27 de junho de 2015

A Televisão e Eu

A Televisão e Eu
Fulvia de Cunto Fadigas (1921-2011). São Paulo. São Paulo. 1962. 396 páginas.

Sinopse / Ponderação:
Não sei como esse livro veio parar em minhas mãos, mas é aquela história de se a literatura faz-se de uma estória criada ou se a história se insere na literatura. Neste caso pode-se contabilizar as duas hipóteses. O enredo está inserido na década de 1950, isto na já lendária era de ouro de nosso rádio e inicio de nossa televisão. Fulvia é uma dona de casa, casada com Lalau, médico com ares de cientista. Tem quatro filhos, duas meninas e dois meninos. Profunda conhecedora ‘leiga’ do Novo Testamento e de como coloca em prática os ensinamentos ali contidos. Numa narrativa baseada em tom de conversa, vai discorrendo a respeito de suas aventuras na Teve e os famosos programas de perguntas e respostas, sempre não ganhando os prêmios de grandes valores. Mostra-nos um pouco dos bastidores destes programas e as artimanhas que utilizam para eliminar os candidatos tidos como problema, como Fulvia acabou por se tornar. Além é claro de apresentar explicações do Novo Testamento e a vivência ecumênica entre as pessoas.

“Fiquei conhecendo todas as simpáticas beldades que aparecem em nossa casa através da televisão, associando ao nome de cada uma, uma lembrança diferente. Lolita – os olhos. Neide – sorriso. Elizabeth – distinção. Márcia – elegância. Marlene – graça. Laura – simpatia, etc. Dentre os conhecimentos agradáveis, dou destaque especial ao de Tatiana. Quase não aparece no vídeo, mas provocou uma admiração toda particular por realizar o que eu sempre desejei. Teatro proveitoso para adultos e crianças. Teatro que se pode assistir mesmo sem estar resfriado, pois “cheira bem”...”

O trecho, acima, chamou-me a atenção por quatro nomes, como o livro escrito e publicado nos primeiros anos da década de 1960, àqueles leitores de então foi fácil identificar os nomes. E, hoje, quem saberá quem eram essas senhoras? Pelo menos, com a minha eterna mania de ler dois ou três livros de cada vez, além de ter um precário conhecimento dos artistas da telinha, três nomes pude, realmente, saber de quem se tratava e todas em inicio de carreira. Lolita – Lolita Rodrigues, do Programa Almoço com as Estrelas. Neide – Neide Alexandre, apresentadora de shows. Tatiana – Tatiana Belinky (1919-2013), quem adaptou pela primeira vez o ‘Sítio do Pica pau Amarelo’ para televisão.

História criada ou Literatura na História, mas a Senhora Fulvia esteve entre nós.


2 comentários:

  1. Que interessante ler sua percepção do livro que minha saudosa avó escreveu. Ela era uma mulher incrível, comunicativa e cheia de vida! Minha mãe teve 3 filhas, e meu nome foi inspirado na amiga da minha avó, Tatiana Belinky.

    ResponderExcluir