28 de outubro de 2021

Um homem chamado Ove

Um homem chamado Ove
En man som heter Ove. Fredrik Backman. Trad. Paulo Chagas de Souza. Rio de Janeiro. Objetiva. 2015. 349 páginas.

Sinopse
Ove tem cinquenta e nove anos e não gosta muito das pessoas. Afinal, hoje em dia ninguém mais sabe trocar um pneu, escrever à mão ou usar uma chave de fenda.
Ninguém mais quer trabalhar e assumir responsabilidades. Todo mundo é jovem, usa calça justa e só quer saber de internet. Para Ove, uma sociedade em que tudo se resume a computadores e café instantâneo só pode decepcioná-lo.
Como se isso não bastasse, a única pessoa que ele amava faleceu. Sem sua esposa, a vida de Ove perdeu a cor e o sentido. Meses depois, ele toma uma decisão: vai dar fim à própria vida. No entanto, cada uma de suas tentativas é frustrada por algum vizinho incompetente que precisa de ajuda. Mas, quando uma estranha família se muda para a casa ao lado, Ove aos poucos passa a encarar o mundo de outra forma.

Ponderação:
- Tente lembrar de alguém que você conhece (todos nós temos um) do tipo: - incrivelmente irritante, amargo e, claramente, se julga, o maior honesto, salvando a humanidade. Um ser desagradável, avarento e sovina...  
- Lembrou? Chega aos pés de Ove?
- Bem, verdade seja dita, Ove representa as muitas facetas amargas da sociedade. E, também, o Humano. O chato reclamão. O miserável. O irritadiço por qualquer coisa. Pratica a achoterapia constantemente.
- Um ser humano que chegou no limite de sua solidão. Sozinho no mundo.
- E, Ove, ou melhor, ele nos traz algo para reflexão: o de ter responsabilidade neste mundo computadorizado. O mundo via vida por computador, por assim afirmar são manipulados por mãos humanas, que já não sabem usar uma chave de fenda, não sabem escolher uma bucha adequada para um parafuso ou gancho na parede. 
- Na opinião de Ove 'ninguém quer assumir responsabilidade'. Essa premissa parece-nos real. Porém, 'assumir responsabilidade' remete aos órgãos governamentais em todas as esferas da administração pública, joga com a vida do cidadão.
- O livro é um tanto humor negro pela descrição detalhista do personagem principal. Rende boas gargalhadas. Uma espécie em extinção no tocante a lealdade (amor, amigos e objetos), capacidade de sobrevivência (teve que lutar sozinho) e a única pessoa que, realmente, o entendeu na sua maneira de viver, morre. Ele não consegue trabalhar o luto. Mas, uma jovem família pede-lhe ajuda e, assim, ele muda a vida de outras pessoas e a sua própria.


 

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