2 de novembro de 2013

Ciranda de Pedra

Ciranda de Pedra
Lygia Fagundes Telles. Rio de Janeiro. José Olympio. 1981. 11ª edição. 150 páginas.

Sinopse:
Quando um casal de classe média se separa, a caçula, Virgínia, é a única das três filhas que vai morar com a mãe. É do ponto de vista dessa menina deslocada e solitária que se narram os dramas ocultos sob a superfície polida da família. Loucura, traição e morte são as forças perversas que animam esse singular romance de formação, que já na época de seu lançamento, em 1954, chamou a atenção para o talento e a originalidade da literatura de Lygia Fagundes Telles. "Ciranda de Pedra" mantém-se há mais de meio século como um dos livros mais amados da autora. 

Ponderação
Está-me sendo um pouco difícil não fazer comparações com outros tipos de adaptações e outras opiniões. Porque tal questão, ao criar “Ventana de Lectura” era só discorrer sobre livros/libros, nada mais. Já mencionado, tenho um defeito, não gosto de adaptações de obras literárias, sempre prefiro o livro.
Ciranda de Pedra – não foge a regra, nas duas vezes, 1981 e 2008, quando foram novelas das 18 horas, na Rede Globo, mesmo sem seguir na integra, deu para sentir o distanciamento da obra original. Também, percebo algumas análises com os olhos do século XXI. Bem, acredito, que ao estudar uma obra, deva-se transpor para o momento da história (quando escrita), muito embora, seja um texto com valores universais: relacionamentos humanos e familiares, amizade, moral, preconceito, aceitação, sentir-se deslocado.
“... Sabe, Virgínia, vejo Laura como aquele espelho despedaçado: a gente pode ir lá no fundo e colar os cacos, mas tudo então que ele vier a refletir, o céu, as árvores, as pessoas, tudo. Tudo estará como ele próprio, partido em mil pedaços.”... Daniel divagando uma explicação sobre Laura, mãe de Virgínia. Preparando-a, de certa maneira, para compreender as dificuldades vindouras em sua vida. 
Talvez, por força da pouca pesquisa científica, na época, arrisco a dizer: a doença de Laura – Loucura/Demência – nos dias atuais, seria Depressão. Como havia toda uma convicção social/tradicional ditando que as pessoas só eram realizadas e felizes através da instituição do casamento, em qualquer classe social. O segredo imperava, daí algo se quebrava, jogando todos na triste e amarga ciranda da vida.
Virgínia, ao confrontar que é fruto do amor e do desamor, quebra o círculo de relação familiar e humano, onde buscava ser aceita. Ao perceber essa dualidade amorosa estará pronta para viver feliz. Porque – “Nascemos todos os dias quando nasce o sol.” “Começa hoje mesmo a vida que te resta.”


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