11 de julho de 2019

Bairros da Cidade de São Paulo

Lapa de Wanderley dos Santos. 1980. 145 páginas.
Nossa Senhora do Ó de Máximo Barro. 1977. 167 páginas.
O nobre e antigo bairro da Sé de Barros Ferreira. 1971. 162  páginas. 

Os três livros citados fazem parte da "Série História dos Bairros de São Paulo", volumes 18, 13 e 10. Publicados por Secretária da Cultura, Arquivo Histórico do Departamento do Patrimônio Histórico do Município de São Paulo.

Há alguns anos, nos preocupamos em conhecer a História de nossa cidade. Talvez, no nosso imaginário, acreditamos para conhecer o mundo, o melhor será conhecer mais profundamente nosso solo. Quem, realmente, foram os primeiros habitantes? Quais locais foram importantes? O por quê da existência de determinada estátua, em local amplamente frequentado? Por quê uma rua possui nome estranho? Por quê não preservaram o conjunto arquitetônico do Palacetes Prates? Por quê a atual Casa do Grito existe? Essas são algumas das centenas de indagações nossas sobre a Nossa Amada e Odiada São Paulo.
Em termos absolutos, a História de São Paulo não se inicia, em 25-01-1554; essa data é pró forma. São Paulo como cidade só vai ter perfil de cidade/capital de Estado, com status de poder, a partir de meados do século XIX, quando o café torna-se o centro econômico. Antes disso, sua história é um entrelaçamento com a do Estado, sul e centro oeste do país.
Até 1554, a sua população era composta por indígenas falantes do tupi, mais alguns poucos portugueses e espanhóis. Na legitimação oficial, em 25 de janeiro, com sua cabana de 90  metros², depois Colégio Jesuíta; passamos a ter portugueses e indígenas vivendo numa pseudo paz, assim com as Bandeiras, - busca do ouro e diamantes - definindo uma posição de imortalidade, mas não propriamente riqueza, - até o século XIX, passando pelo período do açúcar, depois o café. No final daquele século, temos a chegada da Inglesa e suas ferrovias, possibilitando o escoamento da produção até o porto de Santos, antes feito a cavalos. Temos o inicio da imigração vinda da península ibérica com destaque aos italianos.
O que conhecemos, hoje, como Bairro "X" ou "Y", eram meros povoamentos tidos como familiar, propriamente, fazendas. Curiosamente, nesses pequenos povoados ou vilas, havia uma capela com imagem de um santo ou santa de quem o chefe da família era devoto. Aqui, nota-se o poder da Igreja, também, na questão da colonização. Alguns deste pontos foram paradas obrigatórias no caminho para o Rio de Janeiro e centro do país como o Caminho para Campinas e  Pantanal Mato-grossense ou para o sul. Portanto, tiveram um desenvolvimento rápido.
Lendo livros como os citados no início deste post ou assistindo palestras (aulas in loco) fica difícil imaginar, exatamente, onde tudo teve sua origem, o local da fundação. Descobre-se a importância dos nomes de logradouros públicos, que de certa maneira estão ligados a formação dos bairros da cidade.
Cidade que nasceu indígena, sem demarcações; passou pelos portugueses, num certo momento histórico por espanhóis. Se afrancesou, virou cidade mais italiana, fora da Itália; ficou americanizada. Possui bairros com núcleos bem definidos de várias etnias, sempre ao redor de uma Igreja e por sua catequização. Citamos alguns exemplos: Vila Anastácio, na região da Lapa, abrigou russos e lituanos, Vila Zelina com concentração lituana. Moóca e Bela Vista com os italianos. Moema e Brooklyn com os alemães.
Qual será nossa identidade? Pois a cada dia derruba-se uma história para construir outra que será destruída em algum momento.

Nota:
1 - Vale lembrar: - As imagens contidas nos livros, principalmente o referente a Sé, não dão a mesma dimensão da Sé de hoje. Parece-nos que é uma outra localidade, menos o centro religioso e nervoso da cidade.
 2 - Rodovia Pedro Taques - Quando ainda era assídua ouvinte de rádio, durante o verão, principalmente, era comum o locutor anunciar se estava livre ou não no sentido da Praia Grande. Faz tempo que não ouço sobre a Rodovia Pedro Taques. É! Na atualidade ela, a SP-55, passou a ser designada Rodovia Pe. Manoel da Nóbrega.  Vejamos, quem foi Pedro Taques, nome completo: Pedro Taques de Almeida Paes Leme (1714 - 1777 = 62 anos), sobrinho neto de Fernão Dias Paes Leme. Viveu na região, onde, hoje, conhecemos como Vila Anastácio, Lapa, Vila Leopoldina.



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