfim, a atmosfera em torno do policial torna-se mais importante do que a trama, sua imagem interior das investigações. Sedutor de sempre, o aparecimento do filho Júlio. Um rocambolesco caso, envolvendo o desaparecimento de um pacato dentista joga Espinosa em uma narrativa bem instigante. Mas seu final deixa muito a desejar...


Enquanto houver luz

Enquanto houver Luz
White the light lasts. Agatha Christie (1890 - 1976). Trad. Jaime Rodrigues. Rio de Janeiro. Record. 2000. 7ª ed.   127 páginas no formato digital.

Sinopse:
"Enquanto Houver Luz" reúne textos curtos de Agatha Christie que nunca haviam sido publicados em livros — apenas em obscuras revistas de contos policiais das décadas de 20 e 30. São nove relatos que incluem duas aventuras inéditas do detetive Hercule Poirot, o primeiro conto escrito por ela e outras tramas de crime e terror.

Ponderação:
Temos pavor, quando nos deparamos com um volume/exemplar de contos. Sempre há um ou dois já lidos, anteriormente, em outras coletâneas. Neste da famosa escritora de mistérios policiais, uma autêntica rainha, nos é apresentado nove contos. Contos que serviram de base para outros contos e/ou romances posteriores. O posfácio deu uma boa descrição para cada um deles.  

30 de outubro de 2021

Los Recuerdos

Los recuerdos
Les suvenirs. David Foenkinos. Trad. Isabel González-Gallarza, Barcelona. Seix Barral. 2012. 283 páginas.

Sinopse:
Cuando su abuelo muere, el joven narrador se da cuentade la cantidad de cosas que no ha compartido con él. Decide entonces aprovechar al máximo el tiempo juntoa su abuela. La visita a menudo y consigue espantar su soledad y hacerla reír. Pero un día, como si de una adolescentese tratara, la abuela se fuga de la residencia en la que vive.
El narrador parte en su búsqueda y acabará uniéndose a ella en esa huida hacia la felicidad. Asistiremos asía un maravilloso viaje por los recuerdos de una vida, y veremos cómo éstos, junto al mágico azar, iluminan el presente y el futuro de nuestro protagonista.

Ponderação:
O autor mescla lembranças/recordações de famosos com os entes queridos do personagem central. Bem interessante esse aspecto narrativo, pois remete-nos a fatos relacionados a história. Neste contexto ele revela uma reflexão e, talvez, um alerta! - Até quando os netos serão covardes em aceitar a opinião dos pais em colocar os 'avós' em asilo? Afinal, os avós foram jovens como os netos e, os próprios, filhos. Cada idoso colocado em um asilo está submetido em uma condenação de morte. Cada idoso possui uma vida construída em realizações, sonhos e desejos. O idoso precisa exercer sua liberdade de fazer o que quiser em sua existência de felicidade posterior aos desenganos da vida. O idoso é um ser movido pelas recordações.


28 de outubro de 2021

Um homem chamado Ove

Um homem chamado Ove
En man som heter Ove. Fredrik Backman. Trad. Paulo Chagas de Souza. Rio de Janeiro. Objetiva. 2015. 349 páginas.

Sinopse
Ove tem cinquenta e nove anos e não gosta muito das pessoas. Afinal, hoje em dia ninguém mais sabe trocar um pneu, escrever à mão ou usar uma chave de fenda.
Ninguém mais quer trabalhar e assumir responsabilidades. Todo mundo é jovem, usa calça justa e só quer saber de internet. Para Ove, uma sociedade em que tudo se resume a computadores e café instantâneo só pode decepcioná-lo.
Como se isso não bastasse, a única pessoa que ele amava faleceu. Sem sua esposa, a vida de Ove perdeu a cor e o sentido. Meses depois, ele toma uma decisão: vai dar fim à própria vida. No entanto, cada uma de suas tentativas é frustrada por algum vizinho incompetente que precisa de ajuda. Mas, quando uma estranha família se muda para a casa ao lado, Ove aos poucos passa a encarar o mundo de outra forma.

