29 de abril de 2016

Stoner

Stoner
Stoner. John Willians (1922-1994). Trad. Marcos Maffei. Rio de Janeiro. Rádio Londres. 2015. 314 páginas.

Sinopse:
William Stoner, filho de humildes camponeses, destinado a trabalhar a terra como seus antepassados, quase por acaso acaba tomando um caminho diferente e, motivado por sua paixão pela literatura, torna-se professor universitário. Ele casa, tem uma filha, passa pelos altos e baixos da vida, adoece, morre.
Os cinquenta anos da vida de William Stoner são narrados com grande precisão e sensibilidade através de um estilo simples e elegante. São descritos seu progressivo e doloroso afastamento da família, as relações complicadas com os colegas, as amizades tragicamente marcadas pela guerra, a difícil vida conjugal, o intenso e impossível amor clandestino com uma professora mais jovem. Stoner reage às provações da vida com aparente impassibilidade e silencioso estoicismo, emergindo como um inesquecível e improvável herói da vida cotidiana.

Ponderação:
Considerando seu surgimento no meio da década de 1960. Considerando todas as mudanças e guerras em curso naquele momento. Aparentemente, uma antítese da sociedade de então, o presente livro vi no teor do ser humano e, por assim, dizer - atual. Somos como nossos pais: William Stoner, mesmo saindo da letargia rural, era exatamente igual aos seus pais. Edith constrói uma vida nos mesmos moldes dos seus. O  fracasso de ambos reside nisso. Não estavam preparados para a transformação de fora para dentro e das esferas históricas, vivem sem grandes ambições e de aparências. Questionam a si mesmos se vale a pena viver a vida.
O universo literário ganha destaque na sobrevivência, mas não passa de continuo estudo e pesquisa. Quando consegue abrir o horizonte literário entra em guerra quase corporal com Lomax e Charles Wlaker, dois seres com deficiência física; são arrogantes e intransigentes; acreditam que são melhores que os demais, mas são aproveitadores da bondade alheia.
Porém, no entorpecimento, na indiferença, no distanciamento, o amor estava ali, intenso e firme. Jamais esteve fora. Na juventude foi dado livremente, sem pensar, fora dado ao conhecimento que lhe tinha sido revelado. Ele descobre que o amor é sucesso, mas leva ao fracasso também. Nada importa. Sem valor contido numa mesma riqueza.


  

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