5 de janeiro de 2025

Aviso 26

      Querido leitor, querida leitora!


Labas Rytas! Good Morning! ¡Buenos Días! Bom Dia!


2024, estivemos no caminho da estabilização emocional no processo de leitura, em parte pelo nosso envolvimento em obras de cunho político e, não nos motivou a realização de resenhas. O momento pelo qual estamos vivenciando não é propício nas abordagens do chamado 'politicamente' correto ou incorreto. E, aliado, na solução dos pequenos problemas em nossa saúde. Mais, confronto tecnológicos, no aspecto de conexão com a vida online, foi parcialmente resolvido. Assim sendo, continuamos, com várias obras, parcialmente, lidas. Totalizamos 30 livros lidos com 6.346 páginas. Não contabilizados os digitais...


Até...



31 de dezembro de 2024

Amêndoas

Amêndoas
Almond*. Won-pyung Sohhhn. Trad. Yonghui Qio Pan. Rio de Janeiro. Rocco. 2023. 1ª ed. 290 páginas.

Sinopse:
Yunjae nasceu com uma condição neurológica chamada alexitimia, ou a incapacidade de identificar e expressar sentimentos, como medo, tristeza, desejo ou raiva. Ele não tem amigos ― as duas estruturas em forma de amêndoas localizadas no fundo de seu cérebro causaram isso ―, mas a mãe e a avó lhe proporcionam uma vida segura e tranquila. O pequeno apartamento em que moram, acima do sebo da mãe, é decorado com cartazes coloridos com lembretes de quando sorrir, quando agradecer e quando demonstrar preocupação.

Ponderação:
Vale observar que *a tradução da edição brasileira foi feita a partir da edição norte-americana, de Joosun Lee. 
A narrativa explora temas de empatia e amizade de uma forma delicada e impactante, trazendo reflexões sobre a complexidade das emoções e relações humanas. Dois garotos, Yunjae  e Gon, com traumas e desajustados para uma sociedade tida como ideal. Se encontram, um que sente muito e outro que nada sente e dessa interação nasce uma amizade impossível... O final é  poderoso e oferece uma conclusão reflexiva à jornada de Yunjae. Ao longo da história, ele luta para entender e sentir emoções, especialmente após a perda de seus entes queridos. Com a amizade de Gon, Yunjae experimenta mudanças em sua percepção, um relacionamento que se torna crucial para seu amadurecimento emocional. O final aberto para a interpretação de cada leitor.
Um momento impactante é quando Yunjae aconselha Gon a ler, pois o amigo não possui um vocabulário de acordo com um estudante de ensino médio. A leitura vai ajudar ampliar seus conhecimentos e terá melhores condições para conversar com pessoas do mundo a sua volta. 


27 de dezembro de 2024

Luzes brilhantes, Natal mágico

Luzes brilhantes, Natal mágico
Bright Lights, Big Christmas. Mary Kay Andrews. Trad. Wendy Campos. Rio de Janeiro. Alta Novel. 2024. 288 páginas.

Sinopse:
Um romance que celebra o amor, a magia e o encanto da temporada natalina.
- "Um presente de Natal de Mary Kay Andrews, na forma de uma leitura deliciosa." — Publishers Weekly
- "Andrews cria personagens, maravilhosamente, simpáticos, e aqui, ela expande isso para descrever uma comunidade calorosa e pitoresca em Nova York lembrará as cidades pequenas encontradas em seus romances." — Booklist
- "Seja contando a história de uma roupa mágica de Papai Noel ou de um estande de árvores de Natal no coração de Nova York, em um bairro cheio de personagens excêntricos e cercado pelo aroma de pinheiros frescos, ninguém celebra o Natal como Mary Kay Andrews." — Debbie Macomber

Ponderação:
Depois de um hiato de três anos, retornamos a buscar uma obra com o encanto natalino. Foi prazerosa  a leitura. Uma Nova York agitada com um toque de vida no campo, aquela cidadezinha, onde todos se conhecem. Não podia deixar de ter: dramas familiares, vizinhos solidários, um pai divorciado super dedicado, uma criança apaixonante e bem educada (aliás, em ficção, sempre são educadas), que rouba a cena, um senhor super rabugento e uma personagem principal firme e forte, que sabe o que quer e faz acontecer.  Há momentos divertidos. O romance entre Kelly e Patrick foi descontraído, maduro e bem desenvolvido. A relação deles vai crescendo de forma tão convincente, que você consegue perceber que será duradouro. Temos o valor e calor da amizade, provando que se pode viver e sobreviver mesmo sofrendo a dor do luto.