Ponderação:
- Tente lembrar de alguém que você conhece (todos nós temos um) do tipo: - incrivelmente irritante, amargo e, claramente, se julga, o maior honesto, salvando a humanidade. Um ser desagradável, avarento e sovina...  
- Lembrou? Chega aos pés de Ove?
- Bem, verdade seja dita, Ove representa as muitas facetas amargas da sociedade. E, também, o Humano. O chato reclamão. O miserável. O irritadiço por qualquer coisa. Pratica a achoterapia constantemente.
- Um ser humano que chegou no limite de sua solidão. Sozinho no mundo.
- E, Ove, ou melhor, ele nos traz algo para reflexão: o de ter responsabilidade neste mundo computadorizado. O mundo via vida por computador, por assim afirmar são manipulados por mãos humanas, que já não sabem usar uma chave de fenda, não sabem escolher uma bucha adequada para um parafuso ou gancho na parede. 
- Na opinião de Ove 'ninguém quer assumir responsabilidade'. Essa premissa parece-nos real. Porém, 'assumir responsabilidade' remete aos órgãos governamentais em todas as esferas da administração pública, joga com a vida do cidadão.
- O livro é um tanto humor negro pela descrição detalhista do personagem principal. Rende boas gargalhadas. Uma espécie em extinção no tocante a lealdade (amor, amigos e objetos), capacidade de sobrevivência (teve que lutar sozinho) e a única pessoa que, realmente, o entendeu na sua maneira de viver, morre. Ele não consegue trabalhar o luto. Mas, uma jovem família pede-lhe ajuda e, assim, ele muda a vida de outras pessoas e a sua própria.


 

25 de outubro de 2021

A Casa do Penhasco

A Casa do Penhasco
Peril at End house. Agatha Christie (1890 - 1976). Trad. Otávio Albuqerque. Porto Alegre. L&PM. 2011.
86 páginas no formato digital.

Sinopse:
Uma semana de férias no ensolarado litoral da Cornualha... Esse parecia ser o cenário perfeito para coroar o fim da brilhante carreira do detetive Poirot, ao lado de seu inseparável companheiro, o capitão Hastings. No entanto, o clima de tranquilidade é quebrado quando eles conhecem a srta. Buckley, uma jovem de ar rebelde e herdeira da Casa do Penhasco, que diz ter escapado da morte diversas vezes nos últimos dias. Seriam meros acidentes? Ou haveria alguma explicação sinistra por trás disso? Empolgado, Poirot decide abandonar os planos de aposentadoria e volta à ativa para mais um intrigante caso que testará todas as suas habilidades.

Ponderação:
Simplesmente não pudermos externar nossas risadas no som mais alto, - pois a leitura fora realizada madrugada adentro, em noite de insônia, - com a comicidade e estripulias do mais famoso detetive literário  do século XX,    Hercule Poirot. Como sempre, aquilo que indicava ser, mostra-se uma surpreendente relação.


24 de setembro de 2021

A Biblioteca da Meia-Noite

A Biblioteca da Meia-Noite
The Midnight Library. Matt Haig. Trad. Adriana Fidalgo. Rio de Janeiro. Bertrand Brasil. 2021. 320 páginas.

Sinopse:
Após colecionar tristezas e arrependimentos, a protagonista desta história ganha uma oportunidade para fazer tudo de novo — e trocar sua vida por uma nova.
Ela faz um mergulho interior viajando por uma biblioteca fantástica, onde tem a chance de desfazer seus arrependimentos e experimentar cada uma das outras vidas que poderia ter vivido.
O que levanta a questão final: com escolhas infinitas, qual é a melhor maneira de viver?

