25 de junho de 2020

Escola de Contos Eróticos para Viúvas

Escola de Contos Eróticos para Viúvas
Erotic Stories for Punjabi Widows. Balli Kaur Jaswal. Trad. Flávia Souto Maior. São Paulo. Planeta do Brasil. 2019. 352 páginas.


Sinopse:
Filha de imigrantes indianos, Nikki passou a maior parte de seus vinte e tantos anos distanciando-se da tradicional comunidade sikh, preferindo uma vida mais independente e, em outras palavras, ocidental. Quando a morte de seu pai deixa a família financeiramente desestruturada, Nikki se habilita a dar aulas de escrita criativa em um centro comunitário no coração da comunidade punjabi em Londres.
Logo no primeiro dia de trabalho, Nikki descobre que, na verdade, as viúvas sikh que aparecem para o curso estão esperando aprender alfabetização básica em inglês, e não a arte de escrever contos. Nikki está prestes a desistir da tarefa quando um livro erótico cai no colo das alunas e causa um furor na sala de aula. A jovem professora percebe, que, por baixo de seus sáris brancos, ela têm uma riqueza de fantasias e memórias. Ansiosa por libertar essas mulheres, Nikki as ensina a escrever suas histórias não contadas, desencadeando um processo criativo inesperado - e perigoso.

Ponderação:
Pela ficha catalográfica, o presente, está como ficção inglesa. Menos mal. Porém, o universo indiano, na Inglaterra, povoa todo o romance. Denotando, um pensamento nosso já exemplificado em algumas postagens anteriores, onde a catalogação dizia Literatura Indiana ser Ficção Indiana, só para ficar neste país.  Indagamos a possibilidade, mesmo, de a autoria ser de um filho de imigrante, seja qual for sua origem étnica, escrever sobre a cultura de seu país (de origem). De como seria a classificação literária? Aqui, estamos na Inglaterra do século XXI, com mulheres analfabetas em inglês e, até, no seu idioma natal, tentando serem ouvidas.
Lendo-o, entendemos o porquê da avó Inês só pensava no assunto. Muito embora, vovó Inês tenha recebido uma educação mais ocidentalizada do que Nikki e demais personagens viúvas. O fator tradição de uma comunidade imigrante, a indiana, persiste com outras histórias, por nós, já lidas e apresentadas, aqui, no blog. A universalidade desse parâmetro abrange todos os campos: - Tradição - casamento arranjado; viver de aparências, não importando sua infelicidade; abuso da chantagem emocional; preconceito contra o canhoto; a não valorização da cultura, dita formal. Choque permanente das culturas ocidental e oriental; choque de gerações. E, o velho preconceito, a respeito, da leitura e do livro, e seu efeito sobre as garotas.
Um ponto considerável no problema suicídio, em algumas etnias e suas mulheres. Será mesmo? A violência doméstica contribui? O que há por trás do termo 'honra da família'?


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