27 de março de 2020

O Colecionador de Desejos

O Colecionador de Desejos
The wish collector. Mia Sheridan. Trad. Michelle Gimenes. São Paulo. Universo de Livros. 2020. 448 páginas.

Sinopse:
Pouco depois de se mudar para Nova Orleans em busca de alavancar sua carreira de bailarina, Clara Campbell se encontra mergulhada em solidão e incertezas, tendo na companhia de uma vizinha idosa seu único alívio para a melancolia que ameaça dominá-la todos os dias. E é durante uma visita a essa amiga que Clara toma conhecimento de uma antiga lenda sobre as bonitas e decrépitas estruturas da Fazenda Windisle, uma atração turística local.
Segundo a lenda, os espíritos apaixonados que tiveram o trágico desenrolar de sua história na propriedade ainda vagam pela mansão, mesmo depois de 150 anos do ocorrido. Obcecada com a lenda do “muro que chora”, Clara decide conhecer o local, tido como desabitado, mas descobre ali um morador solitário e alquebrado, Jonah Chamberlain.
Em um breve diálogo através do muro, ambos sentem a chama de uma conexão se acender imediatamente. Mas como Jonah conseguirá permitir a aproximação de Clara, a despeito de suas cicatrizes? Esta é uma história de tristeza e triunfo, de solidão e afeto, e que mostra que até mesmo os corações mais machucados podem dar uma segunda chance ao amor.

Ponderação:
"Não, de repente, tudo o que ele queria era se enfiar em um canto escuro da biblioteca e se perder em um livro."
A frase, acima, ilustra bem o sentimento de todo e qualquer amante da leitura. Depois de quatro meses, lendo livros sobre história e dramas de guerra e humanos, esse foi uma delícia. No cenário de Nova Orleans, rio Mississippi e suas lendas e um pé nos escritos de Mark Twain. Também, de certa forma uma espécie de metalinguagem à obra 'Fantasma da Ópera', 'A Bela e a Fera', joga luz ao 'O Lago do Cisne'. Mais, uma referência muito sutil à teoria de encontros e desencontros citada na obra de Brian Weiss. Leve toque ao lendário Robin Hood e Zorro.
À página 117, há quatro parágrafos mencionando um vídeo, o mesmo foi divulgado como festejo sobre a vitória de um julgamento, porém os jornalistas, editores e diretores dos noticiários não observaram a veracidade (verdade) do teor encontrado no vídeo. Aqui a autora faz uma crítica aos profissionais de comunicação.
Há um toque de irrealidade para o século XXI, no aspecto físico de Jonah, sendo que uma cirurgia plástica teria amenizado o horror de seu rosto, após o acidente. Porém, Clara intuiu bem, era o seu coração, o grande defeito dele ao se trancar atrás do muro da propriedade. O mundo possui inúmeros defeitos físicos, mas tornam-se invisíveis, quando o coração é puro e cheio de magia.  


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