Ponderação:
Será que pedir ajuda, resolve? Parece-nos uma quebra de braço. "A única maneira de aprender é vivendo." Assim, também, acontece com os arrependimentos? Será mesmo que nossas escolhas devam acarretar arrependimentos? Se for assim, não teríamos sido educados para escolher bem e meditado sobre o quão importante é uma carreira ou um amor. Em todo esse processo chamado Vida, encontramos estágios emocionais fracos e fortes, desencadeando medo, luto, depressão e ausência. Por outro lado, vemos amor, garra, vitória, solidariedade e confiança. A vida vale muito ser vivida...


A Mulher Ruiva

A Mulher Ruiva
Kirmizi Saçli Kdin/The Red-Haired Woman. Orhan Pamuk. Trad. Luciano Vieira Machado. São Paulo. Cia. das Letras. 2020. 294 páginas. 

Sinopse:
Um jovem em busca de uma figura paterna encontra em um cavador de poços um afeto imprevisto. Contudo, o desejo e o medo do desconhecido fazem com que o protagonista Cem Çelik tome uma atitude completamente inesperada que mudará para sempre o rumo de sua vida.

Ponderação:
Talvez, por ser uma segunda tradução, a primeira foi ao inglês, tenha se perdido um pouco o teor das lendas. Metalinguagem? A vida de Cem está em busca do seu 'Pai'. Édipo e Shahnameh são personagens encontrados em livros que foram fundamentais nas culturas de suas origins: Grécia ou Ocidente e Pérsia ou Oriente. Como julgar ou interpretar a questão ética? Será mesmo que ambos foram joguetes da vida política e alimentaram a inveja dos inimigos? Serão as  consequências o nível do  desajuste familiar - a ausência paterna? A descoberta da real verdade poderá ser uma catástrofe? As mulheres podem ser censuradas por alimentar o ódio do filho contra o pai? O mito imita a vida ou a vida imita o mito? De qualquer maneira o tema central do livro é a ausência paterna e filial; ausência de cumplicidade afetiva geracional.


18 de setembro de 2021

Os cem anos de Lenni e Margot

Os cem anos de Lenni e Margot
The one hundred years of Lenni and Margot. Marianne Cronin. Trad. Flávia Souto Maior. São Paulo. Planeta. 2021. 352 páginas.
 
Sinopse:
Lenni tem 17 anos e pouco tempo de vida.
Mas o encontro com Margot, um espírito rebelde com 83, está prestes a mudar tudo nos seus dias.
A vida é curta. Ninguém sabe isso melhor do que Lenni, de 17 anos, internada numa enfermaria para doentes terminais. Em breve, apren­derá que não é apenas o que se faz com a vida que importa - mas também como e com quem a partilhamos.
Contrariando as ordens do médico, Lenni começa a frequentar aulas de arte. É lá que conhece Margot, uma doente de outra enfermaria, com 83 anos e um espírito rebelde. O laço que se cria entre elas é instantâneo, ao perceberem que, somando as suas idades, viveram cem anos incríveis.
Para celebrar o seu século em comum, decidem pintar as histórias das suas vidas: de como é envelhecer e ser jovem, dar alegria, receber bon­dade, perder o amor ou encontrar a pessoa da nossa vida.
À medida que esta maravilhosa amizade se aprofunda, os dias de Lenni e Margot ganham cada vez mais luz, esperança e… vida.
Extraordinariamente espirituoso e cheio de ternura, Os Cem Anos de Lenni e Margot é um romance que nos relembra de que é feito, ver­dadeiramente, o admirável dom da vida. Uma história sobre a nossa capacidade infinita de criar amizade e amor, mesmo nos momentos mais difíceis - em que mais precisamos deles.

