29 de março de 2025

E se eu morrer amanhã?

E se eu morrer amanhã?
Filipa Fonseca Silva. Porto Alegre, Dublinense. 2025. 224 páginas.

Sinopse:
Helena é uma viúva de quase oitenta anos que leva os dias entre chás com velhas amigas e outras atividades típicas da terceira idade, ou ao menos é isso que seus filhos e neta pensam. Até um incêndio no apartamento dela revelar a vida secreta de uma experiente mulher que, aproveita a vida ao máximo entre variados drinques e amantes. Com uma narrativa tão descontraída e despudorada quanto a protagonista, Filipa Fonseca Silva convida a toca, com prazer e sem tabus, num ponto ainda pouco explorado: o sexo geriátricos.

Ponderação:
Já tivemos a oportunidade de ler, algumas ficções, que retratam personagens com idade superior acima dos sessenta anos. Mas, porém, Helena é o suprassumo da vida despreocupada. Viver da maneira que se quer. A Liberdade de ser, ter, reagir como manda seu instinto de sobrevivência. Essa Liberdade, a não compreendida por muitos de nós, porque estamos tão preocupados em seguir padrões, envolvendo-nos em méritos seculares de comportamentos e suas consequências. Por outro lado, ela nos mostra uma demanda não preparada em aceitar certas tendências comportamentais dos seres humanos. Lança luz sobre a livre liberdade de expressão e todas as demais formas de liberdade.


16 de fevereiro de 2025

A Árvore mais sozinha do mundo

A Árvore mais sozinha do mundo
Mariana  Salomão Carrara. São Paulo. Todavia. 2ª ed. 2024. 208 páginas.

Sinopse:
Em uma pequena roça no Sul do país, a vida de Guerlinda, Carlos e seus filhos cumpre o tempo da terra. O cultivo do tabaco dá sustento à família, que dia após dia enfrenta as oscilações da natureza, esguichando venenos e adubando as vergas para que as folhas atinjam a qualidade ideal. Nessa angústia da espera - e em meio a investidas das empresas que dominam o mercado fumicultor -, ainda é preciso decifrar os códigos da adolescência e aprender a sua difícil linguagem de amor. Quando chega a época da colheita, os dias se transformam, e a família recebe a ajuda da mãe de Guerlinda, que, mesmo com seus estímulos e sua peculiar ternura, parece incapaz de emendar a casa tomada por silêncios incômodos e perdas iminentes.

Ponderação:
Uma árvore pensante e com senso emotivo/sentimental. Um espelho, uma capa de proteção e uma rural narram as agruras de uma família, pequeno produtor na plantação de tabaco. As mazelas da pobreza. As pressões da  indústria e mercado do tabagismo. Uma estória para  refletir a respeito de nosso campo.


 

5 de janeiro de 2025

Aviso 26

      Querido leitor, querida leitora!


Labas Rytas! Good Morning! ¡Buenos Días! Bom Dia!


2024, estivemos no caminho da estabilização emocional no processo de leitura, em parte pelo nosso envolvimento em obras de cunho político e, não nos motivou a realização de resenhas. O momento pelo qual estamos vivenciando não é propício nas abordagens do chamado 'politicamente' correto ou incorreto. E, aliado, na solução dos pequenos problemas em nossa saúde. Mais, confronto tecnológicos, no aspecto de conexão com a vida online, foi parcialmente resolvido. Assim sendo, continuamos, com várias obras, parcialmente, lidas. Totalizamos 30 livros lidos com 6.346 páginas. Não contabilizados os digitais...


Até...



31 de dezembro de 2024

Amêndoas

Amêndoas
Almond*. Won-pyung Sohhhn. Trad. Yonghui Qio Pan. Rio de Janeiro. Rocco. 2023. 1ª ed. 290 páginas.

Sinopse:
Yunjae nasceu com uma condição neurológica chamada alexitimia, ou a incapacidade de identificar e expressar sentimentos, como medo, tristeza, desejo ou raiva. Ele não tem amigos ― as duas estruturas em forma de amêndoas localizadas no fundo de seu cérebro causaram isso ―, mas a mãe e a avó lhe proporcionam uma vida segura e tranquila. O pequeno apartamento em que moram, acima do sebo da mãe, é decorado com cartazes coloridos com lembretes de quando sorrir, quando agradecer e quando demonstrar preocupação.

Ponderação:
Vale observar que *a tradução da edição brasileira foi feita a partir da edição norte-americana, de Joosun Lee. 
A narrativa explora temas de empatia e amizade de uma forma delicada e impactante, trazendo reflexões sobre a complexidade das emoções e relações humanas. Dois garotos, Yunjae  e Gon, com traumas e desajustados para uma sociedade tida como ideal. Se encontram, um que sente muito e outro que nada sente e dessa interação nasce uma amizade impossível... O final é  poderoso e oferece uma conclusão reflexiva à jornada de Yunjae. Ao longo da história, ele luta para entender e sentir emoções, especialmente após a perda de seus entes queridos. Com a amizade de Gon, Yunjae experimenta mudanças em sua percepção, um relacionamento que se torna crucial para seu amadurecimento emocional. O final aberto para a interpretação de cada leitor.
Um momento impactante é quando Yunjae aconselha Gon a ler, pois o amigo não possui um vocabulário de acordo com um estudante de ensino médio. A leitura vai ajudar ampliar seus conhecimentos e terá melhores condições para conversar com pessoas do mundo a sua volta. 


27 de dezembro de 2024

Luzes brilhantes, Natal mágico

Luzes brilhantes, Natal mágico
Bright Lights, Big Christmas. Mary Kay Andrews. Trad. Wendy Campos. Rio de Janeiro. Alta Novel. 2024. 288 páginas.

