La Plaça del Diamant. Mercè Rodoreda (1908-1983). Trad. Luís Reyes Gil. São Paulo. Planeta. 2ª ed. 2017. 253 páginas.
Sinopse:
Num monólogo de profunda densidade psicológica, Rodoreda contrapõe o sofrimento pessoal da protagonista à dor coletiva de uma Espanha exausta e faminta. A suposta ingenuidade de Colometa, sempre à mercê dos acontecimentos e das pessoas ao seu redor, aparece nas entrelinhas através de uma linguagem elíptica, utilizada às vezes em um sentido ambíguo, com uma discreta ironia, com crueldade e agressividade ou com grande lirismo.
Ponderação:
A última leitura do ano, foi-me um presente dos deuses. Depois dos livros "Câmara Sangrenta" de Angela Carter e "Suicidas" de Raphael Montes, uma visão sanguinolenta no universo criativo. Poder ler "A Praça do Diamante" é como saborear aquele sorvete predileto com sabor de infância.
Pela nota de Gabriel García Márquez já temos uma boa dimensão de quem foi a autora e de como trata com leveza o mundo a sua volta... Colometa (Pombinha em catalão) e sua história de amor, na misteriosa Barcelona. Que serei uma boa turista sem precisar de guia. A Guerra Civil espanhola; onde os horrores são descritos poeticamente, usando recursos linguísticos da metáfora, metonímia e comparação, mais o universo natural.
A perspectiva do luto de Colometa consiste na manifestação pessoal diante de um luto nacional (de fora para dentro; A Guerra para o lar). Uma coisa do tipo: sentir-se aprisionado pela guerra (País) e pela sua condição feminina (contexto histórico, dentro do universo cultural da Espanha). Porém essa condição feminina, ainda prevalece, até, numa fórmula sutil diante do avanço dos direitos civis e feminismo.