18 de junho de 2016

A Balada de Adam Henry

A Balada de Adam Henry
The Children Act. Ian McEwan. Trad. Jorio Dauster. São Paulo. Cia. das Letras. 2014. 196 páginas.

Sinopse:
Poucos autores de língua inglesa são mais importantes na atualidade do que Ian McEwan. Em quarenta anos de carreira, ele compôs marcos da literatura contemporânea.
Seus livros são conhecidos pela precisão da prosa, pela atmosfera de suspense e estranhamento e também pelas viradas surpreendentes da trama, que puxam o tapete do leitor ao final do livro.
Nos últimos anos, o traço decisivo de sua literatura tem sido a defesa da racionalidade científica contra os fundamentalismos religiosos. É esse o embate que está no cerne de A balada de Adam Henry. 
A personagem central é Fiona Maye, uma juíza do Tribunal Superior especialista em Direito da Família. Ela é conhecida pela “imparcialidade divina e inteligência diabólica”, na definição de um colega de magistratura. Mas seu sucesso profissional esconde fracassos na vida privada. Prestes a completar sessenta anos, ela ainda se arrepende de não ter tido filhos e vê seu casamento desmoronar. 
Assim que seu marido faz as malas e sai de casa, Fiona tem de lidar com o caso de um garoto de dezessete anos chamado Adam Henry. Ele sofre de leucemia e depende de uma transfusão de sangue para sobreviver. Seus familiares, contudo, são Testemunhas de Jeová e resistem ao procedimento.
O dilema não se resume à decisão judicial. Como nos demais casos que julga, Fiona argumenta com brilho em favor do racionalismo e repele os arroubos do fervor religioso. Mas Adam se insinua de modo inesperado na vida da juíza. Revela-se um garoto culto e sensível e lhe dedica um poema incisivo: “A balada de Adam Henry”. 
Os sentimentos despertados pelo garoto a surpreendem e incomodam. A crise doméstica e o envolvimento emocional com Adam - que oscila entre a maternidade reprimida e o desejo sexual - desarrumam sua trajetória de vida exemplar, trilhada com disciplina espartana desde a infância. 

Ponderação:
A questão principal do romance está focada na transfusão de sangue de paciente adolescente não pertencente a religião oficial do país e de um caso de irmãos siameses, onde a Justiça é chamada a intervir. Felizmente a Justiça inglesa não é a brasileira e os pacientes são salvos, para num segundo momento ocorrer a morte. Porém no caso de "Testemunhas de Jevoá", o Brasil esta cheio de casos semelhantes e nenhum dos médicos tem condições de reverter a situação para salvaguardar a recuperação do paciente. Tenho conhecimento de um fato, onde um senhor quis salvar a vida da irmã (ela não desejava morrer) e foi impedido pela lei, porque a moça era casada e no caso só o marido tinha o direito de concordar com a transfusão. Aqui, a situação foi agravada, pois os pais da paciente, também pertenciam a essa crença. Hoje, esse senhor, conhecido, acusa a mãe de ter sido conivente com a morte da própria filha e sua irmã. Se Deus permite, através da inteligência, aos homens estudarem para salvar vidas, como é pecado não operar (separando os siameses) ou fazer uma transfusão de sangue? Deus é vida e não morte! A história e ágil com uma boa tradução. 




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