30 de maio de 2020

As dez mil portas

As dez mil portas
The ten thousand doors of January. Alix E. Harrow. Trad. Jacqueline Valpassos.  São Paulo. Universo de Livros. 2020.  384 páginas.

Sinopse:
Hipnotizante e comovente, As dez mil portas acompanha a busca de uma jovem por seu pai desaparecido, seu lugar no mundo e o mistério por trás de uma porta inesperada.
Existem verdades sobre o mundo que nunca devem ser reveladas. No verão de 1901, January Scaller, de sete anos, encontrou uma Porta – o tipo de porta que leva ao Mundo das Fadas, ao Valhalla, à Atlântida, a todos os lugares nunca encontrados em um mapa.
Anos depois desse acontecimento, January leva uma vida tranquila e solitária, até que, certo dia, se depara com um estranho livro, que traz o perfume de outros mundos em suas páginas e conta uma história de portas secretas, amor, aventura e perigo. Um livro que poderia levá-la de volta à porta meio esquecida de sua infância. Mas, à medida que January obtém respostas para perguntas que nunca tinha imaginado, as sombras se aproximam.

Ponderação:
Portas e Fechaduras são símbolos da liberdade e de confinamento. Estamos passando por um período crítico de Portas e Fechaduras fechadas. Mas o que há por trás de cada Porta com sua Fechadura fechada?
- Há inúmeras vidas com mundos diferentes e seres apáticos, loucos, normais, organizados, desorganizados, apaixonados, desapaixonados, amantes, amados, desamados! No mais   infinito dos adjetivos pelos quais poder-se-a definir o ser humano.
Porém, há uma Porta e sua Fechadura, sendo única a produzir a Liberdade da Liberdade! A que conduz a estrada do conhecimento; da imaginação; da descoberta. Essa Porta é denominada História transformada em Livro, que produz o produto Leitura, nos levando ao céu e ao inferno em questão de segundos.
O presente livro tem uma capa linda, fundo negro com uma fechadura com relevo dourado e um tom amarelo-alaranjado (do buraco) e flores nas diversas cores. Ela chamou a atenção de mamãe, ela disse: - "Já imaginou um tecido estampado com essas flores?" Observando melhor, no meio das flores há pequenas chaves.
Porta! Fechadura! Chave! Um mundo a ser desvendado! Esse livro, que estou folheando, não será doado. Já no decorrer da leitura, a certeza de que não será doado mesmo.
A estrutura narrativa se assemelha aos quatros volumes da saga de "Cemitério dos Livros Esquecidos" de Carlos Ruiz Zafón, com um teor um pouco mais filosófico. Uma história dentro da outra. A mística do lendário Mississipi, permite-nos alçar voos através das ondas invisíveis da mente humana. Ultrapassar portas.
January, Adelaíde e Jane possuem muita semelhança, enfrentam a rígidez de seu tempo, preconceito por serem órfãs, anseiam pela liberdade.  Apesar do alto nível de preconceito traduzido nas atitudes violentas de várias personagens; devemos considerar no espaço temporal, atitudes aceitáveis ao nível social rico, onde quem mais possui é o detentor do poder..
Porta fechada produz medo e isso não é bom. Porta aberta leva-nos ao encontro da liberdade. Ela nos conduz ao êxtase do amor, provoca mudanças profundas no nosso universo e no universo em geral. O capítulo doze é o clímax e sua narrativa lembra "Como parar o Tempo" de Matt Haig.



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