16 de outubro de 2014

Curso de Literatura

Este post é diferenciado, pois refere-se a primeira aula do Curso de Literatura, patrocinado pela Escola do Parlamento da Câmara Municipal de São Paulo, nos dias 16, hoje, e 17, amanhã, e nos dias 20 a 24 de outubro.

Literatura, Política e História

Alexandre Huady e Membros da Escola do
Parlamento, Karina e Camila


Alexandre Huady, Karina anunciado no início da palestra

Alexandre Huady, professor da PUC apresentou "A literatura e engajamento social." Disse que não há literatura menor ou literatura maior, é uma questão pessoal, se gostarmos de um autor, o resto não interessa.

Soneto da Fidelidade de Vinicius de Moraes, fala nos de amor.

PalavraMundo de Paulo Freire = A Leitura do mundo precede a leitura da palavra.

A literatura não tem a obrigação de ser real ou de fala da realidade, ela retrata a realidade.

Música é uma forma de literatura.

Fotografia é uma forma de literatura.

Literatura é mais conotativa e menos  denotativa.

Literatura é dar cor as palavras, em destaque a poesia.

Literatura procurar decifrar os fatos sócias - Crítica Social.

Índio - Herói de nossa literatura tem a mesma configuração estética do Cavaleiro Medieval da literatura europeia.

A nossa Iracema de José de Alencar representa a América e Martins a Europa.


Alexandre Huady num momento de empolgação

Aula A literatura e engajamento social


Momento da apresentação do Lado Social e Duro da poesia de Vinicius de Moraes, <Balada dos mortos dos campo de concentração>.

Balada dos mortos dos campos de concentração         



Cadáveres de Nordhausen Erla, Belsen e Buchenwald!
Ocos, flácidos cadáveres
Como espantalhos, largados
Na sementeira espectral
Dos ermos campos estéreis
De Buchenwald e Dachau.
Cadáveres necrosados
Amontoados no chão
Esquálidos enlaçados
Em beijos estupefatos
Como ascetas siderados
Em presença da visão.
Cadáveres putrefatos
Os magros braços em cruz
Em vossas faces hediondas
Há sorrisos de giocondas
E em vossos corpos, a luz
Que da treva cria a aurora.
Cadáveres fluorescentes
Desenraizados do pó
Que emoção não dá-me o ver-vos
Em vosso êxtase sem nervos
Em vossa prece tão-só
Grandes, góticos cadáveres!
Ah, doces mortos atônitos
Quebrados a torniquete
Vossas louras manicuras
Arrancaram-vos as unhas
No requinte de tortura
Da última toalete...
A vós vos tiraram a casa
A vós vos tiraram o nome
Fostes marcados a brasa
Depois voz mataram de fome!
Vossa peles afrouxadas
Sobre os esqueletos dão-me
A impressão que éreis tambores —
Os instrumentos do Monstro —
Desfibrados a pancada:
Ó mortos de percussão!
Cadáveres de Nordhausen Erla, Belsen e Buchenwald!
Vós sois o húmus da terra
De onde a árvore do castigo
Dará madeira ao patíbulo
E de onde os frutos da paz
Tombarão no chão da guerra!



Nenhum comentário:

Postar um comentário