Ponderação:
As conversas de Lenni, Arthur e Derek rendem boas risadas, se fomos colocar as ideias ao que, realmente, sugere as expressões ditas pela fé religiosa em contraste de quem está com seus dias contatos. Espalhar o amor de Jesus Cristo (fé) é a mesma coisa de espalhar manteiga ou geleia no pão (ateu / materialista)? Ou uma via de sobrevivência?
Em dois meses, lemos dois livros, onde os escritores criaram personagens ambíguos e confundem o sentimento de amor com afetividade. O amor por Meena é igual a de Lenni. Por elas serem 'corajosas' em relação a vida, cada uma a sua maneira. Infelizmente, o verbo amar tornou-se mercadoria de pouco significado. É uma coisa mais ampla.
A leitura é bem agradável com a somatória de idade batendo em um século de vida, temos a conexão perfeita entre a doçura e rebeldia, retratando na pintura uma memória de momentos importante  na vida. São histórias de paixão, afeto, solidão, dor. E o mais importante, abrange o tema de amizade intergeracional. Isso nos oferece muita oportunidade para compartilhar histórias, ensinamentos e aprendizagem.



10 de setembro de 2021

Aniversário nº 8


Mais um ano completado. O sonho parece ter sido, ontem! Com uma grande  Surpresa!!!

Abaixo o controle individual de cada postagem... 

Obrigada!

Ačiū!

¡Gracias!

Thank you!

Merci!



Balanço em 30/08/2021


A Corrente                                                4.208 acessos
Aconcagua                                                4.199 "
Sétimo Aniversário                                        4.167 "
El penúltimo sueño                                        4.089 "
Cada Suspiro                                                3.660 "
Afirma Pereira                                        3.657 "
Querido Edward                                        3.492 "
Reality Boy                                                2.967 "
Aviso 22                                                        2.802 "
Cartada Final                                          2.373 "
Nona Casa                                                2.180 "
Moisés Negro                                                1.832 "
Minha adorável esposa                                1.811 "
Projeto Gemini                                        1.765 "
Os sonhadores                                                1.539 "
O Retorno                                                 1.520 "
Charlotte                                                        1.128 "
Mil Palavras                                                467         "
Aleluia, a cigana                                        418         "
A Ordem                                                        290         "
Diário da Morte                                        219         "
Cardápio Erótico                                        166         "
Histórias de Detetive                                123         "
de Castelo a Tancredo                                102         "
Os Métodos de Leitura                                 66         "
A Televisão e Eu                                         61         "
Origen                                                         54         "
Aracelli, Meu Amor                                 53         "
Perrita                                                             53         "
A pequena livraria dos corações solitários     50         "
Agildo Ribeiro                                         42         "
Duas postagens com                                 40         "
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18 de agosto de 2021

Gostaria que você estivesse aqui

Gostaria que você estivesse aqui
Fernando Scheller. Rio de Janeiro. Harper Collins. 2021. 320 páginas.

Sinopse:
Nos início dos anos 1980, o Rio de Janeiro está prestes a virar palco de uma revolução musical e comportamental. O tempo é de instabilidade política, o tráfico se expande nas favelas e a epidemia de AIDS é um balde de água fria em quem acredita que a era de Aquário se aproxima. E é nesse cenário que, ao longo de dez anos, as vidas de Inácio, Baby, César, Selma e Rosalvo se entrelaçam.

Ponderação:
A literatura está ficando um pouco chata, quando entra no campo de relacionamento amoroso dos personagens. É só isso que conta? É fator importante para sermos pessoas realizadas e felizes?... Bom, será que a teoria da evolução está equivocada?  
Henrique surge na história e desaparece, para reaparecer no final. Se ele teve importância não se sabe. A vida  entrelaçada de cinco personagens através da cultura herdada de nossos pais. Porém Rosalvo é o melhor definido, com foco em um objetivo, entrelaçando aos demais. O autor tentou desenvolver uma boa análise da década de 1980, enfocando a questão da amizade, o desiquilíbrio social, a violência, a liberdade sexual herdada das duas décadas anteriores, o problema da Aids. O contexto cultural, principalmente, a música. E pouco referência ao aspecto político da época. Ficou preso ao Rio de Janeiro, um microcosmo da país. Faltou algo. 
A História da humanidade diz que a década de 1920 é a década perdida, nesta mesma linha de pensamento, poderemos considerar a década de 1980 como a década da destruição dos valores. O inicio do salve-se quem puder e quiser.