30 de novembro de 2024

Quando acreditávamos em sereias

Quando acreditávamos em sereias
When we believed in mermaids
Barbara O'Neal. Trad. Gabriela Peres Gomes. Jandira. Principis. 2022. 400 páginas.

Sinopse:
Josie Bianci morreu há quinze anos em um ataque terrorista. Ela se foi para sempre. Isso era o que a irmã dela, uma médica plantonista em Santa Cruz, acreditava. Até que uma fração de segundos vira o mundo de Kit de cabeça para baixo. Durante a cobertura do incêndio em uma boate em Auckland, uma mulher aparece caminhando entre a fumaça e os escombros. A associação com Josie é inevitável, não há como negar. É inconfundível. Junto da imagem, uma enxurrada de emoções atinge Kit - luto, perda e raiva.
Depois de chegar à Nova Zelândia, Kit começa sua jornada acompanhada de memórias do passado: os dias vividos na praia com Josie; o adolescente perdido que fez parte de sua família e o trauma que assombrou as duas irmãs por toda a vida.
Agora, se as duas irmãs se reencontrarem, segredos podem ser revelados e talvez seja preciso encarar a devastadora verdade que as separou por tanto tempo. Para reconquistar seu relacionamento, elas podem ter que perder tudo.

Ponderação:
Envolvente e intrigante! Tão fluido, e, ao mesmo tempo, tão denso em vários momentos que não sentimos o tempo passar com essas duas que possuem memórias afetivas infantis com visões diferentes  do mesmo espaço familiar. Ambas tiveram que sobreviver nas perdas e luto destas mesmas perdas. Foram vivendo da ausência de troca de amor, porém amando. A verdade dos fatos corrobora para a destruição da vida atual como favorece sua reconstrução. Cada uma encontra sua alma gêmea. E passam a ter uma vida bem equilibrada e feliz.



9 de novembro de 2024

Anna O

Anna O
Anna O
Matthew Blake. Trad. Raquel Nakasone. Rio de Janeiro. Harper Collins Brasil. 2024.  

Sinopse:
E se seus pesadelos não fossem apenas pesadelos? A jovem Anna Ogilvy era uma aspirante a escritora com um futuro brilhante pela frente quando esfaqueou até a morte seus dois melhores amigos sem motivo aparente. Desde então, não acordou mais. Seu sono profundo é conhecido pelos neurologistas como “síndrome da redesignação” um raro distúrbio psicossomático. Dr. Benedict Prince é psicólogo forense e especialista em homicídios relacionados ao sono, e seus métodos são a última esperança para solucionar o infame caso “Anna O.” e despertar a mulher para que ela possa ser finalmente julgado. Mas, ao tratar de uma paciente tão famosa, Benedict deve tomar cuidado para que seus problemas pessoais -e os próprios segredos- não sejam revelados. Somente Anna sabe o que ocorreu naquela noite, e apenas o Dr.Benedict tem meios para descobrir a verdade. E os dois correm perigo se o mistério for revelado.

Ponderação:
Anna O é uma história intrigante composta em cinco partes, dividida em 82 capítulos, distribuída em 353 páginas.
Benedict Prince, simplesmente Ben, Psicólogo forense. É o principal narrador, em sessenta e seis capítulos vai questionando ou resolvendo o caso, gerando um suspense, na tentativa pelo leitor, em decifrar o culpado ou inocente. Menciona a melhor frase que um profissional da saúde pode receitar: "A felicidade é o maior remédio que a humanidade já conheceu. A esperança também." e constata que "A verdade simbólica é a guardiã da verdade literal."
As duas vozes de Bloom confundem o leitor. Já as vozes de Clara, Emily, Lola estão bem equilibradas, porém carregam segredos e desfiam que há algo suspeito de/na possibilidade no equivocado crime, ou melhor, na construção da cena apresentada à polícia. Situações não se encaixam. Conteúdo da pasta não é compatível com Anna O. O diário só revela o estado emocional desequilibrado de Anna. 
A revelação do caso tem grande semelhança com outro sucesso literário, pelo desenrolar da mente que proporcionou o fato, envolvendo uma inocente a principio. Talvez, tenhamos um seguidor na escrita aos moldes de Agatha Christie.


