29 de junho de 2020

A Terceira vida de Grange Copeland

A Terceira vida de Grange Copeland
The Third Life of Grange Copeland. Alice Walker. Trad. Carolina Simmer e Marina Vargas. Rio de Janeiro. José Olympio / TAG. 2020. 320 páginas.

Sinopse:
A terceira vida de Grange Copeland, primeiro livro de Alice Walker, revela o cotidiano de uma família negra no Sul dos Estados Unidos, por três gerações. Oprimido pela estrutura racista do condado de Baker, o trabalhador rural Grange Copeland abandona a família e amante para ganhar a vida no Norte, mas retorna, após passar por experiências transformadoras, decidido a nunca mais conviver com pessoas brancas. Grange refaz sua vida, torna-se fazendeiro, mas tem que lidar com as consequências de suas escolhas no passado. Escrito com linguagem poderosa e precisa, o livro trata de violência - racial, social, familiar, contra a mulher -, mas também da força humana, capaz de mudar uma realidade inóspita por meio do amor e da desconstrução de estruturas patriarcais.

Ponderação:
"Ele perdera a inocência e a ingenuidade, todas as suas melhores qualidades. Ele descobrira, como Ruth deveria, que a inocência e a ingenuidade são qualidades inúteis na selva, ao contrário de dentes fortes e garras."
Essas linhas definem a ficção, não importa que seja negro, branco, amarelo ou vermelho, se você perde essas duas qualidades em seu coração, você torna-se um zero. Uma máquina desqualificada perante a humanidade.
Copeland pai e filho vivem no ódio, julgam todos pelo ódio, não são capazes de apreciar a beleza. O ódio foi a maneira direta de lutar contra aquilo que acreditam ser injustiça e vida cristã. Insurportáveis. O amor para eles é uma troca egoísta do ódio pela humanidade. São os mais preconceituosos da História. 
Ódio gera ódio; violência gera violência; pai e filho acabar do jeito descrito.


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