    

13 de agosto de 2021

Partes de uma casa

Partes de uma casa
Vários Autores. Porto Alegre. TAG Experiências Literárias. 2021. 180 páginas.

Sinopse/Ponderação:
Uma coletânea de contos com prefácio de Itamar Vieira Júnior. São sete os contos, possuindo narrativas feitas a vivência e lembranças a respeito deu uma casa, com características específicas de cada morador: ‘João Maria, 237’ de Carol Bensimon, passado e presente, remorso e vingança se cruzam. ‘Solange’ de Jeferson Tenório, explora a sensação de ajudar ao próximo, também leva uma ação de que o próximo queira evoluir com a ajuda e não se aproveitar da bondade alheia. Gera preconceitos. ‘Sem saída’ de Marília Garcia, gostamos desse texto, pois realça a importância de conhecer nossas origens. De saber que somos frutos de seres humanos, igualmente, esquecidos por nossos primos. ‘Não me olha, não me diz nada’ de Natalia Borges Polesso, um texto insosso.  ‘Basta a cada dia o seu próprio mal’ de Miguel Del Castilho reflete o pânico de qualquer doença, produzindo desarmonia nas relações humanas e familiares. ‘A porta rua’ de Caetano W. Galindo. ‘Luan Ângelo” de Amora Moira, humor negro muito fraco.

 

11 de agosto de 2021

Lua no céu de Cabul

Lua no céu de Cabul
When the moon is low. Nadia Hashimi. Trad. Livia de Almeida. São Paulo. Arqueiro. 2021. 368 páginas.

Sinopse:
Casada com um engenheiro completamente apaixonado por ela, Fereiba leva uma vida feliz em seu mundo de classe média, no Afeganistão. Porém, tudo isso implode quando o país é imerso na guerra e o Talibã assume o poder.
Seu marido vira alvo do novo regime fundamentalista e é assassinado. Forçada a fugir de Cabul com os três filhos, Fereiba só tem uma esperança de sobreviver: atravessar a Europa até a casa da irmã, na Inglaterra.
Contando com documentos falsos e a bondade de estranhos que conhece pelo caminho, ela tem que fazer a perigosa passagem para o Irã sob o véu da escuridão. Exaustos, eles conseguem chegar à Grécia, mas, numa reviravolta apavorante, seu filho adolescente, Salim, some.

Ponderação:
Com capítulos mais ou menos curtos, narrando  a vivência de Fereiba e Salim em um Afeganistão democrático e com o poder do Talibã, nos mostrando a vida na era da paz e depois pelo terror. 
A vida de ambos é marcada por ausência afetiva e amorosa. Ausência de possibilidade de sobrevivência. No meio de tudo, temos o drama dos refugiados na Europa e demais países. São seres humanos que resolveram enfrentar as adversidades sem jamais recuar - alguns ou muitos sucumbiram - na busca de um lugar onde possa reconstruir a vida e contar histórias.


6 de agosto de 2021

A Ordem

A Ordem
The Order. Daniel Silva. Trad. Laura Folgueira. Rio de Janeiro. Harper Collins. 2021. 426 páginas.

Sinopse:
Quando o papa Paulo VII morre sob circunstâncias misteriosas, o espião Gabriel Allon precisa interromper suas merecidas férias em família para investigar o que realmente aconteceu. Ao lado de seu velho amigo, o arcebispo Luigi Donati, secretário particular do Santo Padre, Allon descobre um evangelho perdido nos arquivos secretos do Vaticano, que lança nova luz sobre um dos eventos mais importantes da história, com poder para acabar com os séculos de perseguição aos judeus. Por essa razão, a Ordem de Santa Helena, uma sociedade católica com laços com a extrema direita europeia, vai fazer de tudo para deixar o texto longe das mãos do espião. Nesta perigosa trama que envolve política, religião e os principais líderes do mundo, Allon corre contra o tempo para desvendar o assassinato de Sua Santidade e dar fim à perseguição sangrenta sofrida por todo um povo.

