26 de julho de 2014

Os Versos Satânicos

Os Versos Satânicos
The Satanic Verses. Salman Rushdie. Trad. Misael H. Dursan. São Paulo. Cia das Letras. 1998. 524 páginas.

Sinopse:
Neste romance vigoroso, que rendeu a Salman Rushdie um Whitbread Prize e uma sentença de morte promulgada pelo aiatolá Khomeini, o consagrado escritor narra-nos a história de dois atores indianos que se metamorfoseiam - um em diabo e outro em anjo, depois de caírem de um avião atacado por terroristas.
Muitas coisas opõem e associam os acidentados: um é apolíneo, o outro dionisíaco; um é apocalíptico, o outro integrado; um é apegado à origem, o outro está decidido a conquistar nova nacionalidade. Transitando livremente entre o real e o fantástico, entre o bem e o mal, entre a infinidade de opostos complementares e inconciliáveis da vida, este romance alegórico é claramente autobiográfico, especialmente em sua questão filosófica central: quem sou eu? Ao fazer essa pergunta, o indiano Rushdie parece buscar uma ponte entre extremos, a conciliação dos opostos, uma resposta para a vida. Seus Versos satânicos transcendem o problema específico do emigrado que flutua entre culturas para aplicar-se a todos os cidadãos de um mundo dilacerado

Impressões do autor:
O GLOBO – O que, no seu livro Versos Satânicos, é mais grave do ponto de vista dos muçulmanos?
RUSHDIESe eles soubessem o que é ter humor, então não haveria nada de ofensivo no livro, porque eu sou um escritor cômico, e Versos Satânicos é uma sátira: não é um livro de piadas, mas mostra a minha visão de mundo, que é cômica. Comparando: também Kafka e Dostoiévski viam o mundo como algo cômico. (página 199, de Grandes Entrevistas: Escritores, post de 02/03/2014)

RUSHDIE – “[...] Nem aí para a fatwa {condenação à morte lançada contra ele pelo aiatolá Khomeini, em 1989, por considerar blasfemo o livro “Os Versos Satânicos”}, andou pelas ruas da capital gaúcha sem segurança e declarou não sentir medo. “Para mim soa como história antiga. Faz tanto tempo. Nem penso mais nisso. É preciso lembrar que, das duas partes em embate na ocasião, uma morreu (Khomeini), e eu sigo vivo. Isso basta.” (Sylvia Colombo. www1.folha.uol.com.br/mundo/2014/05/14)

Ponderação:
Estou me perguntando qual tipo de leitura Aiatolá Khomeini (ou Khomeyni – 1902-1989) fez da obra? Ou ele foi no canto da sereia de algum assessor ou secretário particular para assuntos não de guerra? E como deveria estar o humor dele?
Pelo menos, uma questão apresentada revela o posicionamento da humanidade: - “As pessoas estão mergulhadas nas trevas, diz Bilal, infeliz. “Mas vão enxergar. Vão ouvir. Deus é um.”; página 107.
Versos Satânicos, visão de mundo do autor! Só se for humor negro! Dentro de uma cultura exótica que valoriza o mundo através dos mitos e lendas. Deus meu! A leitura foi difícil, não pelo tema, mas pela forma da expressão escrita, sem estilo. Houve momentos, na minha avaliação de ler algo escrito por um analfabeto. A tradução – caótica – deveria ter sido avaliada o impacto do ato de ler. Deveria ter sido reavaliada a escrita em português. O processo tradutório feito palavra a palavra e sim por conteúdo da frase ou teor do pensamento do autor. Há trechos que seriam, facilmente, dispensáveis e a minha leitura passou a ser do tipo: - acompanhada com o dedo – rapidez – salta frase, sem perder o entendimento.
Comentando sobre a leitura com a dona da locadora e minha amiga, ela disse: - Porque não para e pega outro livro? Experimenta em espanhol. Às vezes, a tradução ao português de Portugal é melhor. Já, tenho recebido algumas queixas a respeito de traduções ao português, do Brasil.
Eu: - É ponto de honra para mim, mas o Conde de Montecristo, em espanhol, foi mais prazerosa no quesito tempo de leitura.




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