Sinopse:
Um romance que celebra o amor, a magia e o encanto da temporada natalina.
- "Um presente de Natal de Mary Kay Andrews, na forma de uma leitura deliciosa." — Publishers Weekly
- "Andrews cria personagens, maravilhosamente, simpáticos, e aqui, ela expande isso para descrever uma comunidade calorosa e pitoresca em Nova York lembrará as cidades pequenas encontradas em seus romances." — Booklist
- "Seja contando a história de uma roupa mágica de Papai Noel ou de um estande de árvores de Natal no coração de Nova York, em um bairro cheio de personagens excêntricos e cercado pelo aroma de pinheiros frescos, ninguém celebra o Natal como Mary Kay Andrews." — Debbie Macomber

Ponderação:
Depois de um hiato de três anos, retornamos a buscar uma obra com o encanto natalino. Foi prazerosa  a leitura. Uma Nova York agitada com um toque de vida no campo, aquela cidadezinha, onde todos se conhecem. Não podia deixar de ter: dramas familiares, vizinhos solidários, um pai divorciado super dedicado, uma criança apaixonante e bem educada (aliás, em ficção, sempre são educadas), que rouba a cena, um senhor super rabugento e uma personagem principal firme e forte, que sabe o que quer e faz acontecer.  Há momentos divertidos. O romance entre Kelly e Patrick foi descontraído, maduro e bem desenvolvido. A relação deles vai crescendo de forma tão convincente, que você consegue perceber que será duradouro. Temos o valor e calor da amizade, provando que se pode viver e sobreviver mesmo sofrendo a dor do luto.



30 de novembro de 2024

Quando acreditávamos em sereias

Quando acreditávamos em sereias
When we believed in mermaids
Barbara O'Neal. Trad. Gabriela Peres Gomes. Jandira. Principis. 2022. 400 páginas.

Sinopse:
Josie Bianci morreu há quinze anos em um ataque terrorista. Ela se foi para sempre. Isso era o que a irmã dela, uma médica plantonista em Santa Cruz, acreditava. Até que uma fração de segundos vira o mundo de Kit de cabeça para baixo. Durante a cobertura do incêndio em uma boate em Auckland, uma mulher aparece caminhando entre a fumaça e os escombros. A associação com Josie é inevitável, não há como negar. É inconfundível. Junto da imagem, uma enxurrada de emoções atinge Kit - luto, perda e raiva.
Depois de chegar à Nova Zelândia, Kit começa sua jornada acompanhada de memórias do passado: os dias vividos na praia com Josie; o adolescente perdido que fez parte de sua família e o trauma que assombrou as duas irmãs por toda a vida.
Agora, se as duas irmãs se reencontrarem, segredos podem ser revelados e talvez seja preciso encarar a devastadora verdade que as separou por tanto tempo. Para reconquistar seu relacionamento, elas podem ter que perder tudo.

Ponderação:
Envolvente e intrigante! Tão fluido, e, ao mesmo tempo, tão denso em vários momentos que não sentimos o tempo passar com essas duas que possuem memórias afetivas infantis com visões diferentes  do mesmo espaço familiar. Ambas tiveram que sobreviver nas perdas e luto destas mesmas perdas. Foram vivendo da ausência de troca de amor, porém amando. A verdade dos fatos corrobora para a destruição da vida atual como favorece sua reconstrução. Cada uma encontra sua alma gêmea. E passam a ter uma vida bem equilibrada e feliz.



9 de novembro de 2024

Anna O

Anna O
Anna O
Matthew Blake. Trad. Raquel Nakasone. Rio de Janeiro. Harper Collins Brasil. 2024.  

Sinopse:
E se seus pesadelos não fossem apenas pesadelos? A jovem Anna Ogilvy era uma aspirante a escritora com um futuro brilhante pela frente quando esfaqueou até a morte seus dois melhores amigos sem motivo aparente. Desde então, não acordou mais. Seu sono profundo é conhecido pelos neurologistas como “síndrome da redesignação” um raro distúrbio psicossomático. Dr. Benedict Prince é psicólogo forense e especialista em homicídios relacionados ao sono, e seus métodos são a última esperança para solucionar o infame caso “Anna O.” e despertar a mulher para que ela possa ser finalmente julgado. Mas, ao tratar de uma paciente tão famosa, Benedict deve tomar cuidado para que seus problemas pessoais -e os próprios segredos- não sejam revelados. Somente Anna sabe o que ocorreu naquela noite, e apenas o Dr.Benedict tem meios para descobrir a verdade. E os dois correm perigo se o mistério for revelado.

Ponderação:Anna O é uma história intrigante composta em cinco partes, dividida em 82 capítulos, distribuída em 353 páginas.
Benedict Prince, simplesmente Ben, Psicólogo forense. É o principal narrador, em sessenta e seis capítulos vai questionando ou resolvendo o caso, gerando um suspense, na tentativa pelo leitor, em decifrar o culpado ou inocente. Menciona a melhor frase que um profissional da saúde pode receitar: "A felicidade é o maior remédio que a humanidade já conheceu. A esperança também." e constata que "A verdade simbólica é a guardiã da verdade literal."
As duas vozes de Bloom confundem o leitor. Já as vozes de Clara, Emily, Lola estão bem equilibradas, porém carregam segredos e desafiam que há algo suspeito de/na possibilidade no equivocado crime, ou melhor, na construção da cena apresentada à polícia. Situações não se encaixam. Conteúdo da pasta não é compatível com Anna O. O diário só revela o estado emocional desequilibrado de Anna. 
A revelação do caso tem grande semelhança com outro sucesso literário, pelo desenrolar da mente que proporcionou o fato, envolvendo uma inocente a principio. Talvez, tenhamos um seguidor na escrita aos moldes de Agatha Christie.