6 de novembro de 2014

O Doador de Memórias

O Doador de Memórias
The Giver. Lois Lowry. Trad. Maria Luiza Newlands. São Paulo. Arqueiro. 2014. 192 páginas.

Sinopse:
Ganhadora de vários prêmios, Lois Lowry contrói um mundo aparentemente ideal onde não existe dor, desigualdade, guerra nem qualquer tipo de conflito. Por outro lado, também não existe amor, desejo ou alegria genuína.
Os habitantes da pequena comunidade, satisfeitos com suas vidas ordenadas, pacatas e estáveis, conhecem apenas o agora - o passado e todas as lembranças do antigo mundo foram apagados de suas mentes.
Uma única pessoa é encarregada de ser o guardião dessas memórias, com o objetivo de proteger o povo do sofrimento e, ao mesmo tempo, ter a sabedoria necessária para orientar os dirigentes da sociedade em momentos difíceis.
Aos 12 anos, idade em que toda criança é designada à profissão que irá seguir, Jonas recebe a honra de se tornar o próximo guardião. Ele é avisado de que precisará passar por um treinamento difícil, que exigirá coragem, disciplina e muita força, mas não faz idéia de que seu mundo nunca mais será o mesmo.
Orientado pelo velho Doador, Jonas descobre pouco a pouco o universo extraordinário que lhe fora roubado. Como uma névoa que vai se dissipando, a terrível realidade por trás daquela utopia começa a se revelar.

Ponderação:
Há uma leve constatação de experiência bíblica, quando Jesus deixa de ser menino. Isto é a idade de 12 anos, preparo para a vida adulta. Uma frasezinha bem chata - "Obrigada por sua infância". Infância? Se a criança não pode ser ela mesma, livre, leve e solta. 
Estamos na Era da Mesmice. Sentimentos não fazem parte de nossa vida. Tudo é regido pelos manuais e punição é a solução para qualquer falha. Dispensa é o acontecimento para os indesejados desde de bebes gêmeos escolhidos pelo peso (peso maior sobrevive). Idosos seguem a mesma linha, depois da Cerimonia da Dispensa. Isso! Ninguém viu e sabe para onde vão, só uma falsa ideia da localização na imaginação das crianças, alimentadas pelos adultos.
O enredo, localiza-se em um espaço temporal de um ano terrestre, mas com vários flash back. Precisamente, os primeiros nove capítulos constituem uma nova linguagem de Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley (post de 04/11/2013), O Objeto de Aniz Tadeu Zegaib e com o filme Fahrenheit 451 de François Truffaut.
Na verdade, o que chama-se de Lembranças, é nada mais nada menos a História do Universo, sistema planetário, sensações humanas. Enfim, a vida simplesmente. No capítulo 13, a descoberta do poder da escolha, sim, a descoberta para vivenciar o verde, o amor, a dor, a razão. Mesmo que essa escolha seja errada, podemos viver-la simplesmente.
O final é igual aos filmes de Chaplin, uma longa estrada, levando-nos ao infinito de nossa vida.



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