Ponderação:
Uma leitura de entretenimento. Porém, com elementos históricos, os quais devem ser considerados para enriquecimento na bagagem cultural de  cada um de nós. Como, também, é um alerta aos parâmetros da amplitude de até onde pode chegar a mesquinhez humana, quando se trata do poderoso "$". Até o mais simples dos religiosos poderá ser cativado.
Elementos como:| terrorismo, antissemitismo, semitismo, moral, moralidade capitalista, Holocausto, Segunda Guerra e outros 'ismos' não existiriam se um ser mais 'sabido' não houvesse influenciado as massas famintas e sedentas com promessas vazias e alguns propensos a agir contrário a paz. Em qualquer nacionalidade. A relação com as infinitas instituições de nosso planeta teriam sido bem diferentes para com a comunidade judaica universal. 


24 de julho de 2021

Somos todos adultos aqui

Somos todos adulto aqui
All adults here. Emma Straub. Trad. Camila Von Holdefer. Rio de Janeiro. Harper Collins Brasil. 2021. 348 páginas.

Sinopse:
Astrid Strick tem 68 anos e vive uma vida aparentemente perfeita. Porém, seu caçula desistiu da sua promissora carreira de ator. Sua filha do meio, com quase quarenta anos, decidiu engravidar a partir de uma produção independente. E o mais velho vive de acordo com regras impostas pela preocupação com as aparências. Mas quem decide, após tantos anos, quais erros realmente importam? Quais desculpas precisam ser pedidas? À medida que enfrenta os enganos do passado, Astrid começa a perceber que não é a única a esconder segredos e que todos à sua volta estão tentando entender quem são.

Ponderação:
Não compreendemos o porquê da obsessão de Astrid em relação a Barbara Baker. Numa cidade pequena todos se conhecem e muito bem. Um livro sobre família, os prós e contras; harmonia e tramas; felicidade e infelicidade. Leitura leve. Escrito como se você colocasse uma cadeira na calçada de sua casa e acompanhasse a vida de todos os personagens.

 

23 de julho de 2021

Uma Escada para o céu

Uma escada para o céu
A Ladder of the sky. John Boyne. Trad. Luiz A. de Araújo. São Paulo. Cia das Letras. 2019. 331 páginas.

Sinopse:
Maurice Swift é um homem bonito, charmoso e sedento por sucesso. A única coisa que lhe falta é talento, mas ele não deixará que esse mero detalhe atrapalhe seu caminho. Afinal, um aspirante a escritor pode encontrar inspiração em qualquer lugar - mesmo que tenha que se apropriar das histórias dos outros. Trabalhando como garçom num hotel de Berlim Ocidental em 1988, Maurice se vê diante da oportunidade ideal: um encontro fortuito com o famoso autor Erick Ackermann.

Ponderação:
O que Maurice não entendeu é que: "as ideias estão no ar" e o desejado de cada aspirante a carreira de escritor é a busca de melhor executa-las. Não 'roubar' como ele fez. Mereceu o final que teve e mesmo, assim, continuou sua atitude ingloriosa.
A leitura é penosa, porque o autor já entrega o enredo nas primeiras páginas.



22 de julho de 2021

Mil Palavras

Mil Palavras
Thousand words. Jennifer Brown. Trad. Cristina Santana. Belo Horizonte. Editora Gutenberg. 2018. 197 páginas.

Sinopse:
O namorado de Ashleigh, Kaleb, está prestes a partir para a faculdade e a jovem está preocupada que ele se esqueça dela. Então, em uma famosa festa de final do verão, as amigas de Ashleigh sugerem que ela mande uma foto nua para ele. Antes que possa mudar de ideia, Ashleigh vai para o banheiro, tira uma foto de corpo inteiro em frente ao espelho, e aperta a tecla “enviar”. Mas o término do relacionamento do casal é ruim e, para se vingar, Kaleb encaminha a foto para sua equipe de beisebol. Em pouco tempo, a foto viraliza, atraindo a atenção do conselho da escola, da polícia e da mídia local. A pena ordenada a Ashleigh pelo tribunal é prestar serviço comunitário, e é onde ela conhece Mack, um jovem que oferece uma nova chance de amizade, e é o único que recebeu a foto e não olhou.

