25 de janeiro de 2020

A República Brasileira - Getúlio a JK

Coleção Folha "A República Brasileira: 130 anos
Lira Neto, Fábio Koifman, Pietro Sant'Anna. São Paulo. Folha de São Paulo. 2019. (volumes 12 a 14) 202 páginas.

Sinopse / Ponderação:
Coleção diagramada em duas colunas imagens e ilustrações da época, permitindo uma leitura rápida. Com uma boa lupa é possível ler os textos de algumas imagens. Cada volume, a partir do segundo, está dividido em capítulos - Governo, Biografia, Para saber mais.

Volume 12 - Getúlio Vargas e Eurico Dutra
"Pai dos pobres." "Mãe dos ricos." Já  tivemos a oportunidade de ler vários livros e artigos referente ao presidente Getúlio Vargas e seu legado em todos os sentidos da vida nacional.
De todos os presidentes, talvez esse tenha o que mais foi por nós estudado. Leva, também, uma carga emotivo/familiar; quizás Getúlio resistisse naquele 24 de agosto, haveria possibilidade de não estarmos escrevendo essas linhas.
Mas, por mais que leiamos a respeito do atentado da rua Tonelero, a Lacerda; surgiu uma nova indagação para um fato não bem explicado. O que estaria fazendo um jovem oficial da Aeronáutica, na escolta pessoal de Lacerda? Em 1954, o jornalista era só diretor do Jornal A Tribuna. Portanto não exercia nenhum cargo público pelo qual necessitasse de guarda oficial.
Faltou uma breve abordagem a respeito de José Linhares. E, no tocante,  ao presidente Dutra foi mero resumo do que sempre lhe fora atribuído.

Volume 13 - Café Filho
Assume um país destroçado. Governa no meio de duas eleições - uma legislativa e uma presidencial. Faz o jogo político de governar. Adoece em novembro de 1955. Carlos Luz, presidente da Câmara dos Deputados, assume interinamente. Ambos foram impedidos de continuar o mandato. Assim, Nereu Ramos, assume.
Por fim, 1955 ficou conhecido como "o ano dos Três Presidentes".

Volume 14 - Juscelino Kubitschek
"Presidente Bossa Nova", "Pé de Valsa", um ser utópico. Quando olhamos sua fotografia oficial como Presidente, sentimos sua altivez. De sua luta constante de sair da  pobreza, ganhou  a História.  É lembrado como 'Grande Líder'. Colocou em ação, trazendo a proposta encontrada na Constituição de 1891, mencionado no volume referente a Floriano Peixoto (Volume 3); a Brasília realidade.
Seu 'Plano de Metas' tirou o país do enclave agro produtor para um país auto suficiente. E, sim, apesar das turbulências que vem enfrentando, hoje, somos, até, exportadores de produtos já industrializados. Tudo veio na decorrência liberal democrática de JK. Seu governo, dentro do que fora permitido, conciliou os desejos de todos os setores da sociedade.

Observação I
Não concordamos com o exposto às páginas 10-15 da Revista Apartes (nº 5, janeiro/fevereiro de 2014), onde há um erro na cronologia: "A trajetória de Juscelino Kubitschek."

Observação II
Jânio Quadros, em julho de 1983, deu um depoimento a Nelson Valente, quando esse pede-lhe sua opinião sobre alguns políticos que fizeram História no país. Um deles é Juscelino.
Jânio: "Era um homem sem fel. Conseguia viver rodeado de inimigos, sem sentir inimizade por ninguém. Era um milagre. Deus o tenha." (p.37 de Luz, Câmera - Jânio Quadros em ação: O avesso da comunicação. São Paulo, Panorama, 1998).
Talvez, Jânio tenha conseguido definir a figura de Juscelino, pois dentre todos os presidentes brasileiros, continua carismatico, querido, sempre lembrado por suas ações e atitudes.

Observação III
Juscelino conciliou bem a capacidade para a realização e a habilidade de convivência de gregos e troianos no mesmo discurso.

Observação IV
Seu discurso 'inaugural' inaugurando a cidade de Brasília, em 21 de abril de  1960, foi merecedor de ser considerado e incluído em "Discurso que Mudaram o Mundo" (vol. 20 da Coleção Folha 'Livros que mudaram o mundo' de 2010).

Observação V
Boa leitura é o pequeno trecho do diário de JK (entre 1973-1976) onde é  possível verificar a visão de mundo do ex-presidente. (Veja, 14 de maio de 1997, p. 108-118, nº 19, a. 30, ed. 1455; "O Grande Amor de Juscelino", matéria de capa).


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