30 de março de 2016

Minhas Leituras: William Wordsworth

  • O mundo da leitura proporciona grandes surpresas. E, há de não confiar, inteiramente, nas observações descritas pelo autor. Aprendi isso, quando li "La Sombra del Viento" de Carlos Ruiz Zafón. E, depois, com meu professor de Jornalismo Cultural. Estou dizendo essas palavras por causa de David Lurie, um apaixonado por Lord Byron e William Wordsworth, no livro "Desonra" de J.M. Coetzee.



William Wordsworth
[Cockermouth, 7-4-1770 ~ Rdyal Mount, 23-4-1850]


  • Poeta británico. Autor, junto con su amigo Coleridge, de 'Baladas líricas' en 1790; verdadero manifesto del romantismo inglés. Rechazó la fraseología de los poetas del siglo XVIII en benefício de lo pitoresco de la lengua cotidiana. Wordsworth es considerado el poeta de la naturaleza.
  • Poeta romântico inglês. Estudou em Hawkshead, onde teve a oportunidade de dar longos passeios em intimo contato com a natureza. De 1789-1791, fixa residência na França. De regresso a Inglaterra, entra em profunda crise espiritual, conseguiu cura-se com ajuda de sua irmã Dorathy e de Coleridge, seu amigo, com ele estabeleceu intimo convívio intelectual, em Alfoxden, dando origem a uma parceria literária de que é testemunha a publicação de Lyrical Ballads, em 1798, data, quando da origem a  época romântica da literatura inglesa. Visita a Alemanha. Sua trajetória inicia-se sob a égide da tradição setecentista, atinge o apogeu durante um período de dez anos (1797~1807) a que pertencem as obras poéticas mais consagradas, para entrar em declínio. Espiritualmente, Wordsworth parece passar do entusiasmo revolucionário ao conformismo, do radicalismo godwiniano ao conservadorismo, da poesia lírica à retórica de pendor filofante. Mas em todos os seus momentos, o poeta considera a sua arte como discurso acerca das relações entre o macrocosmos natural e o microcosmos humano; seu tema preferido é o da comunhão com a natureza, elemento que acolhe o indivíduo para  seu conforto e deleite, transportando-o a um estado de clarividência mística em que interioridade e mundo exterior se revelam como emanações do divino.  


Exemplo de sua poesia:

Ela era um espírito da Alegria
Trad.: Alberto Marsicano e John Milton


Ela era um Espírito da alegria
Quando a vi no primeiro dia;
Bela Aparição brilhante
Enviada ao encanto do instante;
Seus olhos, como o Crepúsculo sereno;
Como o Crepúsculo, seu cabelo moreno;
E tudo mais que a envolvia
À Aurora e à Primavera pertencia;
Forma dançante, imagem a alegrar?
A surpreender, assolar e assombrar.
Olhei-a de perto, lá estava ela,
Um Espírito, mas também uma Donzela!
Seu movimento leve, solto e frugal,
E passos da liberdade virginal;
No semblante se encontraram as nuanças
Das doces promessas e doces lembranças;
Criatura nem brilhante ou boa demais
Para os afazeres cotidianos e normais,
Ou a sofrer passageiro e simples desejos,
Louvor, culpa, amor, lágrimas, sorrisos e beijos.
Com os olhos tranquilos posso contemplar
Desta máquina o verdadeiro pulsar;
Um ser que, pensativo, respira forte;
Um Viajante, em meio à vida e à morte;
A razão firme, a vontade temperada,
Uma perfeita Mulher soberbamente forjada;
Paciência, visão, habilidade e poder,
Para alertar, confortar e reger;
E ainda um Espírito com fulgor magistral,
Com algo da luz angelical.



Nenhum comentário:

Postar um comentário