10 de maio de 2014

O Inventário das coisas Ausentes

O Inventário das Coisas Ausentes
Carola Saavedra. São Paulo. Companhia da Letras. 2014. 122 páginas.

Sinopse:
Como começa o amor? À primeira vista, num encontro casual, depois de anos de convivência? Qual é a distância entre dizer “eu te amo” e amar alguém? O que resta quando o tempo passa, as pessoas mudam e o amor acaba? Nina tem vinte e três anos quando ela e o narrador se conhecem na faculdade. Os dois têm um envolvimento amoroso, mas certo dia ela desaparece sem deixar notícias. A partir da reconstrução ficcional dos diários deixados por Nina, o narrador conta a história de seus antepassados e assim vai delineando seus contornos, numa tentativa de recriar a mulher amada. Mas como falar do outro sem falar de si? E como falar de si quando a sua própria vida é marcada pelo abandono, pelo impalpável? Essas são algumas das questões que O Inventário das Coisas Ausentes lança ao leitor e à sua própria estrutura narrativa. Com uma abundância de tramas paralelas que por vezes se entrelaçam e por vezes seguem independentes, o mais recente romance de Carola Saavedra investiga o fazer literário, a memória, o amor e as marcas deixadas pela ausência do outro. 

Ponderação:
O texto a seguir é o resultado de um exercício feito para o Curso "Jornalismo Cultural". Como todo exercício tem seus pontos positivos e negativos. Neste caso, teve um pouco mais de pontos positivos. Como ponto negativo, esqueci de mencionar que a autora é premiada em categoria de jovem autor e Jabuti. Não gostei do enredo.


Inventariar o que não há

Prêmios não capacitam escritores a escreverem sempre seus futuros bons textos. Seriam mesmos, os prêmios merecidos? Estar ou ser o ‘queridinho’ da mídia a outra via de não capacitação? O prêmio mais valioso para um escritor é o reconhecimento, que sua obra seja lida. Afinal, o escritor escreve para matar a morte.
Matar a morte é a ação da personagem central, sem nome, persegue no enredo a sua história em O Inventário das Coisas Ausentes de Carola Saavedra (Companhia das Letras, 122 páginas, R$ 34,50). Esse Narrador poderá ser você, eu ou ele nas diversas dimensões da vida. Tentar resgatar através da memória e, através, de anotações dele próprio e de outros uma história não vivenciada. Tem uma fixação no amor por uma mulher, Nina, não pertencente ao seu presente, deixando dúvidas sobre sua presença em seu passado. Tudo converte em decepções, rancores, projetos irrealizados.
O Inventário das Coisas Ausentes possui duas narrativas, - convenhamos, esse tipo de proposta literária esta cansando -, duas histórias e suas histórias paralelas, que se entrelaçam sem apresentar conexão entre elas: Narrador/Mundo – Narrador/filho – Narrador/pai – Narrador/mulher-Nina.
Carola Saavedra (1973, chilena, radicada no Brasil desde os 3 anos) utilizou nesta sua obra o questionamento: o que é inventado e o que é autobiográfico num romance? Porém, há algo de autobiográfico - Chile. E há o inventado – um Chile que não viveu. O resultado final ter-se-á uma pálida sensação de assistir Bill Murray em Feitiço do Tempo (Groundhog Day), não tão engraçado, nas calçadas de Copacabana e Ipanema.



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