13 de março de 2016

Desonra

Desonra
Disgrace. J.M.Coetzee. Trad. Jose Rubens Siqueira. São Paulo. Companhia das Letras. 2000. 246 páginas.

Sinopse
David Lurie, um homem que cai em desgraça. Lurie é um professor de literatura que não sabe como conciliar sua formação humanista, seu desejo amoroso e as normas politicamente corretas da universidade onde dá aula. Mesmo sabendo do perigo, ele tem um caso com uma aluna. Acusado de abuso, é expulso da universidade e viaja para passar uns dias na propriedade rural da filha, Lucy.
No campo, esse homem atormentado toma contato com a brutalidade e o ressentimento da África do Sul pós-apartheid. Com personagens vivos, com um ritmo narrativo que magnetiza o leitor, Desonra investiga as relações entre as classes, os sexos, as raças, tratando dos choques entre um passado de exploração e um presente de acerto de contas, entre uma cultura humanista e uma situação social explosiva.

Ponderação:
"O que aconteceu com sua primeira mulher?"
"É uma longa história. Outro dia eu conto."
"Você tem fotos?"
"Não coleciono fotos. Não coleciono mulheres."
"Eu não sou da coleção?"
"Claro que não."
Ela se levanta,   passeia pelo quarto pegando as roupas, com a desenvoltura de quem está  sozinha. [...]

A partir desse dialogo, David Lurie, usando de sua franqueza, destruiu a si próprio e ao do respeito de Melaine, visto que ela estava começando a se interessar por ele. Ele não aceita ou aceita a nova ordem nacional (África do Sul) e internacional do politicamente correto ou incorreto; da ética  ou contra ética da profissão e do universo profissional. Tudo no livro tem a ver com o realismo, onde tudo é observado, analisado, vivenciado, crítica da sociedade. Seus dramas são frios e impessoais: a natureza e a causa do comportamento humano, seu caráter. Tudo é aceito com o maior naturalismo. Bem, serve - "Desgraça pouca é bobagem." Desonra humana, desonra histórica, desonra política e todo o universo vivenciado por nós. Nenhum personagem tem direito de criticar o outro por suas ações. Vivem no limiar da existência.
O mais chocante nesta história é o descaso geral, a eutanásia - assassinato - de cães, gatos e animais em demasia. - No sentido de como foi colocado, serão capazes de, assim, agirem com seres humanos, caso sejamos numerosos. Bem, as guerras climáticas já estão em curso.



  

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