Ponderação:
Numa tentativa de salvar o relacionamento com o namorado, enviar uma foto como prova de amor. Porém essa prova revelou-se um perigo para a imagem familiar da garota, que punida por pornografia infantil. Ela não previu que como seus pais são pessoas públicas, essa atitude iria afetá-los. O livro é extremamente chato, precisou-se da leitura dinâmica na vertical. Simples, não deu para entender todo o drama da garota em relação as demais de seu convívio. 
Se "uma imagem pode valer mais que mil palavras", Então não se pode fazer críticas, pois essa imagem não contara a história por inteiro. Vale para qualquer situação da vida.


21 de julho de 2021

O Segredo de Rose Gold

O Segredo de Rose Gold 
The Recovery of Rose Gold. Stephanie Wrobel. Trad. Ryta Vinagre. Campinas. Verus. 2020. 308 páginas. 

Sinopse:
As mães nunca esquecem. As filhas nunca perdoam. Em O segredo de Rose Gold, por dezoito anos, Rose Gold Watts acreditou estar seriamente doente. Era alérgica a tudo e vivia em hospitais. Chegou a pensar que precisasse mesmo da sonda gástrica, das cirurgias, da cadeira de rodas... Os vizinhos faziam o possível para ajudar, mas, não importava por quantos médicos a menina passasse, quantos exames ou cirurgias realizasse, ninguém sabia o que havia de errado com ela. Acontece que a mãe dela, Patty Watts, é uma ótima mentirosa. E, após cinco anos na prisão, ela está finalmente livre. Tudo o que Patty quer é deixar as mágoas para trás, fazer as pazes com a filha - que testemunhou contra ela - e cuidar do neto. Assim, quando Rose Gold concorda que Patty vá morar com ela, parece que o relacionamento entre mãe e filha está, de fato, caminhando para a reconciliação. Mas Rose Gold conhece a mãe. Patty sempre acerta suas contas. Só que, infelizmente para ela, Rose Gold não é mais sua filhinha querida... e estava apenas aguardando que a mãe voltasse para casa.

Ponderação:
O enredo trabalha com temas impactantes: relacionamento familiar - mãe e filha -  filha e pai com a família só paterna; mãe com característica super e híper protetora; amizade - social/vizinhos e online; preconceito; falsidade; relação médica - não competência para elucidar e denunciar mãe pela não existência de nenhuma patologia; mentiras. Descobertas e recomeço.
Mas! um thriller no qual a graça está em descobrir a veracidade de saber a capacidade de mãe e filha serem mais maquiavélica e manipuladora uma com a outra. Na altura dos  capítulos 19 e 21 temos a sensação de a mãe ser vitoriosa. No entanto, o último capítulo surpreende e deixa-nos com algumas possibilidades...



18 de junho de 2021

Partes de um corpo

Partes de um corpo. Vários Autores. Porto Alegre. TAG – Experiências Literárias. 2021. 142 páginas.

 
Sinopse / Ponderação:
Uma coletânea de contos com prefácio de Socorro Acioli. São sete os contos, possuindo narrativas feitas pelo próprio órgão em questão: ‘Bile nº 5’ de Claudia Tajes, nos traz o amor entre a bile e  o fígado; ‘Melanomas’ de Giovana Madalosso e ‘Engolir o amor’ de Jarid Arraes refletem o relacionamento ao estado da doença como a  emoção, aguçando a sensibilidade. ‘Bourbon’ de Antonio Prata, aqui parecia que estava lendo os textos de Mário Prata, tamanha a criatividade do autor.  Justificando aquela máxima – “Filho de peixe, peixinho é!”. Igualmente criativo é ‘Braço Direito’ de Jessé Andarilho. ‘O Dedão de Carolina’ de Tati Bernardi e ‘Daquela que te alimenta as memórias’ de Mel Duarte completam as divertidas e engraçadas histórias com um gostinho de quero mais. Por  outro lado, o que de fato aconteceu com pênis falante? Os casais separados? As memórias perdidas? 