 

31 de outubro de 2024

Os Vulneráveis

Os Vulneráveis
The Vulnerables
Sigrid Nunez. Trad. Carla Fortino. São Paulo. Editora Instante. 2024. 175 páginas.

Sinopse:
"Os Vulneráveis" ​​oferece uma meditação sobre a nossa era contemporânea, enquanto uma narradora solitária pergunta o que significa estar viva neste momento complexo da história e considera como a nossa realidade presente afeta a forma como uma pessoa olha para o seu passado.
O humor, sem dúvida, é um refúgio inestimável. Igualmente vital é a conexão com outras pessoas, que aqui incluem um membro à deriva da Geração Z e um papagaio espirituoso chamado Eureka. "Os Vulneráveis" ​​revela o que acontece quando estranhos estão dispostos a abrir seus corações um para o outro e até que ponto mesmo pequenos atos de carinho podem ajudar a aliviar a angústia de outra pessoa. Numa busca de compreensão sobre alguns dos assuntos mais críticos do nosso tempo, o novo romance de Nunez é também uma investigação sobre a natureza e o propósito da própria escrita.

Ponderação:
Até que ponto não erámos vulneráveis, antes de março de 2020? 
Esse livro, realmente, me tocou pela verdade em cada parte. Uma mulher experiente e com história, um jovem, um papagaio. Um trio bem interessante quando se sabe que eles não possuem relação nenhuma entre si. No final, acreditamos que foi ótimo tudo ter acontecido como aconteceu. Gostamos do livro ter sido curtinho, também. Falou o que precisava falar.
Mas, o amor e conhecimento pela literatura deram um charme a mais a leitura. O fato da personagem principal ser escritora e ter um vasto conhecimento que gosta de compartilhar para todos que querem "ouvir" seus pensamentos, foi muitíssimo legal! 



28 de setembro de 2024

Paixão Simples

Paixão Simples
Passion simple. Annie Ernaux. Trad. Marília Garcia. São Paulo. Fósforo. 2023. 64  páginas.

Sinopse:
Esse é um dos livros de Annie Ernaux mais adorados pela crítica e pelo público, Paixão simples é também um dos mais ambiciosos por sua tentativa de dar conta da radicalidade da experiência de se apaixonar. Nas breves páginas deste relato profundamente humano, publicado pela primeira vez em 1992, a vencedora do prêmio Nobel de 2022, esmiúça o estado de enamoramento absoluto que experimentou quando, já divorciada e mãe de dois filhos crescidos, viveu um relacionamento com um homem casado.
Durante os meses em que se relacionou com A., toda a existência da autora foi regida por um novo signo, que ela disseca com precisão e franqueza. “Graças a ele”, afirma, “eu me aproximei do limite que me separa do outro, a ponto de às vezes imaginar que iria chegar do outro lado”. Essa proximidade do limiar, tão própria do sujeito apaixonado, assume formas variadas no relato. A primeira fronteira a ser deixada para trás é a da razão, que cede espaço ao pensamento mágico por meio do qual se manifesta a expectativa agonizante de ser correspondida. Cada evento, palavra ou pessoa ao redor só tem interesse para Ernaux na medida em que a faz pensar em A. Cada minuto longe dele é uma espera que transcorre de forma diversa do ritmo da vida real.
Tema recorrente na obra da escritora, o tempo em Paixão simples não obedece à lógica ou à História. “Para mim não havia essa cronologia em nossa relação, eu só conhecia a presença ou a ausência”, eis o aspecto radical da paixão. Uma vez terminada a relação, o tempo entra em cena novamente, desta vez como índice do rastro deixado por um acontecimento marcante: “Estava sempre calculando, há duas semanas, cinco semanas, ele foi embora, e no ano passado, nessa data, eu estava aqui, fazendo isso e aquilo” […]. Pensava que era muito estreito o limiar entre essa reconstituição e uma alucinação, entre a memória e a loucura”.
Verdadeira anatomia da alma apaixonada, este livro é também uma reflexão sobre o poder da escrita e um elogio ao luxo que é viver um grande amor.

Ponderação:
Quando um homem já na faixa acima dos cinquenta se apaixona, têm-se como normal. Aí, uma mulher na mesma condição, apaixona-se, ela é tida como leviana. Porém a narrativa apresenta a possibilidade do ensinamento que todas as paixões são iguais, mas sempre se dão de maneiras muito diferentes. É possível ter desejos sublimes ou mortais, falta de dignidade, crendices e condutas insensatas. Não há limites para uma paixão.