26 de maio de 2019

Loney

Loney
The Loney. Andrew Michael Hurley. Trad. Renato Marques de Oliveira. Rio de Janeiro. Intrínseca  2016. 304 páginas.

Sinopse:
Quando os restos mortais de uma criança são descobertos durante uma tempestade de inverno numa extensão da sombria costa da Inglaterra conhecida como Loney, Smith é obrigado a confrontar acontecimentos terríveis e misteriosos ocorridos quarenta anos antes, quando ainda era criança e visitou o lugar.
À época, a mãe de Smith arrastou a família para aquela região numa peregrinação de Páscoa com o padre Bernard, cujo antecessor, Wilfred, morrera pouco tempo antes. Cabia ao jovem sacerdote liderar a comunidade até um antigo santuário, onde a obstinada sra. Smith crê que irá encontrar a cura para o filho mais velho, um garoto mudo e com problemas de aprendizagem. 
O grupo se instala na Moorings, uma casa fria e antiga, repleta de segredos. O clima é hostil, os moradores do lugar, ameaçadores, e uma aura de mistério cerca os desconhecidos ocupantes de Coldbarrow, uma faixa de terra pouco acessível, diariamente alagada na alta da maré. A vida dos irmãos acaba se entrelaçando à dos excêntricos vizinhos com intensidade e complexidade tão imperativas quanto a fé que os levou ao Loney, e o que acontece a partir daí se torna um fardo que Smith carrega pelo resto da vida, a verdade que ele vai sustentar a qualquer preço.
Com personagens ricos e idiossincráticos, um cenário sombrio e a sensação de ameaça constante, Loney é uma leitura perturbadora e impossível de largar, que conquistou crítica e público. Uma história de suspense e horror gótico, ricamente inspirada na criação católica do autor, no folclore e na agressiva paisagem do noroeste inglês.

Ponderação:
Loney é uma localidade sinistra por conta do clima e sua natureza geográfica. Lá está a propriedade de um taxidermista e de seus hostis habitantes. São ingredientes para um romance que não chega a ser tão impressionante sobre a fé (beirando ao histerismo), o fantástico, rituais estranhos e as complexas excentricidades da experiência humana. 
Portanto, um drama que fala bastante sobre religião e sua sombra na vida das pessoas. Esther, a mãe dos meninos é uma fervora religiosa de fachada, ela tira toda a sua força e princípios da palavra de Deus. Ela acredita que  o seu Deus curará seu filho, que é só uma questão de momento certo e, através, do sacrifício certo.
Padre Bernard é um santo por aturar Esther lhe dizendo o que fazer no mesmo moldes que fazia padre Wilfred, na tentativa de manter o esquema de sempre. Ele cede com toda a compostura, tentando sempre agradar a todos, mesmo que seu método lhe pareça melhor. Esther não se comporta, realmente, como uma mãe que procura a cura de seu filho. Ela sente vergonha pelo fato.
Smith é um personagem legal. Ele é esperto, um coroinha porque a mãe desejava, mas fiel ao seu dever. Ele sabe que precisa, uma obrigação, olhar pelo o irmão, Hanny. Apelidado por padre Bernard, Tonto é curioso e cauteloso. Duas habilidades que não combinam, mas que funcionam bem juntas. Ele ouve o que não deve, às vezes, mas não é pego. Ele protege o irmão e amigos, lidando com as consequências, posteriormente. Mantém segredos e tenta ser  o mais justo possível.
No capítulo 27, encontramos as reflexões de um idoso sacerdote, padre Wilfred, sobre os ensinamentos religiosos presente no Evangelho e a existência de Deus e  sua fé nele. Se Deus, realmente, existe, porque permite a morte, o desamor nos homens. Esse capítulo é bom ponto para avaliar o sentimento da existência da fé.



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