16 de junho de 2021

Eu morreria por ti

Eu morreria por ti & outras histórias. 
I’d Die for You and Other lost stories. F. Scott Fitzgerald (1896 1940).  Trad. Leonardo Alves. Ilus. Vírgilo Dias.   Rio de Janeiro. Antofágica. 2020. 160 páginas.

Sinopse / Ponderação:
Não sabemos, mas reza a informação da página de créditos e da contra capa, os contos dessa coletânea serem inéditos. “A Promissória”, “Fazer o quê”, e o conto que empresta o título ao do livro, mencionando ser ‘a lenda do lago Lure’. Não  encontramos muita graça na leitura dessas pequenas narrativas, um cotidiano distante de nossa realidade.


28 de maio de 2021

Nêmesis

Nêmesis
Nemesis. Philip Roth (1933 - 2018). Trad. Jorio Dauster. Cia. das Letras. 2021. 200 páginas.

Sinopse:
Aos 23 anos, Eugene “Bucky” Cantor, professor de educação física e inspetor de pátio de uma escola judaica de Newark, vive uma vida pacata, porém é atormentado pelo fato de não poder lutar na guerra ao lado de seus contemporâneos, em razão de sua miopia fortíssima. Tudo muda num dia de verão de 1944, quando um grupo de adolescentes encrenqueiros de ascendência italiana aparece no colégio e cospe no chão, ameaçando a todos com uma doença terrível. Logo depois do incidente, vários alunos contraem poliomielite, para desespero do professor.
Esse é o ponto de partida de Nêmesis. Embora hoje seja muito raro alguém morrer de pólio, até o início da década de 1950 a doença era praticamente fatal. Implacável, chegou inclusive a vitimar o presidente americano Franklin D. Roosevelt, mas atingia sobretudo crianças. Quando não levavam à morte, os efeitos eram devastadores, entre eles a paralisia nos membros e a dificuldade extrema para respirar, a ponto de obrigar os pacientes a utilizarem os temidos pulmões de aço.
Conforme a enfermidade se espalha, Bucky Cantor começa a temer que tenha alguma culpa no contágio das crianças. Sofre ainda com o pavor de que ele próprio possa contrair a doença e ver uma vida atlética tão promissora terminar naquela “caixa da qual ninguém pode escapar, por mais forte que seja”. E, em especial, dedica horas e horas questionando-se por que Deus permitiu que a poliomielite existisse, sem nunca conseguir se conformar com as respostas. O que é que Ele estava tentando provar? Que precisamos ter aleijados na Terra?, pergunta. Tomado pelo sentimento de culpa, Cantor deixa Newark e vai atrás da namorada em uma colônia de férias nas montanhas Pocono, tentando escapar da pólio.

Ponderação:
A obra possui pontos a considerar e são parecidos com a nossa vivência na atualidade.
  • As representações que se faz da morte e do luto.
  • Luto antecipado.
  • Como as circunstâncias maiores do que nós, acabam por nos derrotar..
  • Incredulidade.
  • Contra Deus, o criador do vírus? Contra o homem, o criador do vírus? Eis uma questão emblemática.  No caso da Pólio houve uma solução tardia para os acometidos antes de 1960, porém há menos problemas neste campo?
  • O personagem principal é alimentado pela culpa. Se convenceu de que teve papel ativo na desgraça de sua comunidade. Será mesmo que cada um de nós tem esse papel perante a sociedade, a de espalhar um vírus? Acreditamos que não...